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ALTERA O
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Carmetal 2017 (fora de época)

Evento: Carmetal 2017 (fora de época)
Data: 21/05/2017
Local: Burburinho Bar. Recife/PE
Bandas:
- Exorcismo (Thrash Metal – PE)
- Trovador (Death Metal – PE)
- Infested Blood (Brutal Death Metal – PE)
- Devouring (Death Metal – BA)
- Ambush (Heavy Metal – Suécia)

Resenha e fotos: Valterlir Mendes

Mesmo com as chuvas que vêm caindo na região, o dia 21 de maio – um domingo – permaneceu ensolarado. Propício para colocar as cervejas na caixa térmica e pegar a estrada para a capital pernambucana para conferir mais uma edição do Carmetal, dessa vez totalmente fora de época, haja vista que comumente o evento sempre ocorre antes das festas carnavalescas.

Apesar do dia ensolarado e as boas atrações no ‘cast’ do evento (algumas delas que o público pede nas redes sociais e diz apoiar), eventos num dia de domingo é sempre um risco, afinal muitos deixam de ir com a desculpa de que no outro dia tem que trabalhar ou fazer outro tipo de atividade. Mas isso soa estranha para quem mora na cidade que ocorre o evento, já que geralmente tais eventos, em dia de domingo, costuma terminar cedo. Mas deixemos isso pra lá...

Chegamos (eu e alguns Headbangers de minha cidade, Macaparana), por volta das 15h40 e nas proximidades do Burburinho Bar, local onde ocorreria o Carmetal, a movimentação era praticamente nula. Ali perto, no Marco Zero, manifestações contra o atual governo e o já tradicional “Fora Temer”. Talvez um dos empecilhos para alguns, mas que, a meu ver, em nada atrapalhou quem queria ir conferir o evento.

Inicialmente marcado para as 16h00, era notório que ocorreria certo atraso. Aos poucos a galera ia chegando, e pude conversar com alguns ali presentes e, ainda, ver que tinha outros chegando de cidades vizinhas, tais como Caruaru, Natal (RN), Campina Grande (PB)... Outra coisa que pude notar é que os shows ocorreriam no piso inferior do Burburinho, não no piso superior, como sempre ocorre. O palco já estava armado, iluminação... Permaneci no lado de fora, aproveitando para rever alguns amigos e tomar umas cervejas enquanto tudo era preparado para ter início o Carmetal.

17h10, esse foi o horário que começou a soar a “Intro” da primeira banda, Exorcismo. A banda passou uma temporada afastada das atividades do Underground, inclusive com reformulação em sua formação. Atualmente se encontra em estúdio, gravando seu álbum de estreia. Voltando a falar sobre as mudanças, atualmente os vocais da banda são feitos pelo baterista Denis Andrade, e sobre esses vocais, o achei numa linha bem próxima ao que Max Cavalera fazia no início do Sepultura, com a parte instrumental da banda fazendo uma mescla feroz entre o Thrash Metal americano e o alemão, porém mais veloz, beirando o Crossover. Durante a execução de seu ‘set list’, acho que na música “God is Dead”, houve um problema com a guitarra de Anderson e a música foi praticamente toda tocada com apenas uma guitarra, de Carlos, e a bateria, enquanto se resolvia o problema. Achei só a banda um pouco parada, para um grupo de Thrash Metal, mesmo criando bons riffs, bases e solos. Acho que deveria se soltar um pouco mais. As músicas estão bem ensaiadas e rápidas e, obviamente, também carregando influência do Thrash Metal brasileiro da década de 80, como ouvido em “Epidemic Lobotomy” e “Exorcise and Steal”. Foram 40 minutos de um show bem seguro, apesar de um pouco parado, até por ser a primeira atração do evento.

O público ainda era pequeno e pelo que vi não aumentaria muito. Inclusive vi alguns na parte de trás do palco – que na verdade é outra saída e de lá começaram a ver o show, no lado de fora. Alguns outros ainda permaneciam fora. E sobre isso, é sempre costume no Burburinho o pessoal não ficar no local e ter livre acesso para sair, já que quem paga o ingresso recebe uma pulseira. Eu não acho isso legal, mas é uma opção do dono do local e pode ser até mesmo de quem produz os eventos ali.

Após um intervalo era chegada a hora da banda estreante (em palcos) da noite: Trovador. O grupo recentemente lançou um EP no formato digital, que divide opiniões (alguns acham que a gravação não veio tão brutal, soando limpa para o estilo. Eu, na verdade, gostei do que ouvi). Então seria interessante ver como a banda se saía no palco. Mostrando segurança e não fugindo em demasia do que fora feito em estúdio, mas carregando um pouco mais na brutalidade e peso, o Trovador destilou seu Death Metal cantado em português, mas com os vocais um pouco mais guturais e não tão límpidos como no EP. É interessante a forma que foi feito no estúdio em face de as músicas trazerem histórias de ‘serial killers’ brasileiros. Mas, enfim, é uma banda muito boa, com uma musicalidade cativante e que fez um show sem erros, mostrando uma segurança, diria, até espantosa para uma banda que estava fazendo seu primeiro show. O ‘set’ contou com todas as músicas do EP, tais como “Maníaco do Parque” e “Anjo da Morte” – e ainda a “Intro (O Abominável Espetáculo)”, e covers para “Stripped, Raped and Strangled” (Cannibal Corpse) e “Lord of All Fevers and Plague” (Morbid Angel), que a banda mesclou com o refrão de “Necropedofilia”.

Mais um tempo para novos ajustes em palco. Tempo para uma cerveja para amenizar o intenso calor que fazia no local. Os ventiladores ajudavam um pouco... Vale salientar que havia boas opções de material, tanto das bandas integrantes do ‘cast’, assim como uma boa variedade de camisetas, CDs, entre outros souvenirs.

Por vários anos o Infested Blood destila brutalidade em forma de música, em forma de Death Metal. Talvez seja uma das formações mais técnicas do estilo em terras nordestinas. Diria até, sem medo de errar, que é uma das bandas mais técnicas do Brasil, sem querer desmerecer qualquer outra formação. Ao passar dos anos a banda passou por várias modificações, mas mantendo intacta a sua forma de fazer Death Metal. Hoje é um trio, que além dos fundadores Diego DoUrden (guitarra e vocal) e Eduardo Baenre (baixo e backing vocals), traz o baterista Jhoni Rodrigues, responsável por assumir a vaga do insano Beto Santos, que estava no local dando suporte ao Infested Blood. Ver a banda é sempre causa de certo espanto, pois só dá para acreditar que são capazes de tamanha brutalidade vendo. Entre vocais que misturava guturais com partes gritadas (‘pigs’), temas como “Demonweb Pits”, “Infernal Entity” e “Impaler Deeds”. Não há concessão para melodias bonitinhas, apenas é dado ao público brutalidade, mas sem se ater apenas a bases velozes. Cadência em alguns andamentos mostra a técnica que falei no início. O final veio com a clássica, para quem conhece a discografia da banda, “Victims of the Dualism”. Uma aula de técnica e brutalidade, como o Infested Blood já é acostumado a dar.

Mais um intervalo para novos ajustes. Então tempo para mais algumas cervejas – de boa qualidade e com preço atrativo -, algumas fotos, conversas, risadas (afinal é isso que o Underground nos reserva, e não picuinhas que tantos fazem em redes sociais, patrulhamento e todo tipo de baboseira). E ainda havia a opção de uma TV no local, para onde alguns olhavam atentamente, observando o jogo do time pernambucano ocupante da Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.

A penúltima atração da noite veio da Bahia e atende pelo nome de Devouring. Eu havia visto um show da banda em 2012, no mesmo Burburinho, quando foi uma das bandas de abertura do Claustrofobia. Cinco anos depois, a banda se mostrou ainda mais forte em palco, dessa vez como quarteto. Para quem conhece o Death Metal baiano, é isso que ouvimos na sonoridade do Devouring. Brutalidade, técnica e andamentos em meio tempo foi o que podemos ver/ouvir, como uma sonorização primorosa, e até aquele momento a melhor da tarde/noite do domingo. Tudo soando bem equalizado e definido, assim temas como “God’s Oblivium”, “Invocations of Demons” e “Suffering and Deformity”, eram um deleite para os amantes da música pesada, profana e com uma impostação forte e impiedosa. Vocais guturais se misturavam a algumas passagens gritadas e as linhas de guitarras criavam uma melodia interessante. Há de se destacar a postura em palco da banda, muito forte, muito segura, conseguida pelos inúmeros shows na árdua estrada do Underground. Inclusive a banda estava na estrada, numa pequena tour, tendo passado por Campina Grande e Caruaru. O Devouring conseguiu prender a atenção do pequeno público praticamente do início ao fim e o deixou aquecido para a banda principal da noite.

Talvez o momento que antecedeu o último show da noite foi aquele que menos o público se dispersou. Muita gente não saiu do local, preferindo ficar para não perder nenhum segundo do show da última atração.

Não recordo o horário de início do show dos suecos do Ambush, mas me lembro que a grade que separava o público do palco ficou bem disputada. Não era para menos. Oskar Jacobsson (vocal), Olof Engkvist e Adam Hagelin (guitarras), Ludwig Sjöholm (baixo) e Linus Fritzson (bateria), apesar de estarem na estrada há pouco tempo, com o Ambush, mais precisamente desde 2013, fizeram um show com uma eficiência absurda e parecendo que já estavam na estrada por muito mais tempo. Digo que foi intenso do primeiro ao último acorde. Sem muita conversa, apesar de vez ou outra uma pequena interação com o público, os suecos destilaram o que há de mais puro no Heavy Metal. E parece que a Suécia não para de parir bandas nesse estilo, o que vem sendo chamando de NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal). Se o Enforcer já passou duas vezes por nosso país, o Ambush, em sua primeira passagem, deixou uma forte impressão. A garotada não poupou (ou se poupou, mesmo com o calor intenso – se estava calor pra gente, imagina para quem é da Suécia), e fez um ‘set’ irrepreensível, com músicas para bater cabeça e fazer uma viagem aos idos anos 80. Claro, numa música como a do Ambush algumas influências são nítidas, mas devido a intensidade com que eram tocadas quem sem importava com as influências? O que realmente interessava era aqueles cinco ‘moleques’ divertindo o público e se divertindo em palco, em temas oriundos de sua pequena discografia (uma Demo – em K-7, um single – em vinil, e dois álbuns – em CD e vinil). Ao todo foram 12 músicas executadas, entre elas “Firestorm”, faixa-título do primeiro álbum; “Possessed by Evil”, do mais recente “Desecrator”, “Master of Pain” da Demo “Demokasset” e “Heading East” do single de 2014. Mas não faltaram as contagiantes “Desecrator” e “Ambush”, além da ode ao Heavy Metal e a irmandade (difícil em tempos atuais) advinda do estilo, intitulada “Southstreet Brotherhood”, além das poderosas “Natural Born Killers” e “Don’t Shoot (Let ‘Em Burn)”, responsáveis por fechar a noite. Um show que valeu qualquer cansaço que (ele) iria causar no dia seguinte!

Após o término do show (e o pessoal de Macaparana querendo voltar pra casa), ainda demorei um pouco no local. Boa parte do pessoal que foi conferir o Carmetal também fez o mesmo. Mais algumas fotos, inclusive com o pessoal do Ambush, que demorou um pouco, mas não tiveram frescura nenhuma. Trocaram ideias, bateram fotos, fizeram caretas, autografaram discos... Muito interessante essa interação Headbanger, que deveria sempre haver e com maior intensidade. Mas, enfim... Uma grande tarde/noite para um pequeno público, mas que certamente saiu satisfeito depois de tudo que pode presenciar. Que venha a edição de 2018, mas dessa vez na época certa. (risos)

 
 
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