Eu sempre achei bem interessante a nomenclatura para definir o som do Brave: Brutal Power Metal. E, apesar de achar a nomenclatura bem interessante, tinha ouvido muito pouco do som da banda. Porém, agora, com o seu novo álbum, “The Oracle”, eu pude ter total acesso ao que a banda faz, musicalmente. Mas vamos deixar de lado esse negócio de “Brutal Power Metal”, pois o que ouvimos nesse novo disco da banda - o terceiro da carreira - é Power Metal, sim, porém nada de “brutalidade”. O Brave trilha o caminho tradicional do estilo, algo mais voltado ao Heavy Metal mesmo, pois não há, no som da banda, aquela típica levada rápida do Power Metal. O som é mais pesado, isso sim. Voltado ao tradicionalismo do Heavy Metal, isso sim. Os vocais de Sidney Milano é que é algo não contumaz no estilo. Achei-o mais grave, mais forte. Não é aquele vocal de tons altos e agudos, também, altos. A parte instrumental mostra todo o poderio da banda e mostra como uma banda de Heavy Metal deve soar: pesada, com melodias bem construídas, riffs fortes e solos aparecendo a todo o momento. A criação das linhas de guitarras de Carlos Bertolazi, seja nos riffs, seja nos solos, agradará em cheio o fã mais exigente do estilo e, em alguns momentos, viajará no tempo, pois as raízes dos anos 80 aparecem, com força, nessa construção das linhas de guitarras. E Carlos é bem acompanhado pela ‘cozinha’ formada por Ricardo Carbonero no baixo - as linhas graves aparecem com clareza durante todo o disco - e Carlos Alexgrave na bateria, com linhas que não traz invenções, não são mirabolantes, ou seja, vão direto ao ponto. Músicas a citar, que são uma bom convite para o bate-cabeça? São várias, e me arrisco a dizer que todas as músicas do disco tem seus (ótimos) atrativos, a começar por “Firestorm”, com bom uso de backing vocals; “We Fight for Odin”, com vocalizações que alternam momentos mais ‘limpos’ e outros mais agressivos, nunca soando igual o tempo todo. Falando em não soar igual o tempo todo, em “Fall to the Empire” e “We Are Burn the Heart”, as duas últimas músicas do álbum, vêm numa levada cadenciada, com passagens semiacústicas, repletas de muito feeling... “The Oracle” é um disco com diversas opções, musicalmente falando. A gravação do disco está soberba. Tudo bem dosado, bem equalizado, com toda a produção sonora ficando a cargo do próprio Brave. Bem, se você é um fã incondicional do Heavy Metal nos moldes tradicionais, o que ainda espera para ter “The Oracle” em sua coleção?