STONERIA





O nome leva a acreditar ser uma banda que envereda pelos lados do Stoner Rock ou Stoner Metal, mas não é bem isso (inclusive a banda nos informa, na entrevista a seguir, de onde veio o nome que batiza a banda). O Stoneria é uma junção de vários estilos, trazendo à tona um Rock despojado, direto, como deve ser o Rock N’Roll. Desde 2007 em atividade, a banda já tem alguns lançamentos e atualmente trabalha na divulgação de seu primeiro álbum homônimo. Em sua formação, a banda conta com Zen (Vocal), Arthur George (bateria); Pedro Rocha (guitarra) e Caius Cesar (baixo). Mais informações sobre o Stoneria a seguir...

Recife Metal Law – O Stoner (Metal ou Rock) é um estilo bem difícil de definir. Essa foi uma das razões para nomear o Stoneria? A sua música não se prende a um estilo específico e não deve ser rotulada?
Pedro Rocha –
Na verdade, apesar da influência Stoner, o nome surgiu de uma brincadeira. No começo da banda, sempre que tocava algum som do Stones, acontecia sempre alguma maluquice, e começou a ficar aquela coisa no público ‘vai começar a stoneria’, e o nome acabou pegando. Com relação ao som, a gente toca Rock, puro e simples. Mesmo buscando inserir algum elemento diferente, a nossa proposta é tocar Rock, independente de qualquer coisa.

Recife Metal Law – A banda surgiu em 2007, se apresentando nas noites de São Paulo, fazendo covers com algumas músicas próprias. Quando foi que a banda viu que era hora de deixar os covers de lado e tralhar com afinco nas músicas próprias?
Pedro –
Acho que desde o começo, essa foi a proposta. A banda passou por muitas formações e cada um trazia sempre um pouco, acrescentava no trabalho da banda, e a coisa foi tomando forma. Fazer covers é algo natural, todo mundo começa nessa onda, mas, desde o início, havia a vontade de produzir algo nosso mesmo.

Recife Metal Law – O primeiro EP, “Máquina do Sexo”, foi lançado em 2010, e teve um bom respaldo. Mas de onde veio esse respaldo? Do meio Underground, mídia especializada ou de meios diferentes quando se refere ao Stoner Rock e Stoner Metal?
Pedro –
Ele veio mais do Underground mesmo. Foi algo pequeno, ficou num círculo muito fechado. Só uma música desse EP teve mais audiência – “Madona” – por conta, principalmente, do nome, mas ela tem um groove bacana, e acabou pegando. Em diversos momentos veio alguém da plateia pedir essa música.

Recife Metal Law – O primeiro álbum foi lançado em 2014 e vem sendo divulgado até o momento. Como vem sendo a aceitação desse material e como tal aceitação vem refletindo nos convites para shows?
Pedro –
Ele tem sido bem aceito, foram poucas críticas negativas, e isso alegra qualquer um. Com relação aos shows, a gente tem conseguido boas oportunidades, mas muito pela correria do que um convite ‘aleatório’. A gente vem mantendo contato com muita gente. Tivemos a oportunidade de tocar no SESC Osasco, que foi lindo, no Ecos Musicais, que é um projeto do Clemente. Também pudemos tocar na festa do Rodrigo Branco, locutor da Kiss FM aqui em São Paulo, que já havia tocado nosso som na rádio. Tudo isso tem dado uma visibilidade boa pra banda, mas a correria nunca acaba.

Recife Metal Law – “Stoneria” traz dez músicas, as quais bebem em diferentes fontes: Rock dos anos 70, Rock nacional do final dos anos 80 e 90, velho Punk Rock, entre outras influências. Qual público mais vem se identificando com esse primeiro trabalho da banda?
Pedro –
Cara, é o público do Rock mesmo. Claro que os fãs de Metal mais extremo não vou curtir, mas tocamos num evento de bandas de Hardcore, que o Paúra fechou, e deu super certo! Mesmo o público sendo maioria fã de som mais pesado, a gente foi muito bem recebido lá.

Recife Metal Law – As letras, por vezes, são despojadas, mas bem colocadas e com um tom crítico. Liricamente, o que é o Stoneria?
Pedro –
Assim como os riffs e as melodias, as letras também são uma mistura. Mistura de tudo, pois é o que é a vida.

Recife Metal Law – Tenho a informação de que alguns dos integrantes do Stoneria são formados em música. Mesmo assim a banda procura fazer um estilo musical mais simples e direto. Isso demonstra que fazer música não depende apenas de habilidade, mas que tem que ter o ‘feeling’ em primeiro plano. Estou certo?
Pedro –
Sim, o pessoal estudou um pouco, temos uma formação musical bacana. Acontece que não importa o que a gente absorve ao longo do tempo, sempre tem aquele som que está na nossa veia, que a gente sempre vai curtir ouvir e tocar. E com a Stoneria é o Rock. E o Rock sempre foi simples e direto, e buscamos imprimir isso no nosso trabalho.

Recife Metal Law – A produção sonora deixou o som numa linha ‘vintage’, mas com toda a parte instrumental bem definida. O resultado final aguardou a todos os integrantes da banda?
Pedro –
Nós tivemos um tempo meio limitado pra gravar, foi uma semana direto dentro do estúdio pra gravar tudo, e outra semana pra fazer a mix. Com isso em mente, a gente se preparou pra gravar todas as bases de uma vez, todo mundo junto dentro da sala, fazendo no máximo três ‘takes’ pra cada música. Isso deixou o resultado com essa sonoridade meio crua, ‘vintage’ como você falou. Foram pouquíssimas edições, só o que era realmente necessário. Gostamos, sim, do resultado, era o que a gente buscava, mas com o tempo, sempre surge aquela vontade de ter feito mais, gravado mais guitarras, mais vozes... Mas está ótimo do jeito que está, e ficamos felizes de ter trabalhado com o pessoal do El Rocha.

Recife Metal Law – A capa de “Stoneria”, como não poderia deixar de ser, vem numa linha bem psicodélica. Mas existe algum significado especial para a capa ou alguma mensagem a ser transmitida?
Pedro –
A mensagem é basicamente o reflexo do nosso som: uma mistura! Uma mistura visual completa, com o fundo espacial, representando essa viagem.

Recife Metal Law – O ‘debut’ álbum já entrou para o segundo ano de seu lançamento. A banda já prepara algo, em se tratando de lançamento fonográfico, para 2016?
Pedro –
Sim, já estamos começando a preparar material novo, mas é o começo do começo. Porém, não temos condições de já lançar algo pra 2016. Quem sabe, se der tudo certo, lançaremos sim, mas estamos indo com calma. Vamos indo um passo de cada vez... Ainda vamos estruturar nossas músicas novas.

Site: http://stoneria.com

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação