Oriunda de Minas Gerais, a banda Lothlöryen completa, em 2012, dez anos de estrada e, com o seu novo álbum de estúdio, “Raving Souls Society”, decidiu deixar de lado qualquer referência a Tolkien (exceto a última faixa, “My Old Tavern”, uma espécie de adeus ao mundo do escritor) e adotar um conceito único para “Raving Souls Society”: as diversas manifestações que a loucura tem e como influencia e influenciou em episódios históricos e no cotidiano das pessoas: o nazismo e como um lunático pode mudar os cursos da história quando tem o poder, a loucura das Cruzadas que pôs cristãos contra muçulmanos em uma guerra em nome de Deus que na verdade é o mesmo Deus, a loucura da Inquisição, entre outros fatos históricos. Por esse motivo, o álbum (cujo título traduzido é “A Sociedade das Almas Delirantes”) pode ser considerado o primeiro álbum conceitual do Lothlöryen.
Musicalmente falando, “Raving Souls Society” mostra que a sonoridade de Lothlöryen tem mudado com o passar do tempo, tendo agora uma dose extra de peso, porém, mantendo as características e personalidade da banda. Um exemplo é a música “Face your Insanity”, rápida e bastante estimulante, que traz guitarras pesadas e uma cozinha densa, mas com um refrão extremamente melódico.
Além da citada, podemos destacar também as faixas “To Live Forever”, uma música com um belo potencial radiofônico, e “Hypnertomachia”, com um Q de fantasia e que conta com a participação da vocalista do Ecliptyka, Helena Martins.
Produzido, mixado e masterizado por Raphael Augusto Lopes, ex-guitarrista de Torture Squad e que já trabalhou com bandas como Dr. Sin, Hangar e Scelerata, “Raving Souls Society” é um álbum bem equilibrado e versátil, mesclando peso e melodia de forma bem refinada. O perfeito cartão de visitas para os futuros fãs do Lothlöryen.