ALKYMENIA
“Dark and Nebulous”
Independente – Nac.
Após o lançamento de um EP e um single, a banda caruaruense Alkymenia chega, finalmente, ao seu primeiro álbum. Lançado de forma independente, “Dark and Nebulous” mostra uma banda verdadeiramente afiada e com sangue nos olhos. A mescla entre o Death e o Thrash Metal, e momentos de pura brutalidade estão ainda mais latente. Porém se nota, nesse álbum, influências do velho Black Sabbath em alguns riffs e até mesmo influência do Pantera em alguns andamentos. A primeira música, “Gates of Hell” já traz essas influências, já que é uma mescla de tudo que foi descrito anteriormente. Riffs velozes, vocais agressivos, baixo pulsando, bateria alternando brutalidade e andamentos compassados e algumas linhas de guitarras totalmente influenciadas pelo velho Black Sabbath. Isso numa mesma música! O trio formado pelos irmãos Lalo (vocal e baixo), Sandro Silva (guitarra) e Dennis Kreimer (bateria) apresenta um trabalho de estreia de alto nível, tanto pelas composições apresentadas, como pelo profissionalismo, já que o álbum, mesmo lançado por conta própria, vem bem cuidado, seja na parte gráfica ou sonora, mostrando que o Alkymenia vem trabalhando de forma a elevar o nome da banda no meio Underground nacional. As músicas mostram uma dose elevada de violência, mas cada uma trabalhada de forma peculiar, com cada nota sendo bem construída, como é o caso da insana “Nebulous Flash”, de andamento cadenciado (em meio a vocais demolidores) e linhas de guitarras totalmente influenciadas pelo velho Heavy Metal, e ainda trazendo um solo desconcertante. Não há mesmice em nenhuma das músicas; não há mesmice em nenhum andamento e o ouvinte não sabe o que esperar a cada linha instrumental apresentada. E isso torna o álbum indispensável para os adoradores de uma música extrema, brutal, mas que não se prende aos clichês do estilo. Alguns podem dizer que a banda, por fazer as músicas nesses moldes, não tem uma identidade definida, mas é justamente o contrário: a banda faz uma música com características próprias, se utilizando de estilos que alguns julgam não poder ser inovados. É muito bom poder ouvir uma banda que faz uma música cheia de atrativos, e que não precisa se utilizar de elementos exteriores (que fogem do Heavy Metal e seus subestilos) para mostrar, sim, que pode se fazer música pesada sem desvirtuar o estilo. Falando em não desvirtuar o estilo, a música “Carnal Desire” tem forte influência, em riffs e andamentos, totalmente influenciado pelo Slayer e pelo já citado Pantera. Para os menos desavisados, logo na primeira audição vai pensar ser um cover de uma ou outra banda. Enfim, um álbum que empolga do início ao fim e que só dar descanso em “Asking For Silence”, uma música tenebrosa instrumental.
Resenh por Valterlir Mendes