GREY WOLF





O Grey Wolf só veio a se estabilizar como banda no final do ano passado, mas, de fato, surgiu em 2012, tendo a sua frente o baixista/vocalista Fábio “Grey Wolf” Paulinelli. A Fábio se juntaram Chris Maia (guitarra) e Dimas Correa (bateria). Mesmo com poucos anos de formação, a banda é bem prolífica e já tem diversos materiais lançados, para ser mais exato, são seis Demos e está prestes a lançar seu terceiro álbum de estúdio, “Glorious Death”, via Arthorium Records. Fazendo um estilo de som épico, mas com as raízes fincadas no Heavy Metal tradicional, a banda vem lutando bravamente, como sua temática lírica o requer, em busca de mais espaço no meio Heavy Metal nacional. Com a palavra o fundador Fábio Paulinelli, o “lobo cinza”.

Recife Metal Law – É um prazer imenso fazer essa entrevista com você. Conte-nos um pouco sobre a banda.
Fábio “Grey Wolf” Paulinelli –
Prazer todo meu, brother! Obrigado pela oportunidade. O Grey Wolf começou apenas como projeto. Não achei que fosse virar banda, mas acabou acontecendo. Foi difícil, no começo, manter uma formação estável, mas finalmente conseguimos recentemente. Agora é trabalhar firme. Conseguimos formar a banda prestes a lançar o segundo álbum. Depois de dois anos e seis Demos e um álbum lançados.

Recife Metal Law – Conte-nos como funciona o processo de criação das músicas.
Fábio –
Primeiramente eu bolo os riffs de guitarra, depois penso na linha do vocal. Meu instrumento, que é o baixo, deixo por último. Preocupo-me primeiro com o esqueleto da música e só depois bolo os arranjos.

Recife Metal Law – Os dois primeiros discos foram lançados de forma independente. O terceiro também será lançado de forma independente?
Fábio –
Estamos numa incógnita ainda. Vou tentar lançar com a Stormspell primeiro, se não rolar vou tentar uma parceria com alguém. Mas estou com esperança da Stormspell lançar. Esse novo álbum está mais bem produzido (créditos totais do Arthur Migotto) e terá uma arte de capa melhor. Nossa primeira tentativa será com eles, depois a gente vê o que faz se não rolar.

Recife Metal Law – Os primeiros discos são excelentes! Como foi à repercussão?
Fábio –
Muito obrigado! Bem, a repercussão foi muito melhor do que eu esperava. Não imaginava nunca que tivesse essa repercussão e só tenho a agradecer pelas pessoas que apreciam nosso trabalho. Só nos dar força para seguir em frente, tentando sempre melhorar mais.

Recife Metal Law – Antes do lançamento do primeiro álbum, a banda lançou seis Demos. Qual foi a importância das Demos para a musicalidade que viria a constar no primeiro disco?
Fábio -
Foi muito importante, pois eu acho que ajudou muito para ajudar a moldar o estilo e a característica
do nosso som. E também nos mostrou o quanto precisávamos melhorar (risos), pois eram muito toscas.

Recife Metal Law – Uma das principais influências, na temática lírica, é o Cimério Conan. Essa devoção ao Cimério vem dos filmes ou dos quadrinhos?
Fábio -
Bem, o meu primeiro contato com o gigante de bronze veio através da primeira vez que passou na Globo, nos anos 80. Alguns meses depois me deparei com a revista “A Espada Selvagem de Conan” em uma banca. Era um guri de nove anos e pedi ao meu pai para comprá-la. Desde então sigo o personagem até os dias de hoje. Inspiro-me nas HQs e nos livros para as letras, pois, a meu ver, o filme, apesar de ser um clássico, deixou a desejar no quesito ‘adaptação’. Veja bem, não estou criticando o primeiro filme de 1982, pelo contrario, sou fã e amo aquele filme, mas o Conan da literatura é um pouco diferente.

Recife Metal Law – Outros temas épicos também são abordados. Essa sempre será a temática abordada nas letras do Grey Wolf?
Fábio –
Sempre! Pelo menos em 90% do nosso trabalho. Adoro o tema, coleciono filmes épicos, sempre me interessei por isso. Já fui muito para as montanhas de Minas fazer umas fotos com vestimenta épica, espada, escudo... (risos) As fotos ficaram até legais, apesar de eu ser um fracote magricela. (risos)
 
Recife Metal Law – Recentemente vocês tocaram no festival Ruídos do Sertão. Você acha que esse festival abre um leque de novas oportunidades?
Fábio –
Com certeza! É um festival que já tem nome no cenário nacional. Para nós foi uma honra ser convidado a dividir o palco com grandes nomes. Já fui contatado por uma pessoa na semana seguinte ao
‘fest’, que estava lá e gostou da gente; quer nos levar para a Bahia para tocar em um dos eventos que ele organiza. Então posso dizer que abre portas com certeza. Foi uma boa vitrine para a banda.

Recife Metal Law – Além de contatos com produtores da Bahia, produtores de outros estados mantém contato com o Grey Wolf, possibilitando, assim, uma possível turnê que abranja diversas cidades do Brasil?
Fábio -
Acho que ainda é cedo para que isso ocorra. A gente começou como banda tem pouco tempo, cerca de dois anos, e dentro desse tempo rolou muita coisa, mudança de integrantes e outras coisas. Somente de uns dois meses pra cá que conseguimos estabilizar a formação. Então eu acho que temos que trabalhar muito ainda pra chegar em um nível desses. Mas vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente. Uma coisa é certa: vamos sempre trabalhar firme com a banda e procurar produzir o máximo.

Recife Metal Law – Fugindo um pouco sobre a Grey Wolf, você agora tem um novo negócio, que é a distro. Como surgiu a ideia de montá-la?
Fábio –
Foi uma coisa que surgiu naturalmente. Veja bem, pelo fato de ter lançado os ‘Grey’ de forma independente tenho caixas e caixas de CDs aqui. Faço muitas trocas com bandas do Brasil e com alguns selos do exterior também. Vem dando certo até o momento. E agora estou fazendo patches de bandas também.

Recife Metal Law – Como você informou anteriormente que faz troca e creio que vendas também, como tem sido a receptividade dos álbuns no exterior?
Fábio –
Já vendi para o Japão, Alemanha, Irlanda, Grécia, além de trocas com caras da França, Espanha, Argentina e Equador. Receptividade boa. Propus uma troca de material para a Stormspell Records dos EUA e eles acabaram querendo relançar. Receptividade melhor impossível! (risos)

Recife Metal Law – Como surgiu a Brothers of Swords, que lançou o “United for Metal”? Conte-nos como foi o processo de gravação e composição. Pelo que vi há pessoas de várias cidades nesse projeto...
Fábio –
Foi uma ideia que tive na época. Compus as músicas e convidei ‘brothers’ de outras bandas, cuja temática fosse similar a do Grey Wolf. Convidei quatro vocalistas e compus a parte instrumental de uma música para cada um deles, e mais uma música, que é a faixa “Brothers of the Sword”, onde todos nós dividiríamos as partes do vocal. Gravação da parte instrumental ficou ao meu cargo e do Luiz Camargo (guitarra). Cada vocalista gravou sua linha vocal em sua cidade e passamos tudo para o Arthur Migotto, que ficou como engenheiro de som nesse projeto o que elevou a um patamar acima dos álbuns do Grey Wolf. O resultado foi surpreendente, agradou a todos os envolvidos, o que foi muito importante. Considero esse meu melhor trabalho até o momento e devo isso ao fato de ter esses ‘brothers’ envolvidos no projeto. Sozinho não alcançaria nunca esse resultado.

Recife Metal Law – Voltando o assunto para a Grey Wolf, o que podemos esperar desse terceiro disco, além da melhor produção e arte?
Fábio –
Eu particularmente estou muito animado com esse álbum. Na minha humilde opinião esse deverá ser nosso melhor álbum. Mas gosto é gosto. O pessoal tem que ouvir e tirar suas próprias conclusões. O álbum terá a participação magistral do Arthur Migotto (ex-Hazy Hamlet) e do tecladista Yuri Fulone, que engrandeceu o álbum com suas participações. Acho que esta um álbum mais maduro.

Recife Metal Law – Agradeço pela entrevista. Deixe suas considerações finais.
Fábio –
Muito obrigado pela oportunidade de falar um pouco do Grey Wolf. Agradecer a todos que apoiam nosso trabalho, que mantém a chama do Heavy Metal acesa e nos dar forças para seguir em frente. E dizer que o Grey Wolf sempre levantará a bandeira do verdadeiro Heavy Metal, contra tudo e contra todos. Hail!

Contatos: Avenida Tomás Gonzaga, 190, Ap. 101 – Inconfidentes. Contagem/MG. CEP: 32.260-150.
E-mail: fabio.paulinelli@bol.com.br

Entrevista por Renan Williams & Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação