SCHIZOPHRENIA





Assim que recebi o material do Schizophrenia pensei se tratar de uma banda que fizesse um som nos moldes do que o velho Sepultura fazia em seus primeiros discos, mas a semelhança com os mineiros fica apenas no nome da banda. A sonoridade da banda transita entre o Thrash Metal mais moderno e algumas levadas cheias de groove, porém sem abrir mão do peso. A banda surgiu no litoral paulista, mais precisamente em Santos, em 1996, e recentemente lançou o EP “Dagger” no formato SMD (Semi Metalic Disc), o qual já vem recebendo boas críticas. Na entrevista a seguir o guitarrista/vocalista Vinicius Macedo nos fala um pouco mais sobre a história do Schizophrenia, bem como a respeito de seu novo lançamento. Confiram!


Recife Metal Law – Apesar de ter catorze anos de estrada, o nome Schizophrenia não é tão divulgado no Brasil. Eu mesmo só tomei conhecimento da existência da banda faz pouco tempo. O que vocês estão fazendo para que isso mude?
Vinicius Macedo –
A cada dia estamos buscando nosso espaço na cena do Metal nacional; sabemos que é difícil o reconhecimento desse estilo no Brasil, mas é o que gostamos de tocar e continuamos acreditando. Com o lançamento do EP “Dagger” o reconhecimento vem aparecendo naturalmente e as críticas tem sido bastante positivas de várias partes do mundo. Ficamos muito felizes de o nosso nome ter chegado a Pernambuco. Nossa ideia é continuar mostrando nosso potencial através de shows e acreditamos que assim conquistaremos nosso espaço.

Recife Metal Law – Ao vermos o nome da banda, logo vem a mente que vocês fazem um som parecido com o que o Sepultura fez no álbum “Schizophrenia”, porém a sonoridade seguida por vocês passa longe do que os mineiros fizeram nesse álbum. Então qual foi à razão para escolher esse nome pra banda?
Vinicius –
Nós crescemos ouvindo Sepultura e temos a banda como grande influência para começarmos a tocar. Nunca pretendemos relacionar nosso som com esse álbum; podemos dizer que o nome é apenas uma homenagem. Mesmo tendo influências de várias bandas procuramos sempre fazer um som com a nossa cara.

Recife Metal Law – Atualmente a banda segue como trio, desde 2006, com a saída de Thiago. Vocês já pensaram em adicionar outro guitarrista para a vaga deixada por Thiago?
Vinicius –
Logo que o Thiago saiu convidamos nosso amigo Tadeu, atual guitarrista da banda Usina, para ser o novo integrante. Na época ele não conseguiu conciliar a banda com o trabalho e acabou desistindo. Depois de alguns ensaios como ‘power trio’ ficamos surpresos e muito empolgados com o resultado, então resolvemos manter essa formação.

Recife Metal Law – Antes do novo trabalho, a banda lançou um álbum e um single. O single recebeu o título de “Ilumine-se”. Qual o motivo para usar o título em português e qual a razão para tal título?
Vinicius –
Em 1999 lançamos nosso primeiro álbum, chamado “Never Surrender”. O single foi gravado em 2002 com a participação de dois grandes amigos da banda: o vocalista Caio e o DJ Beto. O Caio escreveu a letra desta música em português e conseguimos misturar nosso som pesado com as influências hip-hop trazida pela dupla. Ficamos muito felizes com o resultado e a sintonia que rolou nos ensaios, por isso resolvemos gravar.

Recife Metal Law – Bem, eu não conheço esse trabalho. Ele é totalmente cantado em nossa língua?
Vinicius –
Sim, a música “Ilumine-se” é toda cantada em português, misturando vocais de Caio, Vinícius e André. Em breve disponibilizaremos o som para download em nosso site.

Recife Metal Law – O novo trabalho da banda é o EP “Dagger”, o qual foi lançado em SMD (Semi Metalic Disc), tecnologia bastante usada por bandas independentes. Para o Schizophrenia, quais foram às vantagens trazidas em lançar o EP nesse formato?
Vinicius –
Lançamos esse trabalho em SMD porque achamos ser o formato ideal para uma banda independente, pelo baixo custo na fabricação e também pelo combate à pirataria, pois nos permite vender o álbum a R$. 5,00. Isso sem nenhuma perda de qualidade.
 
Recife Metal Law – Esse trabalho traz músicas que seguem uma linha instrumental mais cadenciada, com linhas de baixos bem fortes e guitarras cheias de groove. Como a banda classificaria o seu som?
Vinicius –
Preferimos deixar a classificação do som para quem ouve. As músicas tomam forma naturalmente tocando o que gostamos, sem seguir um rótulo específico.

Recife Metal Law – Pra falar a verdade, achei que o som de vocês segue uma linha mais moderna, com bastante groove, tendo influências da fase mais nova do Sepultura e algo dos recentes álbuns (nas partes cadenciadas) do Korzus. Dessa forma, qual público vocês procuram atingir?
Vinicius –
É claro que queremos chegar aos ouvidos do público que curte um som pesado, mas quem ouvir e gostar é a pessoa que queremos atingir.

Recife Metal Law – O CD vem com o preço tabelado de R$. 5,00, mas mesmo assim a banda decidiu colocar, em seu site, esse material para download. Por que decidiram fazer isso, uma vez que o trabalho tem um preço tão baixo?
Vinicius –
Decidimos colocar todas as músicas do EP “Dagger” para download porque é mais fácil de atingir o público distante de onde fazemos shows e conseguimos colocar nossos CDs à venda. Quem valoriza as bandas independentes e tiver a oportunidade de comprar o CD tenho certeza que fará isso.

Recife Metal Law – E quais são as principais metas do Schizophrenia para este ano?
Vinicius –
Estamos buscando fazer muitos shows para divulgar o EP “Dagger” para o maior número de pessoas possível. Pretendemos também gravar nosso primeiro clipe e, é claro, continuar compondo novos sons.

Site: www.schizophrenia.com.br
E-mail: [email protected]

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação