PSYCH ACID
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A cena Heavy Metal pernambucana nunca se limitou, apenas, a sua capital. Muitas bandas surgiram e ainda surgem em outras cidades do Estado, algumas delas com muito tempo de formação. O Psych Acid é uma dessas bandas. Mesmo tendo surgido há 20 anos, a banda nunca teve uma grande projeção, e talvez um dos fatores tenha sido o tempo de inatividade da mesma. Porém, após cerca de doze anos inativo, o Psych Acid está de volta, mostrando um Thrash Metal nos moldes da ‘velha escola’, sem fugir de suas raízes. Na entrevista a seguir, com o único integrante da formação original, Nato Vila Nova, ficaremos sabendo um pouco mais a respeito do Psych Acid.
Recife Metal Law – O Psych Acid surgiu em 1990, na cidade de Caruaru, considerada a “capital do forró”, ao lado de Campina Grande, na Paraíba. Como foi montar uma banda de Thrash Metal numa cidade como Caruaru?
Nato Vila Nova – Apesar de ser uma cidade de tradição em forró, desde adolescente conheci o Rock And Roll e o Metal, e como toda cidade pequena sempre tem um público fiel e que segue outras vertentes de música, apesar das dificuldades, encaramos a ideia e montamos a banda, que desde o início foi bem aceita pela galera.
Recife Metal Law – A primeira formação contava com Nato (bateria/vocal), Mario e Wladimir (guitarras) e Rutenil (baixo). Só que no primeiro show, realizado em Campina Grande, o Wladimir também assumiu os vocais. Qual a razão para isso, já que o vocalista oficial era o Nato?
Nato – Na verdade o Wladimir tocava guitarra, e nesse primeiro show o Rutenil (baixo) saiu da banda dias antes, por isso Wladimir assumiu o baixo e os backings vocals, mas o vocal continuou comigo desde o início.
Recife Metal Law – Antes de sua dissolução, em 1997, a banda chegou a lançar duas Demos, as quais tiveram críticas positivas no meio especializado. Esses materiais tiveram uma grande divulgação? De que forma a banda trabalhou esse lado de divulgação na época?
Nato – A primeira Demo de 1993 teve uma divulgação legal e com boa aceitação, mas a segunda não teve uma distribuição maior, pois a banda já estava com problemas internos e por isso nem chegamos a fazer uma boa divulgação.
Recife Metal Law – O que motivou o fim da banda, em fevereiro de 1997, apesar de todos os elogios da crítica e público que vinha recebendo?
Nato – Aconteceu que a galera não estava com o mesmo entusiasmo do início, e quase já nem ensaiávamos bem. O que motivou a darmos um tempo e depois voltarmos, o que durou 12 anos! Mas isso acontece...
Recife Metal Law – Dez anos depois, em 2007, após uma reunião entre o único remanescente da formação original Nato Vila Nova e Lalo (baixista e vocalista do Alkymenia), o Psych volta as suas atividades. O que te motivou a voltar com a banda, com uma formação totalmente diferente?
Nato – Após conversa com o Lalo a ideia inicial era montar uma nova banda, mas durante todo esse tempo inativo sempre recebi vários elogios ao trabalho e pedidos da volta da banda. Então, após muitas conversas, decidimos voltar com o Psych Acid. Voltamos com outra galera, pois os antigos membros não estavam mais presentes na cena, além de estarem com outros trabalhos de estilos diferentes.
Recife Metal Law – Mesmo assim algum músico da formação original chegou a ser cogitado para esse retorno?
Nato – Foi cogitado o retorno da banda com o Mário (guitarra), mas apesar de agradecer o convite não foi
possível, pois anda muito ocupado com negócios e família.
Recife Metal Law – Com esse retorno a banda lançou uma Demo em forma de vídeo, intitulada “Video Demo”. Por que lançar esse material, que marca o retorno da banda, nesse formato?
Nato – Estávamos sem material inédito suficiente para lançar uma Demo; registramos esse show em vídeo e por termos gostado do resultado final achamos legal lançar e mostrar a banda na ativa, além de apresentar para galera os novos integrantes em ação!
Recife Metal Law – As imagens, assim como a parte sonora, estão muito boas, e podemos constatar que o Thrash Metal feito pela banda não fugiu de suas raízes. Os novos músicos que fazem parte da banda já estavam familiarizado com a sonoridade do Psych Acid?
Nato – Totalmente! Além de sermos amigos e companheiros de shows, curtimos e temos as mesmas influências. Os novos integrantes já admiravam o trabalho da Psych Acid, o que facilitou nas composições novas e mantermos o mesmo estilo de som.
Recife Metal Law – Existe alguma música inédita nesse trabalho ou todas já fizeram parte das Demos anteriormente lançadas?
Nato – Existe sim: as músicas “Our Mistake” e “Rough”, que foram feitas já com a nova formação.
Recife Metal Law – Nesse período de inatividade da Psych Acid, o que tu vinhas fazendo no meio Heavy Metal? Depois do fim da banda tu chegaste a trabalhar em algum outro projeto?
Nato – No meio Heavy Metal eu fiquei dois anos com a Extreme Death (tocando baixo), e também com bandas de covers (Rock And Roll), tive uma passagem pela banda The Bluz por quatro anos, e tenho um trabalho há doze anos de nome Sangue de Barro, que faz fusão com música nordestina.
Recife Metal Law – Nato, hoje tu já és avô, mas mantém o pique de garoto, seja indo aos shows ou tocando com tua banda. Onde se arranja tanta energia para teus projetos diários?
Nato – O pique é sentir a essência da música pesada aliado à espiritualidade de ser eternamente jovem, e sempre estar nos shows tomando cervejas com os amigos!
Recife Metal Law – E o garoto já começou a ouvir o bom e velho Heavy Metal?
Nato – Claro! Desde a barriga já escutava o bom e velho Metal (ele fica encantado assistindo DVDs no colo do Avô). (Risos)
Recife Metal Law – Voltando a falar sobre o Psych Acid, como anda o trabalho de composição de novas músicas?
Nato – Estamos trabalhando a terceira faixa e em breve queremos lançar a terceira Demo!
Recife Metal Law – Para quando podemos esperar um novo lançamento da banda e em qual formato ele virá?
Nato – Acreditamos que no final do ano iremos gravar o próximo trabalho, que sairá no formato CD-Demo. Estamos sedentos para fazer mais shows. Abração a todos que fazem o Recife Metal Law e esperamos vocês em breve nos shows!
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Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação