IGNIS HAERETICUM/BARRABÁS
“Dark Rites of Human Desecration”
Impaled/Nyarlathotep – Nac.
Esse Split dividido entre uma banda colombiana e uma banda brasileira foi lançado em 2011 e junta duas hordas do Black Metal sul-americano, cada uma apresentando cinco músicas. A responsável por dar início aos trabalhos são os colombianos do Ignis Haereticum, com uma introdução macabra intitulada “Lucifer, Illuminato Mea!”. Ainda com coros no seu início, a banda apresenta “Under the Splendor of the Forbidden Light”, que não fica só na parte tétrica do seu início. Pelo contrário, o que podemos ouvir no decorrer da música é uma parte instrumental violenta, com bateria martelada sem piedade e vocal amedrontador, como deve ser no Black Metal. Mas dá para notar que a banda procura fazer um som ‘carregado’, incluindo boas alternâncias, ou seja, não ficam só na velocidade extrema o tempo todo. As linhas de guitarras do Ignis Haereticum são bem interessantes, apesar de terem ficado um pouco abafadas, assim como as demolidoras linhas de baixo. Mas não pensem que a gravação ficou precária, na verdade ela está muito boa, ‘suja’ na medida certa e deixando todos os instrumentos serem ouvidos. Digo que me espantei positivamente com a sonoridade desses colombianos, que fazem um Black Metal para lá de atrativo e que não se prende, demasiadamente, aos clichês contemporâneos e violentos do estilo, apesar da violência contida em temas como a absurda “Divina Mysteria”. A banda “do outro lado” é o Barrabás, banda que eu conheci através da Demo “Poison Fruit”. Apesar de fazer o mesmo estilo da banda anterior desse Split, não há qualquer semelhança sonora entre ambas. E também tem o fator gravação, já que as músicas do Barrabás contam com uma gravação inferior a do Ignis Haereticum. A primeira música apresentada pelo Barrabás, nesse Split, é “From Kadath”, que apresenta uma parte instrumental realmente caótica, beirando o Grindcore, algo que os fãs do Impaled Nazarene estão acostumados a ouvir. Pena que a gravação não ajude, já que as guitarras ficaram apagadas e apenas bateria e vocal se sobressaem. As demais músicas foram retiradas da Demo mencionada da banda. Então, eu acredito, que inclusive a primeira música também foi gravada para tal Demo, já que não há mudança na sonoridade da gravação. A arte da capa desse Split é bem interessante, bem definida e maléfica. O encarte é muito bem cuidado, com diversas informações, inclusive trazendo as letras do Barrabás (apesar do tipo e tamanho da fonte não ajudarem).
E-mail: lordformigao666@hotmail.com / nyalathotep.records@gmail.com
Resenha por Valterlir Mendes