“Ascensão das Forças Noturnas”, o mais recente lançamento da banda paraibana Ataque Violento, vem em forma de EP, contando com apenas quatro músicas e menos de 15 minutos de duração. E o que encontramos nesse EP é bem isso mesmo: um som veloz, curto, grosso, direto ao ponto. Apesar de ainda soar Thrash Metal, esse registro vem na linha de seu álbum de estreia, ou seja, é aquele Thrash Metal mais violento, de vocais quase beirando o Death Metal e os andamentos de algumas músicas chegam bem perto do Death Metal, também, como logo na abertura, com a faixa-título. Na verdade, o EP bebe na fonte daquelas bandas mais violentas do Thrash Metal, surgida lá na década de 80, onde velocidade, temática lírica pessimista, por vezes macabras, anticristã, e vocais cavernosos, eram uma tônica. E o Ataque Violento é isso. Esse EP é isso: violência musical sem firulas. Mas não pense que você ouvirá apenas levadas insanas o tempo todo ou parte instrumental levadas as últimas consequências em todos os andamentos. Há momentos que a banda usa de partes mais trabalhadas, cadenciadas, ‘marcadas’, como ouvimos em “Metamorfose da Miséria”, que também traz riffs de guitarras que bebem na fonte do primeiro disco do Possessed, “Seven Churches”. E ainda falando sobre riffs de guitarras, “O Despertar da Besta” traz uma rifferama de dar gosto. São riffs realmente desconcertantes, além de levadas de bateria descontroladas, no sentido de nas partes velozes não dar trégua. Mas, como já mencionei, a música não fica apenas na levada veloz o tempo todo, já que ouvimos algumas passagens ‘marcadas’. Nesse lançamento a banda gravou como um duo, com Jairo Tellys nos vocais, baixo e guitarra, e Jaime “Netão” Guimarães na bateria. A gravação condiz com o que o Ataque Violento apresenta nesse disco: é “crua”, porém deixando tudo bem audível, mas bem orgânica, sem truques. O encarte é simples, porém traz todas as informações, inclusive letras. A parte difícil do EP é o ouvir apenas uma vez. Ao término você já vai querer o repetir. Acertaram em cheio no formato, pois ficou aquele gosto de “quero mais”.
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