O Oldlands é um projeto capitaneado por Vox Morbidus, o qual é integrante de bandas como Evilusions, Mortuoa, Sadsy, Waking For Darkness, Warmony, Duress Soulles. Essa ‘one-man-band’ tem por objetivo voltar ao passado e homenagear o velho Black Metal, mais especificamente aquele advindo dos países nórdicos. O primeiro álbum de estúdio é uma amostra disso, pois apresenta uma atmosfera musical que remete o ouvinte àquele período e as bandas nórdicas. Na entrevista a seguir, Vox Morbidus responde, de forma sucinta, questões relacionadas ao projeto, lançamento e até mesmo o seu futuro.
Recife Metal Law – Oldlands, em tradução livre, quer dizer “Antigas Terras”. De onde surgiu a ideia para colocar esse nome no projeto?
Vox Morbidus - A ideia vem do fato desse projeto ter uma sonoridade anos 90.
Recife Metal Law – O projeto surgiu em 2017 e, no mesmo ano, lançou um single. A intenção, com o lançamento desse single, era apresentar ao público o Oldlands ou mostrar, simplesmente, uma prévia do álbum de estreia?
Vox Morbidus - A intenção era realmente de apresentar a banda, mas como já estava com a intenção de gravar o álbum acabou sendo uma prévia.
Recife Metal Law – Vox Morbidus é a mente por trás do Oldlands. Você já fez/faz parte de outras bandas, dos mais variados estilos, inclusive tem outro projeto “one-man-band”. Sendo assim, de onde surgiu a necessidade de criar o Oldlands?
Vox Morbidus - Diferente de outras bandas, Oldlands tem uma sonoridade mais crua, sem muita produção, e eu gostaria de gravar algumas músicas assim, gosto disso. Poderia fazer isso com a banda Mortuo, por exemplo, mas não faria sentido regredir na sonoridade.
Recife Metal Law – O álbum de estreia, “Source of a Eternal Darkness”, conta com oito músicas, entre elas, uma instrumental e um cover para “Metal Maldito” do Escaravelho do Diabo. Qual a razão para inserir esse cover no álbum?
Vox Morbidus - Escaravelho do Diabo é uma banda que tenho admiração e respeito. Nada mais justo que homenagear a banda.
Recife Metal Law – A sonoridade da banda tem como uma de suas influências o Black Metal nórdico, principalmente nas linhas vocais, que seguem uma linha mais agressiva. A parte instrumental, apesar de trazer essas influências, mais precisamente nas linhas velozes, também mostra algo mais próprio, com a inserção de solos, por vezes ríspidos, por vezes trazendo algumas melodias. Eu apontar que as bandas nórdicas da década de 90 influenciaram o som do Oldlands de alguma forma te incomoda?
Vox Morbidus - Não me incomoda, pois a intenção é voltar ao passado, onde as boas bandas gravavam suas músicas de forma simples, mas com atitude. Às vezes precisamos olhar para o passado. O mundo está mais moderno, muitas vezes sem graça, parece que batemos em uma parede e não temos mais para onde ir na produção musical. Essa sonoridade me traz boas lembranças.
Recife Metal Law – Mas nem todas as músicas tem essa influência, já que a parte instrumental de “Field of Victory” transborda influência do velho Heavy Metal mais sujo da década de 80...
Vox Morbidus - Realmente, nem sempre as músicas seguirão um mesmo padrão. Tenho muitas influências. Mas a ideia de sonoridade antiga será sempre mantida.
Recife Metal Law – Liricamente, a temática abordada nesse álbum passa pelo repúdio ao cristianismo, batalhas e até mesmo algo mais depressivo, como ouvido em “I Just Want to Die”. De onde veio a inspiração para compor a parte lírica do álbum?
Vox Morbidus - De uma forma geral o álbum segue apenas uma sequência de ideias que tive ao longo de um tempo. Basicamente a mesma temática que abordo em outras bandas.
Recife Metal Law – Em “I Just Want to Die” houve a participação de Profanuz Daiamon, que faz parte de outras bandas (Waking For Darkness, Warmony) que você participa. Mas qual a razão da participação dele justamente nessa música?
Vox Morbidus - Quando estava em processo de composição eu achei que o vocal do Profanuz se encaixaria perfeitamente nessa música. Ele tem mais o gutural, diferente da voz que faço. No final ficou melhor do que eu esperava.
Recife Metal Law – A parte gráfica veio numa tonalidade em preto e branco, com o branco tendo mais ênfase. Isso não é algo comum na parte gráfica de uma banda/projeto de Black Metal. Por que dar ênfase no branco na arte gráfica desse álbum?
Vox Morbidus - A maioria das bandas preferem o contrário, por isso resolvi buscar uma arte com fundo branco.
Recife Metal Law – As imagens, tanto na capa como no encarte interno, são totalmente ligadas ao Black Metal, trazendo galhos secos, bodes, pentagramas, cruzes invertidas... Os desenhos ficaram a cargo de Moisés Alves (Hellforge Metal Art). Toda a concepção gráfica foi dele ou houve alguma ideia de tua parte?
Vox Morbidus - Basicamente todas as artes eu adquiri já prontas, apenas a arte em formato de moldura eu encomendei. Mas todas as ideias dos detalhes vieram do Moisés. Ficaram ótimas!
Recife Metal Law – “Source of a Eternal Darkness” também ganhou uma versão em fita K-7, lançada pelo selo Ancient Entity Records. Nessa versão em K-7, sai o cover do Escaravelho do Diabo e entra um cover para “Dark Plague” do Sadsy. A razão para mudança do cover foi só para diferenciar as versões (CD e K-7)?
Vox Morbidus - Na versão escocesa, eu prometi uma música que não havia sido lançada aqui no Brasil para poder diferenciar e aumentar o interesse na aquisição, pois já havia lançado uma K-7 no Brasil antes pelo selo Diabo Records, versão com a cover do Escaravelho do Diabo. Lembrando que nessa versão ‘gringa’ a capa também tem uma modificação na posição da logotipo.
Recife Metal Law – Existe a possibilidade de uma versão em vinil?
Vox Morbidus - Sim, sempre há essa possibilidade, desde que algum selo tenha o interesse nesse lançamento.
Recife Metal Law – Por fim, há a intenção de transformar o Oldlands em banda, para shows, ou o objetivo é apenas ter o projeto para gravar em estúdio?
Vox Morbidus - A princípio apenas em estúdio.