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Reviews Shows

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

Visions of Rock

Já fazia um bom tempo que não conferia show em Caruaru, cidade do interior pernambucano, mais conhecida pelas suas festividades juninas, mas, também, por sempre abrigar eventos direcionados ao Heavy Metal, sendo o Visions of Rock, do batalhador Levi Byrne, um dos que vem movimentando o cenário Metal daquela cidade.

Temendo as péssimas condições da estrada, algo típico no interior pernambucano, decidimos (eu e mais dois amigos) por sair logo cedo, afinal é uma viagem relativamente longa de Macaparana, onde residimos, para Caruaru. Sempre ocorrem atrasos, mas a viagem foi tranquila, com um bom som rolando e algumas cervejas para refrescar, afinal o calor ainda era grande por volta das 16h00.

Pegamos a estrada apenas as 17h00 e devido às condições da estrada chegamos quase 20h00 em Caruaru. A cidade estava calma, sem muita movimentação no trânsito, típico do interior. A FAFICA – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru – não é um local de difícil acesso e, sendo assim, foi fácil encontrar. Ao chegarmos ao local, logo ao seu lado, ocorria uma festa religiosa, com direito a quermesse e tudo. Seria ironia esse “encontro”? Do profano com o “sagrado”? Voltando a falar sobre a Faculdade, mesmo sem adentrar, deu para ver que o local era bem amplo e já dava para ver o palco montado, com uma boa estrutura.

A movimentação na frente do local ainda era pequena, e dava para notar que uma boa parte do público viria de cidades e Estados vizinhos. Por volta das 21h00 o volume de Headbangers já tinha dado uma melhorada, com muita gente advinda da capital pernambucana, além, claro, do pessoal de Caruaru e de cidades como Campina Grande, Guarabira, Garanhuns...

Fiquei conversando com o pessoal no lado de fora, esperando a hora dos shows começarem, a essa altura já atrasados, afinal o evento estava marcado para ter início as 20h00 e por volta das 22h00 me dirigi para pegar o credenciamento. Devido à fila, acabei me atrasando e quase perdendo o primeiro show...

A novata banda pernambucana Blast Agony, que tem como seu ‘frontman’ Cristiano Alexandre, bem conhecido por ter sido o vocalista do Infested Blood, foi a responsável por dar início ao Visions of Rock. O público ainda era tímido (tanto em número como em agitação) no show dos pernambucanos, mas bem atento ao que era tocado. Infelizmente só pude conferir o final do show, quando a banda estava tocando a sua única música em português, “Visões do Outro Lado”, que contou com a presença de Pedro Tomaz (Necroholocaust) dividindo os vocais com Cristiano. Ficou bem interessante, haja vista a distinção entre os vocais, sendo um mais gutural e outro mais gritado. O final veio com covers brutais para “Raining Blood” (se isso pode ser possível) do Slayer, e “After World Obliteration” do Terrorizer, que não estava programado para ser tocado. Mesmo pegando o final do show, deu para notar que a qualidade de sonorização estava muito boa, sem se falar na ótima iluminação de palco. O Blast Agony, apesar de tender mais para o lado Brutal do Death Metal, com as guitarras ‘zunindo’, também procurar apresentar andamentos mais marcados e pesados. Os vocais de Cristiano estão mais inteligíveis, diferente do que ele fazia na época do Infested Blood.

Após o primeiro show fui dar uma conferida melhor no local, além de poder trocar algumas palavras com alguns velhos amigos presentes, como é o caso do lendário Antônio Rolldão (Kill Again Records), que pela primeira vez estava em Pernambuco, acompanhando o Violator. Para quem quisesse merchandising, havia uma grande variedade no local, de camisetas à LPs. A cerveja estava com um preço mais acessível do que em shows na capital e a movimentação no bar permaneceu até o fim.

Houve uma grande demora até que o KroW desse início ao seu show. Felizmente essa grande demora serviu para deixar o som bem nítido, e a massa sonora foi jogada sem qualquer pudor em cima do público desde a primeira música do ‘set’, “Relentless Disease”, música que dá título ao mais recente EP da banda, lançado ano passado. Por falar em ano passado, a banda estava tocando pela segunda vez em Pernambuco, já que havia se apresentado no Abril Pro Rock de 2014. A fúria continua a mesma, com um instrumental bem definido, despejando riffs violentos, por vezes velozes, por vezes mais contidos, numa boa mescla entre a densidade do Death Metal e a raiva do Thrash Metal, chegando a lembrar, em alguns momentos, os primórdios do Sepultura. Os vocais de Guilherme Miranda, que também é responsável por uma das guitarras, segue aquela típica linha Death Metal, indo do gutural ao rasgado. O quarteto mostrou grande vigor e intensa movimentação em palco, com muito bangin’, algo que não se mostrou presente no público, ainda bastante contido e apenas conferindo a performance, como sempre, avassaladora do KroW. O ‘set’ não foi muito longo, mas que contemplou pedradas de toda a discografia da banda, como “Retalliated”, “Abominations”, “Endless Lashings” e a violenta “Before the Ashes”, que serviu para encerrar o show dos mineiros de forma brutal e caótica. Certamente um dos nomes mais fortes da nova safra do Death Metal brasileiro.

Não houve um prévio anúncio da ordem das bandas. O KroW saiu do palco e mais alguns ajustes foram feitos para a banda seguinte (ainda faltavam três bandas). E depois de uma pequena espera...

...Sobe ao palco uma das mais lendárias bandas do Death Metal mundial: Vital Remains, capitaneada pelo não menos lendário guitarrista Tony Lazaro, o qual veio acompanhado de Gaeton “Gator” Collier (baixo/vocal), James Payne (bateria) e Dean Arnold (guitarra) e o insano vocalista Brian Werner, que deu um show à parte. O show teve início com a ‘intro’ “Where is Your God Now?”, logo seguida da brutal “Icons of Evil”. Nisso o público, mesmo que de forma tímida, foi para junto da grade que protegia o palco. Ficou bem interessante a alternância de vocais de Brian com Gaeton, inserindo momentos mais guturais com passagens mais ríspidas. Novamente a sonorização estava muito boa, a meu ver, já que deixou toda a parte instrumental bem definida, nítida, além dos vocais ficarem bem claros e audíveis. Aos poucos o público começou a agitar, inclusive abrindo algumas rodas, fazendo alguns mosh pits, o que foi aumentando à medida que temas como “Scorned”, “Black Magic Curse” e a longa e maravilhosa “Forever Underground” eram executados. Nota-se que a banda deu maior ênfase aos seus trabalhos mais recentes e, dessa forma, mais brutais, mais velozes, deixando de lado a fase inicial da banda, que era aquele Death Metal mais cavernoso e primitivo. Pelo que me consta, nenhuma música do maravilhoso “Let Us Pray” foi executada, o que foi uma pena, já que deixaria a muitos satisfeitos. Mesmo assim, não se pode dizer que foi um show fraco, pelo contrário, foi uma apresentação arrebatadora, com Brian agitando sem parar, sempre encarando o público, mostrando fúria e seu dedo do meio quase que o tempo todo. Inclusive o vocalista, em dado momento, saiu do palco, subiu na grade de proteção e ficou junto ao público, urrando de forma aterrorizante e isso culminou numa descida do palco para o meio do público! Insano é pouco! Como mencionado, um show que só não foi perfeito por ter – a banda – suprimido os clássicos de seu início. O final veio com mais duas músicas arrasa-quarteirão: “Let the Killing Begin” e “Dechristianize”, essa última com direito a bíblia sendo queimada por Brian Werner. Ah, não poderia deixar de mencionar aqui que, como dito em entrevista, o produtor Levi Byrne é um grande fã da banda, por isso foi fácil o ver no meio dos bangers, agitando a cada som executado.

Uma pequena pausa para respirar, tomar uma cerveja e dar uma volta no local para trocar algumas ideias e ver os stands de merchandising. Vale mencionar que durante praticamente todo o evento foi fácil ver o pessoal do Vital Remains andando por entre o público e sempre solícitos as fotos, sem qualquer tipo de estrelismo ou algo que se assemelhe.

A próxima banda a se apresentar foi o Violator e, para mim, é sempre uma grande dificuldade poder fazer comentários acerca de um show da banda. Desde os primeiros acordes de “Death Descends (Upon this World)” eu fui para o mosh, além de me arriscar em alguns stage divings e surfing crowds. Não é algo lá muito profissional, mas acho que no Heavy Metal o sentimento tem que vim antes de qualquer profissionalismo. Mas vamos ao show... A banda depois de quase quatro anos estava voltando à Pernambuco, sendo esse show no Visions of Rock um dos primeiros após a parada que a banda deu de cerca de um ano. Como sempre, a banda mostrou um grande vigor, apesar de não mais ser aqueles moleques que tocaram em Pernambuco em 2004. A agitação era intensa, tanto da banda como do público até a terceira música, “Atomic Nightmare”. Ocorre que, durante a execução dessa música, o guitarrista Márcio Cambito subiu no local que suspendia a bateria e quando pulou caiu de mau jeito, dessa forma, indo ao chão e torcendo o joelho. Pedro “Poney” até pensou que era uma queda simples, mas o guitarrista não conseguiu levantar para terminar a música. Uma parada foi necessária, e quando “Poney” conversava com o público e já anunciava que iria continuar o show em trio, Cambito voltou para tocar sentado, numa cadeira. Foi assim durante quase todo o show, quando o guitarrista teve que sair. Mesmo assim, a banda fez um show agitado, do início ao fim, algo comum ao Violator e deixando os thrashers presentes em êxtase com músicas como “Toxic Death”, “Futurephobia”, “Ordered to Thrash” e a sempre bem vinda “Destined to Die”. Como dito no início, nunca é fácil, para mim, fazer uma resenha de um show do Violator, mas, como sempre, mesmo após tantos anos e os integrantes da banda não serem mais nenhum moleque, a diversão é garantida. A sonorização estava muito boa, apesar de alguns terem reclamado. Talvez não tenha ficado tão boa depois da ausência de Cambito, já que deveria ter alguma espécie de ajuste para apenas ficar com a guitarra de Pedro “Capaça”. Enfim, um show carregado de muita energia. Que o diga o kit de bateria espancado por David “Batera”. Que não demore mais quatro anos...

Uma parte do público, após o show do Violator, merecia uma pequena trégua, o que ocorreu com o intervalo para a preparação do palco para o último show da noite.

O Entombed A.D., que na verdade é o velho Entombed, com exceção do guitarrista Alex Hellid, foi o responsável por fechar a noite e mais uma edição do Visions of Rock. Grande parte do público não arredou pé do local, apesar do horário e de notório cansaço que se via na face de alguns. Não era para menos, afinal uma banda que definiu um estilo tem respaldo para segurar o público até altas horas. Era esperado um ‘set list’ bem variado, com diversas músicas do disco novo mescladas aos velhos clássicos. Mas notei que houve uma redução no ‘set list’ da banda, talvez para que o evento não se estendesse até tão tarde. O show dos suecos começou com os acordes mecânicos de “Pandemic Rage”, presente em “Back to the Front”, executada com maestria e com os vocais inconfundíveis de L-G Petrov bem à frente da massa sonora apresentada pela banda. Apesar do cansaço o público ficou à frente do palco, conferindo e batendo cabeça. Mesmo após quatro bandas, a sonorização ainda estava muito boa, com toda a parte instrumental soando bem límpida, inclusive os riffs e solos de Nico Elgstrand. Sendo o único guitarrista, Nico mostrou que para criar um som forte ao vivo é necessário apenas experiência e ‘feeling’, além de um baixista como Victor Brandt, que com suas cordas graves deixou o som da banda bem denso, e com aquele aspecto vintage, Rock N’Roll, que o Entombed sempre se propôs a apresentar. O show não foi longo, como já mencionado, e a banda se ateve aos velhos clássicos, tais como “I for an Eye”, “Revel in Flesh” e “Eyemaster”, mas deixando de fora músicas de álbuns como “Inferno” e “Serpent Saints – The Tem Amendments”. Isso, como já mencionado, deve ter ocorrido devido ao encurtamento do ‘set’ e o horário já avançado. Uma pena, pois uma banda como o Entombed A.D. nem sempre toca por esses lados. Mesmo assim, a banda, que é complementada por Olle Dahlstedt (bateria), fez um show correto, e saciou aos fãs que queriam ver ao vivo clássicos como “Wolverine Blues”, “Living Dead” e “Left Hand Path”. Novamente vale mencionar que até o fim do show dos suecos a sonorização e iluminação estavam ótimas.

Alguns reclamaram da quantidade de bandas. Eu também acho que cinco já é um número grande de bandas para um evento, ainda mais quando se ocorrem atrasos para o início e grandes intervalos entre uma banda e outra. Isso sempre cansa o público e acaba atrapalhando as últimas bandas.

O local escolhido para o evento foi ótimo, com uma boa estrutura, palco impecável e de fácil acesso. A FAFICA tem uma grande área e cabe um bom público. Sobre o público, não foi tão grande, mas em se tratando de uma cidade do interior e que fica bem longe da capital, até que foi regular. Nos meus cálculos (não sou nada bom em calcular quantidade de público) o público girou em torno de 300/350 pessoas. Poderia ser bem mais, até mesmo em razão da importância das bandas presentes, mas devemos levar em conta valores, distância e quantidade de shows que vêm ocorrendo em Pernambuco.

No final, mais uma ótima produção; mais um ótimo Visions of Rock. Vamos, agora, aguardar o anúncio do ‘cast’ para a próxima edição.

Resenha: Valterlir Mendes
Fotos: Valterlir Mendes, Rosberg Rodrigues e Marcos “Ironmaidenzinho” Antonio

 
 
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