Após quatro anos, a banda paranaense Necropsya chega ao seu segundo álbum de estúdio, “Distorted”, também lançado de forma independente. O álbum é longo e mantém a pegada Thrash Metal da banda, porém acentuando, neste trabalho, uma maior técnica na parte instrumental. As partes intricadas agora aparecem com maior frequência, além de andamentos mais trabalhados e ‘quebrados’. Mesmo soando Thrash Metal, o Necropsya carrega em sua identidade, e talvez a formação intacta tenha colaborado para isso. A banda permanece como trio, com Henrique Vivi (baixo e vocal), Henrique Bertol (guitarra e backing vocals) e Celso Costa (bateria e backing vocals), porém fazendo um som bem denso e compacto, sem deixar lacunas nas passagens, sejam elas mais pesadas e velozes ou até mesmo nas partes mais intricadas. As linhas de baixo, neste álbum, estão incrivelmente bem definidas e “na cara”, o que torno o som mais poderoso. É um típico som que chama o banger para bater cabeça, como pode ser ouvido na ‘marcada’ “Proud and Maggots”, que, em seu andamento instrumental, me fez lembrar a banda gaúcha Distraught. As vocalizações continuam como no álbum anterior, ou seja, carregadas de agressividade, trazendo partes guturais e, por vezes, algumas passagens mais limpas. Outra coisa que impressiona nesse álbum é o grau de profissionalismo adquirido pela banda, não só na parte instrumental, mas também no quesito gravação e arte gráfica. Mesmo trabalhando de forma independente, o Necropsya lançou um trabalho impecável, cheio de cuidados, seja na gravação ou na parte gráfica. O encarte vem com diversas páginas, num tipo de papel que faz gosto você manusear e acompanhar as letras das músicas. Novamente a banda apostou numa arte de capa mais abstrata, assim como no seu primeiro álbum. Voltando ao lado musical, como já mencionado, a banda soa bem peculiar, e com uma musicalidade que agradará quem gosta de boa música e que não se prende a clichês. São treze faixas, cada uma soando de forma bem característica, mas sem deixar de ser Thrash Metal. Entre as músicas contidas no álbum existem duas cantadas em português: “Utopia” e “Stress”, outras soam bem agressivas, como “Ask Myself”, que contou com a participação de Daniel Gonzalez nos vocais, e “Son of a Bitch” vem mais cheia de Groove, mostrando todas as facetas do Necropsya nesse material. Quem já conhece o Necropsya, certamente se agradará desse novo álbum, e quem ainda não conhece, “Distorted” é uma boa oportunidade para tal.
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