NATURAL CHAOS/HUMAN PLAGUE/IMPETUS MALIGNUM - World Damnation
NATURAL CHAOS/HUMAN PLAGUE/IMPETUS MALIGNUM
“World Damnation”
Petrol Music Underground – Nac.
3 way split CD reunindo, como o início da resenha diz, três bandas do extremo Underground brasileiro. E essa união veio mesmo violenta, com cada uma das bandas destilando sua sonoridade extrema com as devidas peculiaridades. O CD tem início com a Natural Chaos, a qual apresenta três músicas, do mais doentio e violento Death Metal (com algumas pequenas inserções de Thrash Metal). Vocais guturais e riffs ríspidos são à tônica, mas a banda não deixa de apresentar partes cadenciadas e trabalhadas, além de bem inseridos e inspirados solos de guitarras, o que pode ser ouvido logo em “Carnage”, música que abre o Split. A gravação é muito boa, acima da média. Não é ‘crua’ em demasia. Não é límpida em demasia. É uma produção sonora que deixa nítida toda a brutalidade da banda; deixa nítida toda a parte instrumental; tudo bem balanceado e que proporciona, ao ouvinte, uma agradável audição de todas as músicas da banda contidas no Split. A seguir a gravação muda um pouco, vem um pouco mais abafada, o que torna os graves mais audíveis. Mas não se pode dizer que é uma gravação ruim, muito pelo contrário. A gravação se adequa com o que a música do Human Plague pede. A banda também é adepta do Death Metal e, apesar dos vocais agressivos, chegando a ser guturais, não soam como os vocais da banda anterior. E, claro, a música também não. Mesmo estilos, mas com sonoridade procurando trilhar algo mais próprio. Inclusive o som do Human Plague tem mais toques de Thrash Metal do que os seus conterrâneos. Partes cadenciadas são inseridas nos andamentos musicais e riffs bem influenciados pela velha escola do Thrash Metal, ou seja, naquela linha mais simples, porém certeira. As linhas de baixo, em razão do tipo de gravação, ficaram bem evidentes, principalmente em “Silent War”, música que carrega certa influência do Amon Amarth em seu andamento, nas melodias, bem na linha dos Vikings suecos. A banda que fecha esse ótimo Split é o Impetus Malignum e é a única que apresenta quatro músicas. O nome da banda define bem a sua maneira de fazer Black Metal: impetuoso e maligno. É uma música veloz, agressiva, devastadora, com riffs de guitarras zumbindo e mostrando certa influência do Black Metal da década de 90. Não, não é uma cópia descarada do que já fora feito, mas devido a agressividade e velocidade mostradas nesse trabalho, nos remetem há alguns, do auge do estilo. Mas nem só de velocidade é feita a música do Impetus Malignum, já que existem andamentos cadenciados em suas músicas. A impostação vocal merece destaque, pois mesmo sendo agressiva, traz certa peculiaridade, ditando alguns andamentos musicais. Fãs de Marduk não deixarão de se empolgar com a insana “Storms of Fire”, um verdadeiro bombardeiro Black Metal. Mas eu gostei bastante da levada de “Vatican Judgement”, que mesmo sendo Black Metal, foge dos estereótipos do estilo. A gravação está num bom patamar, de acordo com o que o estilo pede, mas é perceptível que são gravações de épocas/estúdios diferentes, já que oscilam um pouco entre elas. E quem acha que uma bateria não pode ser violenta, técnica e bem conduzida por uma mulher, Sathanya desmistifica essa baboseira. O CD é bem cuidado, mas não foi prensado de forma profissional, mas nem por isso deixa de ser bem cuidado. O encarte é simples, trazendo informações necessárias de todas as bandas e pequenos releases do Human Plague e Impetus Malignum. Ah, todas as bandas são do Rio Grande do Sul.