ALCOHOLIC TRENDKILL
“Alcoholic Trendkill”
Metal Machine – Nac.
Esse material, sucessor da Demo “Stay Drunk”, deveria ser o primeiro álbum da banda catarinense Alcoholic Trendkill, mas em razão de problemas em arranjar um selo para fazer o lançamento, foi lançado como um EP, e não prensado de forma oficial. Mesmo não sendo prensado de forma oficial, o trabalho vem envolto numa boa arte gráfica, com encarte em envelope, mas trazendo um encarte sobressalente, com diversas informações, inclusive as letras das nove músicas presentes (a faixa “The Killer Action” é apenas uma “Intro”) nesse trabalho. As letras são bem interessantes e não tratam, basicamente, do que o nome da banda leva a acreditar, mas, também, de vários assuntos do cotidiano. A sonoridade da banda passeia pelo Thrash Metal, mas não se prendendo apenas a esse estilo, haja vista que algumas passagens chegam a lembrar o Stoner Rock/Metal, com alguns riffs na linha dos feitos por Tony Iommi (Black Sabbath). E os riffs, criados por Peterson Martins e Vitus Coan, são bem densos, pesados e, por que não dizer, criativos, já que não ficam num lugar comum, seja qual estilo a banda esteja tocando. Alguns andamentos soam, em doses homeopáticas, modernos, como ouvido em “Fear to Fall”, mas a precisão e peso fazem com que o ouvinte queira acompanhar a música batendo cabeça. Os solos também são bem criativos, precisos e cativantes. As linhas vocais de Frank Rodriguez seguem uma linha mais gritada, mas não sendo levado ao extremo e casa muito bem com a linha instrumental criada pela banda. A ‘cozinha’ (baixo e bateria), que nessa gravação contou com diversos músicos (no entra e sai de integrantes), acrescenta ainda mais peso a proposta sonora do Alcoholic Trendkill, indo de levadas pesadas a algo mais cheio de groove e com andamentos ‘quebrados’. O álbum é bem linear, mas os grandes momentos vêm com “Alcoholic Trendkill”, uma música com uma levada mais Stoner Metal, inclusive com algumas ‘pegadas’ a lá Pantera e Metallica, e “The Prophecy”, que vem bem Heavy Metal, mas com a urgência da sonoridade feita pelo Pantera. Um bom trabalho, com uma boa gravação e uma sonoridade característica. Alguns se agradarão, outras torcerão o nariz, mas, com certeza, ninguém vai ficar indiferente.