Kiko Shred mantém uma carreira solo ativa (e produtiva) desde 2015 e de lá para cá lançou quatro álbuns, sendo o mais recente o aqui comentado “Rebellion”. E quando recebi o CD, sabendo já um pouco da história de Kiko, mas sem conhecer a fundo a sua sonoridade, pensei se tratar apenas de um álbum para guitarristas ouvir. Porém foi ótimo poder se enganar. Após a “Intro” que abre o álbum, somos atacados pela maravilhosa “Mirror”! Power Metal de alta qualidade, com uma ótima interpretação vocal de Ed Galdin e instrumental coeso, onde não apenas aparece as linhas de guitarras de Kiko. Baixo “na cara”, a cargo de Will Costa e levadas velozes de bateria, a cargo de Lucas Tagliari. Claro, as linhas de guitarras estão ali presentes, dando peso a música, mas sem qualquer exagero. E é isso que encontramos nesse disco: músicas bem construídas, sem exageros e excelentes para se ouvir, bater cabeça e apreciar toda a qualidade musical. Obviamente, ouviremos grandiosos solos, haja vista se tratar de um disco em carreira solo de um guitarrista, mas, como falei, tudo bem dosado, sem exageros e bem encaixado. Outra coisa interessante: apenas duas músicas - “Mors Non Separabit” e “The Hierophant” - são instrumentais. E isso torna a audição bem prazerosa, pois, como eu disse, Kiko se preocupou não só em mostrar sua técnica como guitarrista, mas, também, apresentar música de qualidade. Música para quem gosta de um bom Heavy/Power Metal, bem construído e trazendo grandes momentos. Na verdade, o disco é construído de grandes momentos no decorrer das suas dez faixas. A já citada “Mirror”, “Rainbow After the Storm” e a faixa-título são grandes exemplos disso. E olha que essas são as primeiras músicas do disco. A parte lírica é bem interessante, pois fala sobre superação, luta e sempre olhar para frente. Mas também há temas que traz questionamentos, dúvidas, como em “Thorn Across my Heart”, música esta que traz a participação de Doogie White (Midnight Blue, Rainbow, Yngwie Malmsteen Rising Force, Praying Mantis, Rata Blanca). “Rebellion” foi gravado no Fuzza Studio e JR Studio, sendo mixado por Ricardo Biancarelli e masterizado pela Absolute Master e o resultado final é sensacional. A capa, trazendo samurais, descreve bem o título. Um disco para quem gosta não só de guitarristas técnicos, mas para quem gosta de boa música.