Eu tenho uma enorme satisfação em poder fazer a resenha de um material da Losna e fico feliz toda vez que a banda lança um novo disco. Essa banda, que, desde o seu início, lá em 1997, é capitaneada pelas irmãs Débora e Fernanda Gomes, é um verdadeiro exemplo de perseverança e luta no meio Underground. “Absinthic Wrangles” é o quarto álbum de estúdio da banda e marca algumas mudanças. A primeira é a mudança de selo, já que esse disco foi lançado pela True Metal Records, depois de anos em parceria com a UGK Discos. E por falar em anos, a segunda mudança é que esse disco marca a despedida do antigo baterista Marcelo Índio, que segurou as baquetas da Losna por duas décadas. O que não muda, mesmo, é a amargura da sonoridade da Losna. A forma como Fernanda e Débora compõem as músicas da banda é uma marca registrada desde o seu início, o que não quer dizer que a banda soe igual a tudo o que já fora feito por ela mesma. É uma espécie de evolução dentro do que sempre foi proposto, musicalmente, pela banda. Nesse novo disco podemos “ouvir todo o amargor” sonoro, em levadas que vão do Thrash Metal ao Hardcore e até mesmo ao Death Metal (em doses menores), passando por momentos de agressividade/velocidade por algo mais cadenciado e pesado, algo que já ouvimos na música de abertura “Street Fighters”, com um belo trabalho de bateria de Marcelo e boas ‘quebras’ de andamentos no decorrer da música. Os vocais de Fernanda, no disco, trazem a marca dela, que é transitar entre o gutural e o grave, monstrando, ainda, que os graves do seu baixo deixam a sonoridade da banda ainda mais pesada. Já Débora apresenta uma infinidade de riffs, além de solos cortantes de sua guitarra, por muitas vezes ditando o andamento da músicas, como bem ouvido em “Catch - As - Catch - Can”. Débora também foi responsável pelos vocais de “Extreme Sumo”, porém com as linhas vocais bem parecidas com a de sua irmã. A temática lírica desse álbum é conceitual e gira em torno de lutas, artes marciais, fazendo um paralelo com perseverança e luta diária para se vencer obstáculos. A gravação do álbum está sensacional! A parte gráfica, algo que também é contumaz na história da banda, vem num tom esverdeado, fazendo menção ao absinto, serpentes, caveiras, além de o layout do encarte trazer artes que se ligam com o tema lírico abordado. Sem dúvidas, “Absinthic Wrangles” é mais um disco que agradará em cheio quem gosta da musicalidade amarga da Losna.
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