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ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

Abril Pro Rock 2022

Evento: Abril Pro Rock
Data: 12/11/2022
Local: Clube Português. Recife/PE
Bandas:
- Sun Diamond (Heavy Metal - PE)
- United For Distortion (Thrash/Groove/Death Metal - PE)
- Arquivo Morto (Hardcore - PE)
- Dr. Sin (Hard Rock - SP)
- Ratos de Porão (Hardcore - SP)
- Nervosa (Thrash/Death Metal - SP)

Resenha e fotos por Valterlir Mendes

Após pausa forçada, em razão da pandemia que assolou o mundo e matou milhares de pessoas em nosso país, o Abril Pro Rock voltou a ativa, porém não no mês que gerou seu nome. Digamos que foi um Abril Pro Rock “fora de época”, já que pela primeira vez na sua história rolou no mês de novembro. O local também era novo para o evento. Mas o espaço do Clube Português foi muito bom para a estrutura do evento, este ano, já que o Abril Pro Rock contou com um ‘cast’ bem menor do que costumeiramente tem.

E lá vou eu, pegar a estrada, mais dois caras, para conferir essa edição. Sábado chuvoso, ao menos pelo interior do Estado e viagem tranquila. Tranquila até chegar na BR 232, que dá acesso à capital pernambucana. Trânsito lento, em razão de obras na rodovia. Até aí tudo bem, mas o que deu raiva (e nojo) ver, foi um bando de idiotas, em frente ao Quartel Militar, ainda chorando por causa das eleições. Como esse país tem gente imbecil e patética. Ao menos os idiotas não estavam no meio da rodovia e passamos sem maiores problemas.

Chegamos ao local cerca de 10 minutos antes do horário marcado para ter início os shows (os shows estavam programados para ter início às 18h00). Eu tive acesso pela parte de trás do Clube Português, após encontrar o amigo Alcides Burn, assim não deu para conferir como estava o movimento na entrada, que estava liberada a partir das 17h30. Adentrando já deu para ver um espaço bem organizado para o merchandising, com venda de produtos das bandas presentes nesta edição do festival ou mesmo outros souvenirs. Tinha praticamente de tudo, alguns com preços mais em conta, outros um tanto “salgados”, mas material para todos os gostos e estilos (dentro do Rock e Heavy Metal).

O Abril Pro Rock também é um evento que reúne muita gente e, acredito, que muita gente que vai ao festival não é de ir em outros eventos, principalmente de natureza Underground (o que é meio contraditório, pois a edição deste ano focou em nomes do Underground. Alguns em ascensão, claro, mas nenhum ‘mainstream’). Mesmo assim, tem pessoas que esperam ansiosamente pelo Abril Pro Rock, que sempre foi um festival que foi além da música. Tudo bem, este ano foi exclusivamente focado na música, tendo em vista que o evento não foi realizado no seu mês de origem.

Uma das coisas que o Abril Pro Rock sempre preza é pelos horários, sempre bem pontuais, mas este ano isto também foi diferente, pois a primeira banda da noite, a pernambucana Sun Diamond, só deu início ao seu show às 18h35, ou seja, com 35 minutos de atraso. Apesar de conhecer a banda de nome e ter ouvido uma coisa ou outra, nunca tinha visto o seu show. A sonoridade da banda transita entre o Heavy Metal, algo de Prog e de Power Metal, o que ficou bem nítido na segunda música que tocaram, “Frozen Bones”. A sonorização não estava o ideal, ao menos aos meus ouvidos, mas estava nítida, o que ajudou na hora de ouvir toda a técnica dos músicos, principalmente do baixista Miguel Guerra, que além de criar boas linhas no seu instrumento, agitava bastante em palco. Ainda sobre presença de palco, o vocalista Ailton Neto tem uma voz que “bebe” em diversas fontes e, junto com alguns andamentos e riffs de guitarras (essas a cargo de Leo Campanha e Eduardo Teixeira), me fizeram lembrar de nomes como Black Sabbath e até mesmo Metallica. O público ainda era pequeno, chegava aos poucos, porém nada que afetasse a performance da banda no palco (complementa o ‘line up’ o baterista Mike Rodrigues). Bem segura e com o vocalista sempre interagindo e agradecendo àqueles que se fizeram presentes. Foi um ‘set’ curto, de cerca de 25 minutos, mas bem aproveitados e com grandes momentos, como ouvido em “She Took the High Road” e “Rising From the Ashes”.

Este ano o evento também não contou com dois palcos, então eram necessários alguns minutos para ajustes entre o fim de um show e o início de outro. Então, às 19h15, era a vez de mais uma banda pernambucana subir ao palco: United For Distortion. A banda recentemente lançou seu álbum de estreia, “Rise and Fight”, ao qual ainda não tive acesso, mas já a conhecia de se seu EP homônimo. Essa também foi a primeira vez que vi um show da banda e o quinteto, formado por Erikson Cavalcanti (baixo), Anderson Martins (bateria), Moab Júnior e Hilário Araújo (guitarras) e Davi Aguiar (vocal), não se fez de rogado e chegou com os dois pés nos peitos mandando logo o som que dá nome a banda, “United For Distortion”. Música bem veloz e pesada e com o público, que ainda chegava, abrindo uma tímida roda de mosh. A segunda música, “The Essence of Being Human”, já mostrou um Thrash Metal mais contemporâneo, com muito Groove e uma bateria realmente avassaladora. A apresentação de palco, além do backdrop, trazia duas bandeiras (em forma de estandartes), uma de cada lado do palco. Isso deixou o palco com um aspecto bem interessante. O United For Distortion, com seu som mais cheio de groove e peso, descarregou no público, mesmo que ainda não tão grande, um pouco mais de energia. A banda também trouxe para o palco algumas participações: em “Criminal Instinct” (trouxe André Arcelino do Hanagorik), “Preguiça Coletiva” (com Fabrício Nunes), e praticamente um Hardcore, mesmo que em alguns momentos traga passagens mais melódicas, e em “Puta que Pariu” (cover de Os Cachorros, que teve André e Fabrício dividindo os vocais com Davi). Foi uma performance forte da banda, nos seus 30 minutos de show.

Mais alguns minutos para troca de backdrop e outros ajustes em palco e, 15 minutos após o fim do segundo show, mais precisamente às 20h00, tem início o show do Arquivo Morto, que apesar de todos os seus anos de resistência no Underground, eu nunca tinha visto ao vivo. Com uma sonorização de palco muito boa e deixando bem audível toda a massa sonora emanada pela banda, a pancadaria comeu solta. A banda não teve qualquer pudor em mandar temas como “Nas Trevas”, “Progr Destrutivo”, “Extinção”, “Medo ou Liberdade”, e com 10 minutos de show, acho que já havia jogado no público mais de dez (anti) músicas. E nesse tempo, já havia tido até participação especial da vocalista Luanda Luá da Mernnarca, em “Golpe Conservador”. Pouco foi o descanso, pouco foi o intervalo entre uma música e outra. Espaço só para mandar o recado de resistência e antifascista que a banda carrega, em sua atitude e em sua música. O público, cada vez mais aumentando, sentiu a pancada e foi para o mosh. Os vocais de Edinho variavam o gritado e o gutural, e as músicas eram tocadas numa agressividade e velocidade incríveis. Os riffs que saíam da guitarra de Guill eram ríspidos cortantes, acompanhados de perto pelo baixo sempre pulsante de Jean e, lá atrás, na bateria, Whent, não aliviava na pancadaria. O Arquivo Morto anunciou que o objetivo era tocar 28 músicas em 30 minutos, mas o show durou apenas 24 minutos. E mesmo com o público pedindo mais uma, não havia mais tempo. Devo dizer que esses foram os 24 minutos mais caóticos que pude ver nas edições do Abril Pro Rock que participei.

Há de se salientar que, mesmo com os intervalos para ajustes de palco, na troca de bandas, não houve uma demora muito longa. E esses intervalos serviam para o público tomar uma água, uma cerveja, comer algo, ir nos stands ver ou comprar algo de recordação. Ou simplesmente trocar umas ideias com os amigos e bater algumas fotos. Só lamento não poder beber algumas cervejas, já que estava dirigindo e ainda teria que voltar para o interior...

Voltemos aos shows. O Dr. Sin já tocou por algumas vezes em Pernambuco, mas o único show que vi da banda foi há muitos anos, em Campina Grande/PB. O trio adentrou ao palco às 20h45 e simplesmente para fazer a sua música, pois o palco estava “limpo”, sequer um backdrop com o nome da banda tinha. Apesar de todos os anos de estrada e já ter um público fiel (algo que pude presenciar no Abril Pro Rock, com muitos cantando as músicas), o Dr. Sin é uma banda que conheço bem pouco. E é aquele tipo de banda que cativa, pois faz um som, por vezes, intrincado, mas boas melodias. Passeando entre o Hard Rock/AOR, o Rock e até mesmo o Prog Metal. Em “Lost in Space”, segunda música do ‘set list’, Andria Busic (vocal/baixo) aproveitou para apresentar o guitarrista Thiago Melo. Já em “Fire”, um dos clássicos da banda, o Dr. Sin convidou o vocalista do Frygia (banda Prog Metal daqui de Pernambuco), Erick Jones, para dividir os vocais. A sonorização estava em alto nível. Tudo soando bem límpido e definido. O som da banda é aquele tipo de música que faz mais com que o público contemple do que realmente agite, e foi assim durante toda a apresentação da banda. O público, talvez com o máximo que chegaria nesse dia, acompanhando de perto todo o show, mais cantando junto com o Dr. Sin do que agitando. Falando em cantar junto com a banda, foi o que aconteceu quando mandaram “Time After Time”, mostrando que o grupo tem uma boa quantidades de fãs por esses lados. Mesmo que o Dr. Sin tenha sua origem no Hard Rock, é notório que a banda não se apega apenas ao estilo e envereda bastante pelos lados do Prog, Heavy Metal e AOR. Isso tudo aliado a grande técnica dos músicos. Foi um show que durou uma hora e feito para os fãs da banda.

Uma das coisas que algumas pessoas reclamaram foi o fato de o Ratos de Porão sempre tá participando do Abril Pro Rock. Por mim, a banda tocaria todos os anos. Nunca canso de ver esse banda ao vivo. Um show do Ratos de Porão é sinônimo de pura diversão, muitas rodas de mosh e agitação, da primeira a última música. E quem achou que iria ser diferente dessa vez, se enganou. Tendo início às 22h00, o show se iniciou com “Alerta Antifascista”. Fui ver de perto do palco e mesmo que João Gordo não se movimente tanto em palco e até mesmo não se comunique tanto, o seu carisma é inegável. Em baixo, no público, a roda de mosh era imensa e não parava. Enquanto isso, em cima, no palco, não havia intervalo entre as músicas e todas sendo tocadas numa velocidade insana. E tome “Aglomeração”, “Morrer” (essa deixando o mosh pit bem perigoso, caótico), “Crocodila”... Sem intervalo, sem permitir que ninguém respirasse. Só estava no meio do mosh que tem disposição para a pancadaria. Falo em pancadaria, mas, em nenhum momento, houve qualquer tipo de desentendimento entre os que frequentaram o mosh pit. Nada de briga. A galera estava na diversão mesmo. No palco, além de um backdrop enorme, em alusão aos 40 anos, havia uma bandeira do MST, além do baixista Juninho com uma camisa do mesmo movimento. Jão tá muito bem com sua guitarra, seja nos riffs, que deixam as músicas mais agressivas, seja nos solos. E na bateria, Boka, simplesmente monstruoso. O kit foi espancado sem qualquer dó. O ‘set list’ foi um passeio entre músicas clássicas, tais como “Beber Até Morrer”, “Crucificados Pelo Sistema”, “Caos”, com músicas mais recentes: “Necropolítica”, “Conflito Violento”. Claro, também teve “Aids, Pop, Repressão”, “Crise Geral”, “Anarkophobia”, “Farsa Nacionalista”... Um verdadeiro desfile de clássicos e músicas que não podem faltar nunca no ‘set list’ do Ratos de Porão. “Crise Geral” serviria para fechar o show, porém, pouco tempo após sair do palco, a banda retorna e Gordo manda um recado antifascista, dedica o show ao Ajax (falecido vocalista de Os Cachorros), dedicatória essa que já havia sido feita por Jão, antes do início do show, e mandam “Igreja Universal”, seguida de “Sofrer”, numa apresentação que durou um pouco mais de uma hora. E uma apresentação que não precisa de retoques. Ratos de Porão é sinônimo de puro caos!

Apesar de ter apenas um palco e sendo necessários ajustes, até que o último show, se formos ver os horários do cronograma, não atrasou muito. A banda Nervosa, com a dura missão de fechar a noite e tocar logo após o Ratos de Porão, deu início ao seu show às 23h45. Após uma “Intro” e com um palco bem montado, as meninas mandaram “Kings of Domination”, do seu mais recente álbum, “Perpetual Chaos”. Eu achei a guitarra de Prika Amaral, nesse início, muito baixa, faltando mais peso, o que foi se ajustando no decorrer do show. “Genocidal Command”, também do novo disco, mostra uma banda seguindo uma linha mais Death Metal. E em “People Of The Abyss” (as três primeiras músicas vieram do novo álbum), foi anunciada pela vocalista Diva Satânica, de origem espanhola, num português muito bom. Frise-se que a vocalista se comunicou bastante com o público, sempre em português. Voltando ao som, esse já segue a linha que a banda sempre fez: Thrash/Death Metal, apostando mais na velocidade. O público já se mostrava cansado, mas boa parte ficou para conferir o show das meninas. Eu já havia visto um show da banda, no próprio Abril Pro Rock, há alguns anos, mas dessa vez prestei bastante atenção. Eu fiquei impressionado com o poderia sonoro e como a banda se porta em palco. O sincronismo entre as integrantes impressionam. Elas não param um só minuto e até mesmo a baterista Nanu Villalba agitava bastante, tocava em pé, batia cabeça. A baixista Helena Kotina ia de um lado ao outro do palco, além de dar mais peso ao som da banda, com suas linhas graves. E Diva é um show a parte. Tem carisma. Tem os vocais fortes, agressivos. O público já se mostrava cansado, mas em “Death!” tratou de ir para o mosh, o que aconteceu também em “Time To Fight”. Mesmo que não tão participativo como no show anterior, o público procurou agitar e gritava bastante o nome da banda. Ponto para o quarteto, que chamou a responsabilidade para si e em temas como “Masked Betrayer” (que foi antecedida por uma breve comunicação de Prika com o público, e falando sobre os 10 anos de banda), “Time Of Death”, “Perpetual Chaos”, “Urânio em Nós” (com Prika nos vocais) e “Into Mosh Pit” (sim, o público foi para o mosh pit), tratou de tirar a apatia inicial do público. Já “Kill the Silence” foi dedicada as mulheres presentes e de um pequeno discurso falando da importância de que mais mulheres participem da cena Heavy Metal. Eu simplesmente fiquei abismado com a qualidade que a banda tem em palco. Nunca fui de prestar muito atenção na Nervosa, mas isso mudou a partir dessa excelente apresentação. Não é à toa que a banda vem crescendo e fazendo diversos shows, tanto no Brasil, como fora do nosso país. O final veio com “Guided By Evil” e “Under Ruins”. Não foi fácil fechar à noite, mas a Nervosa cumpriu bem o seu papel.

O evento não terminou tão tarde. O público, claro, poderia ser maior. O Clube Português é um local que comporta facilmente cinco mil pessoas. Tive a informação da produção que o público presente foi em torno de duas mil pessoas. Claro, sempre pode ser melhor, mas não fui um público ruim. Para o próximo ano, o Abril Pro Rock volta para o seu mês de origem e duas bandas foram anunciadas durante esta edição de novembro: The Troops of Doom e Dorsal Atlântica. Agora é aguardar o anúncio das demais atrações, local e confirmação das datas.
 
 
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