DESECRATED SPHERES
“The Unmasking Reality”
Independente – Nac.
O Desecrated Spheres surgiu das cinzas da banda CollaseNR, e o mais curioso é que a banda surgiu em janeiro de 2011, e de cara mandou um full lenght, o aqui comentado “The Unmasking Reality”. O que mais impressiona é a qualidade atingida por uma banda tão nova e no seu primeiro álbum. Simplesmente assustadora (e absurda) a qualidade desse quarteto formado por José “Motor” Mantovani (baixo), Rodolfo Bassani (bateria), Gustavo Lozano (guitarra) e Renato Sgarbi (vocal). O que encontramos nesse primeiro álbum é um Death Metal altamente técnico, pesado e devastador, com várias ‘quebras’ de andamento, onde a banda procurou mais dar peso e acrescentar passagens técnicas do que imprimir velocidade e brutalidade sem limites. Alguns podem torcer o nariz por causa da técnica, mas para aqueles que curtem um Death Metal que foge do lugar comum (e mesmo assim mantendo as raízes do estilo intactas), o Desecrated Sphere é a banda indicada. As influências foram condensadas de tal forma que torna o som da banda em algo bem peculiar e, claro, bem atrativo, sem soar maçante no decorrer do álbum. Um dos grandes destaques são as linhas de baixo produzidas por José Mantovani, bem contundentes e presentes em todas as músicas. Como exemplo cito as furiosas “Gospel is Dead” e “Century of Tyranny”, onde o baixo cria uma atmosfera bem diferente na sonoridade Death Metal produzida pelo grupo. Os vocais seguem uma linha bem cavernosa, gutural, e alguns riffs de guitarra (as guitarras nesse álbum foram gravadas por Rubens Fraleone) chegam a lembrar o Cannibal Corpse, felizmente sem soar uma mera cópia. A bateria é, ao mesmo tempo, técnica (nos momentos de maior ‘quebradeira’) e brutal (quando as músicas apresentam maior velocidade e rispidez). O trabalho, apesar de lançado de forma independente, vem bem profissional, com um encarte bem caprichado, inclusive com algumas imagens ilustrando as letras de algumas músicas. A gravação/mixagem, feitas no Área Livre Estúdio (São Paulo) e Stage One Studio (Alemanha), ficaram num bom patamar. Enfim, um álbum de Death Metal com cara própria e uma grata promessa surgindo em terras brasileiras!