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Reviews Shows

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

Visions of Rock

Evento: Visions of Rock
Data: 26/11/2016
Horário: 21h00
Local: Estelita Bar. Recife/PE
Bandas:
- Elizabethan Walpurga (Black/Heavy Metal – PE)
- Inner Demons Rise (Death Metal – PE)
- Demonized Legion (Death Metal – PB)
- Absu (Black/Thrash Metal – EUA)

Resenha & fotos: Valterlir Mendes

Apesar do fracasso de público no último Visions of Rock, que teve como banda principal o Artillery, o produtor Levi Byrne não se abateu e novamente foi à luta com o seu festival. Originalmente nascido e ocorrido na cidade de Caruaru, interior de Pernambuco, o ‘fest’ parece ter se radicado na capital pernambucana, já que essa nova edição também ocorreu em Recife e, assim como a anterior, também no Estelita Bar.

O Estelita Bar não tem um acesso tão fácil, ainda mais para quem reside fora de Recife, e muitos reclamam, já
que estão acostumados com a comodidade de se dirigir para o bairro do Recife Antigo. Talvez as diversas opções oferecidas pelo velho bairro seja um dos atrativos, já que muitos que reclamam sequer entram. Mas é justo dizer que ao término de shows ocorridos em casas daquele bairro, o público que assiste e fica até o fim, pode se dirigir para outros locais, até mesmo para esperar o tempo passar e pegar conduções (ônibus) para as suas respectivas casas. Mas é fato que o Estelita Bar vem abrindo e recebendo eventos de menor porte.

Minha jornada para conferir essa nova edição do Visions of Rock começou logo cedo, mais precisamente as 02h30 da madrugada do sábado, quando peguei a condução para ir para Recife. Cheguei muito cedo à casa de Alcides Burn, que se apresentaria no festival junto com sua banda e que também deu um apoio à produção. Cheguei a ir para o aeroporto para ir buscar o Absu com a produção. Os integrantes se mostraram bem cansados, já que haviam tocado em Fortaleza na noite anterior e não tiveram tempo nem para dormir, tendo que pegar o avião às pressas para Recife. Mesmo assim se mostraram tranquilos, porém bem reservados.

Antes do evento havia a preocupação com o número de pessoas que iriam comparecer, já que o público, a cada evento que ocorre na capital pernambucana, se mostra desmotivado e mais reclamando e exigindo do que comparecendo para apoiar e ver ao vivo suas “bandas preferidas”. Mesmo assim se esperava um bom público, afinal a banda principal é um dos baluartes do Underground mundial.

Aproveitando uma carona na van da produção, me dirigi ao local do evento muito cedo e acho que antes das 19h00 cheguei por lá. Como os shows estavam marcados para as 21h00 a movimentação no local não existia, mas um casal já estava lá, esperando e se mostrando bem ansioso pelos shows, mais precisamente pelo da banda principal.

Como entrei e não mais sai, até mesmo por estar um pouco cansado, devido ao horário que acordei, fiquei esperando no lado de dentro e vendo a chegada do público. Notei que antes do horário marcado para o início a movimentação já era boa, com muitas pessoas de outras cidades chegando, tais como Natal, Campina Grande, João Pessoa, interior de Pernambuco. Mas esperava mais movimentação do público da própria cidade.

Como já mencionado, os shows estavam marcados para ter início às 21h00, mas um empecilho ocorreu, e um dos responsáveis pelo palco saiu e não deixou a senha do ipad – que controlava a mesa de som – com outra pessoa. Ficou a preocupação da produção para encontrar o cidadão e, após algumas tentativas, ele estava de volta ao local. Não demorou muito para que o Visions of Rock começasse...

Houve um atraso, sim, mas esse foi ínfimo, e as 21h08 subia (não é bem subir, já que o palco do Estelita é baixo) ao palco o Elizabethan Walpurga. A banda surgiu em meados da década de 90, no início da década de 2000 lançou uma Demo – “Desire” – que causou certo impacto no meio Underground local, fez alguns shows e depois hibernou. Felizmente, depois de muitos anos, está de volta e já lançou – de forma digital – seu primeiro álbum de estúdio, no qual baseou seu ‘set list’ da noite. Atualmente com uma formação diferente da do seu início, a banda mantém intacta sua forma de fazer música, música de alta qualidade. Isso eu pude ver logo após a “Intro”, em “Vampyre”. A sonoridade, muito boa, deixou toda a parte instrumental bem nítida, e o Black/Heavy Metal (ou seria o contrário?) executado pela banda é de uma qualidade impressionante. Os vocais de Leonardo “Mal’lack” Alcântara são fortes, mas não seguem o que é feito no Black Metal contemporâneo. Ele usa de forma bem característica suas linhas vocais. O baixo de Renato Matos (responsável, também, por alguns backing vocals) ao lado da bateria de Arthur Lira (que toca muito!), torna o som mais denso e pesado, necessário, já que as linhas de guitarras de Erick Lira e Breno Lira, por muitas
vezes, ditam os andamentos das músicas, como pudemos ver/ouvir em algumas passagens, com dedilhados e guitarras limpas. Uma das músicas mais incríveis dessa nova fase do Elizabethan Walpurga talvez seja “Infernorium”, que tem uma pegada totalmente Power Metal mesclada a uma levada Black Metal, e que define bem o que é a sonoridade da banda. Mas no curto ‘set’ de exatamente trinta minutos, as cinco músicas tocadas são de qualidade ímpar e que agradaram em cheio aos presentes, ainda em pequeno número, mas que certamente não se arrependeram de ir para a frente do palco e poder ver essa excelente banda. Um início que dava indícios de que teríamos grandes shows da noite. Mesmo com alguns problemas de sonorização na última música, “Walpurgisnacht”, o Elizabethan Walpurga fez um show praticamente perfeito. Falta apenas que o álbum de estreia seja, também, lançado no formato físico.

Como era apenas um equipamento de som para todas as bandas, ajustes em palco, como de praxe, eram necessários. Assim, houve um tempo para tomar uma cerveja e dar uma conferida no local, no meu caso, ver a movimentação de público, que aos poucos aumentava. Tive notícias que havia ainda muita gente chegando e no lado de fora. Isso era notório, a se ver pela fila que se formava para entrar. Vale lembrar que para entrar no Estelita é necessária apresentação de documentos, ser maior de 18 anos e, em caso de querer consumir algo, pegar uma comanda.

Apenas doze minutos após o fim do primeiro show, às 21h50, entrava em palco a Inner Demons Rise. Talvez eu não tivesse muito o que falar sobre o show dos caras, afinal essa era a quarta apresentação da banda que eu estava vendo este ano. O quinteto vem numa sequência interessante de shows, sempre tocando em tudo que é evento. E é isso o que justamente as bandas procuram: tocar ao vivo. Alguns não veem com bons olhos, reclamam, mas isso é algo inerente ao ser humano: criticar, reclamar... Mas o que devo comentar aqui é acerca desse show. Deu logo para perceber com “MEV-1” que essa apresentação seria diferente das anteriores. A música foi tocada numa voracidade que eu ainda não havia visto esse ano. Miguel Dantione e Alejandro Flores novamente não pouparam na velocidade dos riffs e de solos bem elaborados. As linhas de baixo de Marcelo Santa Fé (que tem que sair daquele seu local lá no fundo e se apresentar mais, assim como faz nas suas linhas dos graves) caminham lado a lado com as levadas demolidoras da bateria de David Souza (sim, ele está de volta à banda, após um anúncio recente de sua saída). Os vocais de Alcides Burn estavam mais encorpados, mais rudes, violentos, sangue nos olhos mesmo! Mesmo que o ‘set’ só tenha tido a diferenciação – dos shows anteriores – na não execução de algum cover, esse show do Inner Demons Rise foi o melhor que pude presenciar este ano, mostrando que cada show traz uma história diferente. O Death Metal da banda, com suas viradas, quebradas de andamentos, boa inserção de melodias, continua o mesmo, mas a apresentação – que durou 32 minutos – dessa noite foi uma grata surpresa.

Mais outro intervalo e já se podia ver um número bem maior de pessoas, tanto vendo o segundo show, como circulando pelo local. Devo salientar que a sonorização, nos dois primeiros shows, estava num ótimo patamar, com tudo bem nítido e sem muitas oscilações. A produção do Visions of Rock sempre se preocupa muito com os detalhes e não estava sendo diferente dessa vez. Inclusive era notória a preocupação, também, com os horários, que estavam sendo seguidos à risca, sem muitas demoras.

A terceira atração da noite, e última banda de abertura para a atração principal do evento, advém da Paraíba, mais precisamente da cidade de Campina Grande. Já fazia um bom tempo que eu não via ao vivo Diego “Vomitory” (vocal), Luenya “Lady Ripper” (guitarra), Kleylson “Anguis Infernalis” (baixo) e Flávio “Decapitator” (bateria), que conjuntamente recebem a designação de Demonized Legion. E digo: ver essa banda ao vivo é sempre um grande prazer, já que sua musicalidade é, acima de tudo, honesta e muito bem feita. É Death Metal em sua essência, sem firulas, trazendo nuances do primitivismo do estilo, principalmente nos vocais cavernosos, guturais, que ora trazia partes gritadas e que faz o incauto se espantar frente à tamanha violência sonora. Após a uma “Intro”, intitulada “Invoking...”, não houve momentos de cautela na sonoridade do Demonized Legion. “The Spawn of Nihilism” começou o ataque sonoro numa velocidade impressionante, enquanto que “A Toast for Freedom” trouxe algumas bases marcadas. Notei, ainda, que esse foi o show de abertura que mais trouxe o público para a frente do palco. Também pudera, a banda mostrou total competência na execução de suas músicas, com uma carga negra de energia. Mesmo contando com apenas uma guitarra, o som da banda não tem lacunas, já que as linhas de baixo preenchem bem qualquer ‘buraco’ existente e a bateria termina de completar o serviço, pois é nítido que o instrumento não tem apenas por finalidade ser espancado brutalmente, mas, sim, ser usado em favor da musicalidade da banda. O ‘set list’ do Demonized Legion contava com nove músicas (incluindo a “Intro”), mas, sinceramente, não sei se todas foram tocadas, afinal o show passou numa velocidade incrível. E, mesmo um cover não sendo necessário, esse veio em forma de uma versão insana e magnífica para “Aces of Spades” do Motörhead. Caos total! Sim, caos define o que foi a apresentação do Demonized Legion, que durou apenas 27 minutos, mas que não deixou pedra sobre pedra.

O último intervalo demorou mais que os anteriores, cerca de quarenta minutos. Então era de se esperar que a sonorização continuasse ótima. Novamente dei uma saída do espaço onde ficava o palco e encontrei pessoas que me disseram que haviam acabado de chegar ou que haviam chegado já na terceira banda tocando, perdendo os demais shows. Talvez por ter se habituado com os eventos começando com um atraso considerável, o que não aconteceu nesta noite, felizmente (e infelizmente para quem perdeu os demais shows). Quando voltei para o espaço do palco, a sua frente estava totalmente tomada, ficando quase impossível se aproximar para tirar fotos.

As 23h50 a banda principal da noite dava início ao seu show. O Absu deu início a sua apresentação com “Terminus (...in the Eyes of Ioldanach)” precedida de uma “Intro” e emendada com “Swords and Leather”, ambas do “The Third Storm of Cythrául” (1997), e “The Sun of Tiphareth” do homônimo álbum de 1995. Infelizmente esse início foi totalmente prejudicado, ao menos para quem ficou no fundo, já que o som estava “estourado” e com muitas, muitas microfonias. Fiquei temeroso que isso se prolongasse por todo o show, mas, felizmente, não demorou muito a ser resolvido. Mesmo assim procurei ficar mais perto do palco, variando locais onde eu ficava para sentir onde melhor o som saía. Na frente do palco estava muito bom, mas, como mencionei anteriormente, abarrotado de gente, o que dificultava a visão, principalmente em razão da altura do palco. Apenas a bateria estava mais alta, em um praticável, assim deu para notar toda a técnica de Proscriptor McGovern, que mesmo cantando muitas músicas não perdeu o pique durante todo o show. E não só nas músicas com levadas mais técnicas e cadenciadas, já que não perdeu o fôlego nas músicas mais rápidas e violentas. O baixista Ezezu é o outro responsável pelos vocais. Divisão interessante e que não trazia mudanças bruscas nas linhas vocais, como é ouvido nos discos da banda. O ‘set list’ do Absu foi baseado em toda a sua discografia, incluindo, aí, dois covers (para “Morbid Scream” e “The Coming of War” do Morbid Scream, mas que foram gravadas em discos lançados pelo próprio Absu. Morbid Scream foi uma banda de Thrash Metal Americana [do Texas], formada em 1986 e que após o lançamento de duas Demos mudou seu nome para The Morbid). O ‘set’ foi desencadeado de forma intensa e o trio, complementado pelo guitarrista Vis Crom, apresentou seu Black/Thrash Metal de forma insana, trazendo bases por vezes velozes e doentias, o que fez com que algumas rodas se abrissem no pequeno local. Infelizmente alguns se exacerbaram, criando certo tumulto, porém pequeno e contornado pelos próprios presentes. Umas das rodas mais impressionantes foram formadas em “Never Blow Out The Eastern Candle”, música oriunda do EP “In the Eyes of Ioldánach” (1998). Mas a energia brutal também se fez presente em “Night Fire Canonization” do “Absu” (2009) e “Highland Tyrant Attack” do “The Third Storm of Cythrául” (Black/Thrash Metal em sua essência). Na verdade, foi uma energia grandiosa durante toda a apresentação dos americanos. Proscriptor anunciava as músicas de forma teatral, como a sonoridade e a parte lírica da banda pedem. Isso foge dos anúncios comuns de músicas por parte de bandas de Black Metal e é um atrativo a mais no show. Após uma breve saída do palco, a banda voltou para o bis, que veio com mais duas músicas, precedidas de uma nova “Intro”, sendo elas: “Apzu” do “The Sun of Tiphareth” (1995) e o já mencionado cover para “The Coming of War”. A postura de palco da banda é impressionante e as suas vestimentas apropriadas para a sua música e temática lírica. O show durou cerca de uma hora, e a banda saiu de palco sem se despedir, fazendo com que muitos pensassem que voltariam para um segundo bis.

Mesmo que o show do Absu tenha terminado de forma abrupta, na opinião de alguns, eu o vi terminando da forma que se deve terminar um show de Black Metal. A banda é bem reservada, mas sem estrelismos. Inclusive recebeu quem quisesse tirar fotos ou autografar seus discos no camarim. Pena que o seu merchandising tenha acabado antes desse show em Recife. Muitos queriam pegar um souvenir, uma recordação dessa primeira e arrebatadora passagem da banda por Pernambuco.

Antes de 01h00 o evento havia acabado, o que fez com que o público não cansasse em demasia e aproveitasse todos os shows – ao menos aqueles que chegaram no horário designado para início das
apresentações. A qualidade sonora oscilou, é verdade, mas se garantiu até o final. Mas devo informar àqueles que pretendem fazer show no Estelita que revejam a parte sonora que transmite o som para o público, haja vista que a caixa suspensa do lado esquerdo sempre apresenta falhas, e isso eu já vi nos outros eventos que ocorreram no local.

Um bom público compareceu e deixou o local abarrotado. Acho que em torno de 300 pessoas. O único problema com esse número de pessoas é para quem fica atrás, já que o palco é muito baixo e dificulta a visão.

Por fim, deixo os parabéns à produção, que fez com que o evento fosse um grande sucesso, cuidando dos detalhes, mostrando atenção em todos os aspectos, principalmente com a parte da imprensa Underground. E, claro, ao público que compareceu. Sem o público não existem shows, como já disse em outra oportunidade.

Bônus: O Absu teceu vários elogios à produção e a energia do público, dizendo que o show na capital pernambucana foi o melhor da turnê, além de ter sido o maior público da tour.
 
 
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