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Reviews Shows

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

Honras ao Deus Baco

Evento: Honras ao Deus Baco
Data: 13/11/2016
Local: Burburinho Bar – Recife Antigo. Recife/PE
Bandas:
- Lei do Kaoz (Crossover – PE)
- Alcoholocausto (Thrash Metal – PE)
- Necrose (Thrash Metal – PB)
- Comando Etílico (Heavy Metal – RN)

Resenha & fotos: Valterlir Mendes

Dando continuidade a série de eventos para os meses finais do ano de 2016, a Paganus Prod. apresentava ao público Headbanger o segundo da série (o primeiro foi o “Samonios Fest”, ocorrido no dia 29 de outubro). Antes de começar a fazer a resenha, propriamente dita, quero falar sobre os títulos dados aos eventos, que são bem criativos e estava faltando essa criatividade na hora de nomear um evento por esses lados. De alguma forma me fui transportado para um passado não tão distante, quando a extinta Moondo Records nomeava seus eventos com títulos bem interessantes.

Bem, o “Honras ao Deus Baco” trouxe no seu ‘cast’ bandas que fazem jus ao título do evento, haja vista todos serem apreciadores de altos teores etílicos, algumas delas trazendo essa paixão estampada em seus nomes. O ‘cast’ sofreu uma mudança, já que a Radiação Bestial, poucos dias antes do festival, anunciou que não poderia tocar. A produção ainda cogitou deixar três bandas, mas em respeito ao público que comprou ingresso para ver quatro bandas, achou por bem anunciar outra atração em lugar da Radiação Bestial.

O evento ocorreu num domingo (e fazia um bom tempo que eu não via shows no domingo), marcado para ter início às 17h00. Com a experiência que obtive do primeiro evento organizado pela produtora, tratei de chegar cedo ao local. Como eu estava em Recife, na casa de Alcides Burn (vocalista do Inner Demons Rise) e que ainda contamos com o suporte de Washington Pedro (guitarra/vocal do The Ax) para nos levar até o local, foi bem rápido. Chegamos por volta das 16h00 e pude ver um Recife Antigo bem movimentado, com diversos atrativos para as mais diversas “tribos” que se locomoviam por lá. Porém o local do “Honras ao Deus Baco” ainda não apresentava uma boa movimentação do público Headbanger. Isso mudou um pouco ao passar do tempo, mas não de forma tão grande. Deu para ver pessoas de outros municípios e não só da capital pernambucana. Mesmo assim um público tímido (em número).

Mesmo antes do início marcado para as apresentações, obtive com o pessoal da produção a informação de que haveria atraso para ter início dos shows. A primeira banda a se apresentar teve problemas e não chegaria no horário programado para o início das apresentações. Então foi tempo de eu subir ao piso superior do Burburinho e ver o pessoal fazendo os últimos ajustes, colocando um pano na parte de trás do palco e dando uma passada de som, além de alguns stands para venda de merchandising sendo armados.

Por volta das 18h00 vi uma movimentação e tive a notícia que a primeira atração havia chegado...

As 18h15 a Lei do Kaoz deu início ao seu show. Mesmo com o atraso, o público ainda era pequeno e uma parte ainda não havia subido para prestigiar o início dos shows (é um vício que está encravado na cultura Underground do Metal e que parece ser bem difícil de curar). A Lei do Kaoz pouco se importou com isso e o que vi em palco foi uma banda bem despojada, fazendo um som sem compromisso (isso não significa que a banda toca qualquer coisa e mal feita, pelo contrário), com certo sarcasmo e se divertindo em palco. Que o diga as dancinhas feitas pelo vocalista Éder e pelo baixista André (esse também sendo responsável por alguns vocais). Mesmo contando com apenas uma guitarra, a cargo de Aldair, o som da banda não teve lacunas, nem mesmo quando surgiu um problema no retorno do baixo. É um Crossover, rápido, violento e com letras que fazem uma ode ao álcool, mas que também abordam temas mais sérios, como pudemos ouvir em “Ditadura Nunca Mais”, “Big Bosta”, “Cirrose” e “Possuídos Pela Cana”. Já “Jogo de Ratos” tem uma levada mais quebrada e andamentos mais trabalhados, o que traz certo alívio em meio ao caos que é a sonoridade da banda. Apesar de pequeno, o público (uma parte menor ainda) foi para o mosh. O baterista Emerson Serroty não se fez de rogado e sentou a mão no instrumento, mas mostrando técnica nas partes mais trabalhadas. A sonorização estava boa (mesmo que eu a tenha achado um pouco alta demais) e isso ajudou a Lei do Kaoz a fazer um show contagiante, do início ao fim. Foram poucos mais de 30 minutos, mas que abriu de forma violenta a noite.

Como sempre, pausa para novos ajustes no palco. O público, um pouco maior, aproveitou o intervalo para descer, já que as pulseiras permitiam isso, e beber no lado de fora. Mas isso foi interrompido (de forma sábia) logo no show da segunda banda. Sobre a segunda banda, tendo em vista que houve atraso na chegada do grupo que seria o segundo da noite, houve uma troca na ordem das apresentações.

O Alcoholocausto seria a terceira atração, mas subiu ao palco como a segunda banda. Assim como a primeira banda, eu também ainda não tinha visto o Alcoholocausto ao vivo. Mas notei que parte do público já a conhecia. Público esse em um número um pouco maior e que já, no agudo de Guilherme Belva, em “Show Under the Hell”, que abriu o show, foi para o mosh e stage diving! Agitação total! A banda faz um portentoso e energético Thrash Metal com fortíssima influência do Speed Metal. Na verdade os caras são uma banda de Thrash/Speed Metal, tanto no instrumental quanto no vocal agressivo de Guilherme, com bem encaixadas inserções de agudos insanos. As músicas da banda se alternam entre o português e o inglês, e a velocidade foi à tônica durante toda a apresentação da banda, com raros momentos mais cadenciados e trabalhados. Assim, a frente do palco ficou bem caótica e uma parte dos presentes se debatia sem piedade. Pelas vestes, incluindo jaquetas e muitos patches, era de se esperar essa agitação, típica do público Thrasher. A dupla de guitarristas, Léo Alcoholocausto e Renato Bonebreaker, não poupou nos riffs e solos; o baixo, a cargo de Renes Alcoholocausto (que também fazia alguns backing vocals), apesar de quase encoberto pelos furiosos riffs das guitarras, ao lado da bateria de Douglas Batista, deixava o som mais denso e pesado. Temas como “Flagelo da Moralidade”, “Thrashbanger”, “Rain of Beer” e “Sinistro Amanhecer”, mostraram uma banda “afiada” e que sabe muito bem o que faz/toca. Entre as músicas próprias ainda levaram um cover para “The Morning After” do Tankard. Foi uma energia intensa, nos 40 minutos de ‘set’ feito pelo Alcoholocausto. Música para agitar, seja no mosh, stage diving ou simplesmente batendo cabeça.

Novo intervalo; novos ajustes em palco, não tão grandes, pois deu para notar que, apesar de pequenas interferências que em nada prejudicaram o bom andamento das coisas, a parte sonora estava num nível muito bom. O palco estava bem organizado, dessa vez com a bateria elevada; com um pano ao fundo e um bom jogo de luzes. A produção procurou consertar todas as falhas que apareceram no primeiro evento.

Após a troca na ordem das bandas, por causa de atraso na chegada da Necrose por causa de engarrafamento encontrado na rodovia (segundo os próprios integrantes), a banda subiu ao palco as 20h15. O show começou de forma fulminante com “Vingança”. Esse início foi tão furioso, que o vocalista Petrônio teve problemas com o seu microfone e teve que ir fazer os vocais no microfone do guitarrista Rodrigo. Já fazia um bom tempo que eu não via esses paraibanos ao vivo e deu para notar que a banda está ainda mais furiosa. Petrônio agitou em palco durante todo o show, e o público, aos poucos foi pegando essa energia advinda do vocalista e agitou junto. Deu para notar que o baixo de Alexandre também teve problemas, mais precisamente na segunda música, “Mácula do Caos”. Daí em diante tudo foi consertado e a Necrose não poupou os presentes. Foi uma pancada atrás da outra. “A.F.T.” (música nova), “Assassino Serial” e “Filhos da Escuridão” (também nova) soaram incrivelmente furiosas, executadas numa velocidade alucinante, e o Thrash Metal da banda, cantado em português, apresentou demolidoras nuances do Hardcore e, até mesmo, algo dos primórdios do Sepultura, nas linhas de guitarras de Rodrigo. As coisas estavam numa proporção tão insana que antes de executarem umas das últimas músicas, “Tragam a Cabeça do Rei”, foi necessária uma pequena parada para ajustes na bateria de Alisson. Também pudera, o cara espancou o instrumento sem qualquer pudor. A música foi antecedida de um pequeno discurso e um “foda-se Temer”. Violência é uma palavra que define, de forma sintetizada, o que foi os 45 minutos de show da Necrose.

Veio o último intervalo e mesmo não bebendo em demasia, não poderia estar num evento com o nome que esse tinha e não tomar algumas cervejas. Então, desci para a área térrea do Burburinho peguei uma cerveja, troquei umas poucas ideias com alguns bangers e voltei logo para ver o último show da noite.

Lembro a última vez que fui ver um show do Comando Etílico, já faz um tempo, em Campina Grande, saindo às pressas de um casamento e tendo que tirar o paletó no local do show. É uma banda que acompanho desde o início e que faz um som que é de meu total agrado. Talvez seja uma das bandas que melhor encarnam o espírito daquele Heavy Metal feito em português. Traz características próprias e o principal, até mesmo mais importante que essas características: muito feeling. Com o início do show, boa parte do público foi para frente do palco e o bangin’ não parou, até mesmo uns moshes começaram a surgir. A banda tem um grau de profissionalismo impressionante e o início veio com uma sequência de três músicas – “Jonny Letal”, “Força Motriz” e “Selvagens da Noite” – sem qualquer intervalo entre elas. Pena que logo na minha música preferida, “Selvagens da Noite”, houve problemas na sonorização e notei um pequeno erro na sua execução. A guitarra sumiu, mas felizmente o problema não se prolongou. Uma parada para respirar e Hervall Padilha aproveitou para conversar com o público. Até perguntou o que estava acontecendo com o público Headbanger, cada vez mais escasso em tudo que é show Underground. Na sequência mandaram “Estação Antiga”, “Tormento” e “Medusa”, e tudo soava
muito bem. O sincronismo entre os integrantes é algo impressionante, coisa que só uma formação sólida e anos de vivência no palco proporcionam. Mesmo contando com apenas a guitarra de Lucas Praxedes, os seus riffs e solos não deixam lacunas nas músicas. O baixo de seu irmão, David Praxedes, também se fez bem presente, com os graves bem audíveis. A bateria de Kleberson Barbosa não traz evoluções mirabolantes, mas a pura essência do Heavy Metal em suas batidas. Enfim, num ‘set list’ que abordou tudo o que a banda lançou, desde a Demo, passando pelo álbum e singles, além de músicas novas (“Gangue das Correntes” e “Vomitar”), o Comando Etílico mostrou que é puro Heavy Metal; que faz música para se bater cabeça, para brindar, para celebrar. É música deveras empolgante. E para manter a empolgação em alta, mandaram um majestoso cover para “Massacre” do lendário Taurus. E tome stage diving, mosh e bagin’ insano! O final veio com a nova “Vomitar”, que traz a faceta Thrash Metal da banda. Devo salientar que o vocalista Hervall tem uma postura de palco e um carisma inerentes aos grandes vocalistas do Heavy Metal. Sempre é muito bom poder ver esses potiguares ao vivo.

Apesar de alguns contratempos, principalmente com atrasos de duas das quatro bandas, nada atrapalhou o bom andamento do “Honras ao Deus Baco”. O evento começou com certo atraso, mas terminou praticamente no horário previsto, o que é mais importante, ainda mais por se tratar de um domingo e nem todos poderem
desfrutar do feriadão.

A produção, mais experiente e tendo aprendido com os erros do primeiro evento, deixou tudo praticamente perfeito. Claro, ainda carece de um acerto aqui, outro ali, mas nada que se possa criticar de forma negativa. Pelo contrário, a produção desempenhou um papel essencial para o bom andamento das coisas. O público agradece esse tipo de conduta, pois deixa a todos satisfeitos.

Falar sobre o público (que não participa) é “chover no molhado”. Como bem disse Hervall, muitos preferem falar com os dedos, atrás de uma tela, a tirar a bunda da cadeira e ir para os shows (e, sendo justo, alguns não podem ir por motivos alheios a sua vontade). E é nos shows, no Underground, onde nós celebramos, onde revemos os amigos e brindamos esse estilo que para muitos nunca morrerá!
 
 
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