CARNIÇA
“Temple’s Fall… Time to Reborn”
Independente – Nac.
Após doze anos, finalmente a banda gaúcha Carniça chega ao seu segundo álbum, “Temple’s Fall... Time to Reborn”. O início do álbum já começa com a tensa “Oil War”, com sons de cantos árabes, tiros e explosões, de cara mostrando do que sua letra trata. Quando o instrumental entra, é melhor afastar o que está por perto, pois a fúria é incontrolável! Thrash Metal veloz e furioso, mas sem deixar de lado as ‘paradinhas’ matadoras e que servem para testar se o pescoço está realmente pronto para o bangin’. O álbum não poderia ter começado de forma melhor. Como a Carniça é uma banda que surgiu em 1991, a sua sonoridade ‘old school’ soa bem natural, com destaque para os volumosos solos do guitarrista Parahim Neto (responsável por alguns backing vocals), que também não poupa nos riffs, pesados e densos. Os vocais de Mauriano Lustosa seguem uma linha mais grave, o que deixa a sonoridade da banda, em alguns andamentos, bem tensa, enquanto que seu baixo é de suma importância para deixar a sonoridade mais encorpada. Achei bem interessante o tipo de distorção usado nas linhas de baixo. Já a bateria de Marlo Lustosa é um verdadeiro ataque bélico, com passagens marcadas e que soam como um chamado à guerra. A banda mostrou total coesão nas linhas instrumentais, e seu som é bem característico. Sinceramente, não consegui traçar um paralelo entre a banda Carniça e alguma outra banda de Thrash Metal, mostrando que a banda tem personalidade, esta conseguida em 20 anos de carreira. Ouçam “Till the End” e a excelente “Immortal” (apesar do imortal – desculpem-me o trocadilho – “ashes to ashes, dust to dust” no seu início) e mantenham o pescoço imóvel, se capazes forem. Essa música ainda contém alguma passagens mais acústicas, que só veio a enriquecer a parte instrumental. Entre as sete músicas presentes nesse álbum (a última é uma instrumental, no melhor estilo Metallica, e recebe o título de “Paradise”), existe um cover para “Hell Awaits” do Slayer. Thrash Metal em estado puro!