SEVEN KEYS





A banda Seven Keys surgiu no interior mineiro, na cidade de Guaxupé, há mais de 20 anos, porém, durante toda a sua carreira no apresentou apenas dois trabalhos: o EP “Seven Bullets” (2008) e o álbum de estreia “Visions of Time” (2015). Apesar dos poucos lançamentos, a banda se mantém ativa desde a sua formação e ambos os trabalhos são amostras poderosas do que é a sonoridade dessa banda, que no EP tinha uma veia mais Hard Rock com algo do Rock dos anos 70 e o Heavy Metal, enquanto que o seu álbum de estreia segue uma linha mais calcada no Heavy Metal. Com uma formação sólida - Anderson Stampone (guitarra e backing vocals), Carlos Stampone (vocal e baixo) e Willian Ferreira (bateria) - já há bastante tempo, a banda se mantém firme, inclusive já trabalhando em novas músicas para um futuro lançamento. A seguir, na entrevista, saberemos um pouco mais sobre a banda.

Recife Metal Law - Conheci a Seven Keys por intermédio do EP “Seven Bullets”, o qual recebi por intermédio do Lucas Dias, do Imperfect Souls. É um EP excelente, com apenas três músicas, mas que mostrou uma banda que sabe o que faz, transitando entre o Hard Rock e o Heavy Metal. Como foi a receptividade desse material e qual a importância dele para o Seven Keys?
Anderson Stampone -
Primeiramente olá e muito obrigado pelo contato! Vamos lá então... A banda teve início em 1998. Como toda banda, começamos a fazer covers. Nessa época já procurávamos tocar músicas nesse estilo mais focados no Hard Rock e Heavy Tradicional, diferente do que outras bandas tocavam na época. Em 2008, quando lançamos nosso EP, focamos também nessa sonoridade que foi muito bem aceita pelo público e mídia especializada. Essa abordagem teve muita importância para o caminho que a Seven Keys percorreu nesse estilo.

Recife Metal Law - Por intermédio também do Lucas, quando a banda dele tocou na capital pernambucana, recebi o álbum de estreia do Seven Keys, “Visions of Time”. O álbum já tem um tempo de lançado, porém também levou um tempo para suceder o EP, mais precisamente sete anos. Coincidência ou planejado, em razão do número sete?
Anderson -
Grande Lucas! Parceiro da banda que tem nos ajudado bastante. Por mais interessante que pareça, não foi proposital. Porém aconteceram coincidências em vários momentos durante as composições ou atitudes da banda. Por exemplo, a “Seven Bullets” acabou sendo a sétima faixa do álbum; as gravações das guitarras levaram sete dias para finalizar e o nome do estúdio de gravação é Fábio Dias 7 Studio. Interessante e simplesmente coincidências.

Recife Metal Law - A formação permanece a mesma desde o lançamento do EP. Com todo esse tempo junto, como foi todo o processo criativo para o álbum de estreia?
Anderson -
Desde o começo o processo de composições tem sido o mesmo. Cada um dos três integrantes trazem temas e ideias para as músicas, quando nos juntamos para ensaiar pegamos tudo isso e colocamos
em prática criando melodias e, assim, as canções.

Recife Metal Law - Além do trio, o álbum contou com a participação especial, nos teclados, de Fabio Laguna, assim como ocorreu no EP. A inserção dos teclados nas músicas criou um clima interessante. Mas como a banda faz para reproduzir as linhas de teclados ao vivo?
Anderson -
Fábio Laguna é um amigo de longa data. Por ser um músico altamente requisitado e tocar em grandes bandas nem sempre está disponível para nossos shows. Apesar dos teclados fazerem parte do clima das músicas da Seven Keys, criamos de forma que podem ser executadas ao vivo sem os teclados. Assim, utilizamos apenas ‘playback’ para as introduções de algumas músicas.

Recife Metal Law - O disco soa bem íntegro e honesto. É um Heavy Metal feito com ‘feeling’ e sem exageros e não tão Hard Rock como foi o EP. A banda tem personalidade e mostrou isso em “Visions of Time” que, mesmo carregando aqui ou ali suas influências, tem características próprias. Houve a preocupação, na hora de compor as músicas para o álbum, de não soar parecido com essa ou aquela banda?
Anderson -
Sim, claro! Apesar de termos influências de Saxon, Accept, Helloween, tínhamos a preocupação de fazer o possível de não soar igual a nenhuma das bandas. Com a característica de cada músico, moldamos o som da Seven Keys para se tornar coeso, com uma identidade própria.

Recife Metal Law - Como mencionei, o disco é bem linear, com músicas bem arranjadas e sem exageros. Temas como “No More Games”, a excelente “Bloodsuckers” (essa vem com uma letra forte, melodias apuradas e bastante peso), “Seven Bullets” e “Banshee”, para citar apenas quatro, nos apresentam boas doses de peso e melodias apuradas. Inclusive, “Banshee” ganhou um videoclipe. Qual a razão de essa música ter sido a escolhida para um vídeo?
Anderson -
A música “Banshee” é aquele tipo de escolha que você visa o produto. Exemplo: música boa, um bom refrão que vai se destacar e estávamos em uma ‘vibe’ tipo “Thriller”. Foi muito legal fazer esse vídeo e ver o resultado final.

Recife Metal Law - A última música, “Crickets in Mind”, é uma faixa bônus e flerta com o Hard Rock, mas sem deixar de lado o Heavy Metal. Ela foi composta por Flavio Marx e tem os vocais de Nando Fernandes. Por que essa música consta na lista de faixas como uma bônus?
Anderson -
O Flávio Marques, que também é compositor, um grande amigo nosso e apoiador da banda, convidou a Seven Keys para gravar algumas de suas músicas pop na versão mais “Hard”. Em agradecimento escolhemos essa música, com a participação do convidado, por Flávio Marques, Nando Fernandes, para entrar como faixa bônus no CD. Foi muito legal o trabalho da banda com as músicas do Flávio.

Recife Metal Law - Ainda falando sobre as músicas, as minhas preferidas são “Bloodsuckers”, em razão do que comentei acima, e “Living For Tonight”, que é uma de minhas músicas preferidas do Seven Keys, desde que a ouvi no EP. Quais músicas a banda apontaria como as que mais definem sua sonoridade?
Anderson -
Sem dúvidas a música “Seven Bullets” - pela história da banda -, “Shadows of Another Life” e “No More Games” são exemplos que compõem a personalidade da banda.

Recife Metal Law - A arte gráfica ficou bem enigmática e rica em detalhes. O artista responsável pela concepção da arte foi João Duarte, que também enriqueceu bastante o encarte. A arte, como um todo, era o que a banda procurava para ilustrar o álbum?
Anderson -
Já conhecíamos João Duarte de outros trabalhos. Tínhamos certeza que ele traria um ótimo resultado. Passamos o tema do CD “Visions Of Time”, o que ele representava e o nome de cada música. Com isso fomos trabalhando a concepção visual da capa e do encarte. O resultado nos deixou muito satisfeitos. Com certeza poderemos trabalhar juntos no futuro.

Recife Metal Law - A produção sonora está num bom patamar e ficou a cargo da própria banda. Produzir o próprio álbum já estava nos planos?
Anderson -
Sempre esteve em nosso planos estarmos no controle da produção do nosso álbum. Primeiro pelo fato de atingirmos a sonoridade que procurávamos. Segundo, pela região onde moramos temos poucos estúdios e recursos. Portanto, tivemos que nos virar sozinhos em termos de produção. O estúdio foi de nosso amigo Fábio Dias, que ficou por conta de mixagem e masterização.

Recife Metal Law - Com relação à parte lírica, a banda aborda diversos temas, sempre com uma temática séria, mesmo que o tema seja a Mesoamérica (“Teotihuacan”). O Seven Keys procura passar alguma espécie de mensagem com suas letras?
Anderson -
Sim, abordamos vários temas, desde históricos, contemporâneos e fictícios. Cada um passa a sua mensagem e escrevemos de forma que o ouvinte possa vivenciar a letra na sua imaginação.  

Recife Metal Law - Guaxupé é uma cidade mineira que fica muito próxima ao Estado de São Paulo, de cidades do interior de São Paulo. Essa distância ajuda ou atrapalha a banda, no que se refere a shows?
Anderson -
Ajuda sim! O estado de São Paulo tem muitos eventos. Dentro de todos esses anos a Seven Keys vem participando de festivais de Rock e recebido muitos convites para encontro de motociclistas, viajando por todo interior de São Paulo e sul de Minas.

Recife Metal Law - “Visions of Time” já tem sete anos de lançado. A banda já trabalha em algo novo? Um próximo álbum de estúdio?
Anderson -
Estávamos em produção de novas músicas, mas devido à pandemia ficamos totalmente parados, sem nenhum processo de composição. Nesse tempo fizemos apenas duas ‘lives’, onde lançamos o CD “Visons Of Time” ao vivo, na íntegra. Mas esperamos em breve, até o fim do ano, lançar três novas músicas. Seven Keys agradece ao Recife Metal Law! Ficamos muito felizes pela entrevistas e aguarde, pois em breve vem novidades.

Site: www.facebook.com/sevenkeysoficial

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação