WOSLOM





Thrash Metal com aquele jeitão ‘Bay Area’, mas com um peso e técnica acima da média e, de certa forma, buscando fugir de clichês já muito conhecidos. Tive a honra de trocar umas ideias com os maníacos da banda Woslom, que já estão nessa árdua batalha de fazer Metal, de forma independente, há mais de uma década. Os caras recentemente lançaram um álbum oficial, o qual tem deixado muita gente de queixo caído e pescoços doloridos. Nosso bate papo segue nas linhas abaixo para você, Headbanger leitor do Recife Metal Law.

 
Recife Metal Law – Começo com uma pergunta padrão que faço para todos que entrevisto, buscando deixar o leitor ligado na trajetória da banda. Contem, de forma resumida, quando e como começou o Woslom...
Fernando Oster –
A banda teve início em 1997; eu e o Chico (Francisco Stanich Jr, baixo e vocal) ainda estávamos na escola. Alguns integrantes passaram nesses anos. Em 2003 o Rafa Iak (guitarra) entrou pra banda e algum tempo mais tarde começamos a fazer composições próprias e ir mais na linha do Thrash Metal ‘oitentista’. Em 2007 mudamos nosso foco, tentando dar uma cara mais profissional, então resolvemos gravar o álbum. Mas em 2009 nosso atual vocalista, o Denis, não estava na mesma sintonia que nós três e decidimos parar as gravações e buscar um substituto. Nove meses depois, encontramos o Silvano Aguilera (também guitarra), que se juntou a nós. Terminamos as gravações instrumentais e regravamos todos os vocais. E Finalmente em 2010 lançamos o “Time to Rise”.
 
Recife Metal Law – O Woslom teve seu início em 1997, mas lançou o primeiro full lenght apenas em 2010. Por que  tanto tempo para o lançamento do primeiro álbum?
Fernando –
No começo éramos uma banda cover e depois fomos mudando, compondo e criando uma identidade. Não tínhamos muita pretensão até 2007... Depois mudamos nosso pensamento. Dali em diante resolvemos mesmo lançar o CD. Aprendemos demais desse tempo pra cá; é muito difícil ser uma banda independente aqui no Brasil. Somos nós quatro apenas pra fazer o projeto virar.
 
Recife Metal Law – Juntamente com o CD vocês lançaram também o vídeo clipe, do qual gostei muito e que, inclusive, consta como faixa multimídia do CD. Como surgiu a ideia de criá-lo e como foi gravá-lo?
Silvano Aguilera –
Desde o início tínhamos essa ideia de trazer a imagem junto à música. Mas para a cena independente é quase impossível fazer isso de uma forma mais profissional, pois você acaba ficando dependente de profissionais especializados e sai muito caro. Com a facilidade da tecnologia atual, que te proporciona fazer muita coisa com muita criatividade, os custos já se tornaram mais acessíveis, por isso resolvemos fazer um vídeo clipe e incluí-lo no álbum. Já a parte da gravação é algo que nunca tínhamos feito antes; é um trabalho árduo, pois muita coisa foi feita por nós, como montagem de cenário, ideias para o roteiro, etc. Foi outra etapa que aprendemos e vimos o quão cansativo é produzir um clipe. E parabéns ao nosso diretor Diogo Alvino (Guilmer Filmes) que conseguiu um resultado excepcional, acima das nossas expectativas.
 
Recife Metal Law – A banda voltou à tona no meio de 2010, com o nome crescendo cada vez mais, lançando, então, esse CD, o “Time to Rise”, que foi colocado em várias listas de ‘Melhores do Ano’. Como vocês trabalharam essa divulgação e como vocês vêem o resultado final, já que se trata de algo lançado de forma independente?
Silvano –
A gente planejou desde o começo, juntamente com nossa assessoria, todos os passos para o lançamento. Não que esperássemos essa repercussão, mas tomamos alguns cuidados para melhor aproveitar essa oportunidade do lançamento do CD. A verdade é que tratamos esse lançamento de uma forma especial, pois foi a coisa mais importante do Woslom até agora, então acho que isso fez a diferença. E nós só temos a agradecer ao público e imprensa que vem nos recebendo de uma forma espetacular.

Recife Metal Law – Notei algo interessante nas composições. Todas as letras do CD foram muito bem construídas, não só a temática como também no jogo de palavras. Quem é o responsável pelas letras e como se deu a composição?
Fernando –
Estou muito feliz com essa sua pergunta. Nós tomamos um cuidado enorme com as letras, tanto quanto tomamos com a composição musical. A gente foge dos clichês naturais de uma banda que não tem a língua inglesa como língua mãe. Bem, nós temos letras de um antigo integrante, o Tiago Bechara, outras letras são de minha autoria, outras do Rafa e algumas em conjunto. O Rafa trás umas partes e eu vou tentando dar uma sofisticada. Com isso a gente conseguiu um resultado bem legal.
 
Recife Metal Law – A proposta da letras é bem focada em comportamento humano e situações diversas. Descreva o que cada música do “Time to Rise” aborda e se existe uma proposta literária por trás dos temas? A impressão que tive é que uma abordagem é continuação de outra em momentos diferentes, mas se juntarmos tudo o resultado é uma mensagem muito interessante. Digam-me se estou equivocado aqui, empolgado pelo som que ficou profissional demais?
Fernando –
Na verdade são temas totalmente distintos, mas que se correlacionam por muitas vezes falarmos sobre assuntos parecidos. Eu mesmo escrevo muito sobre o sentimento humano, algo que está lá escondido no fundo da alma de cada um. Porém o meu modo de escrever é mais indireto, muita coisa está nas entrelinhas, como em “Despise Your Pain” e “The Deep Null”. Já o Rafa tem composições mais diretas, vai mais com o dedo na ferida, como em “Mortal Effect” e “Soulless”. E quando escrevemos juntos, como em “Power & Misery” e “Checkmate”, juntamos as duas coisas, versos mais diretos com sentidos nas entrelinhas e jogos de palavras.
 
Recife Metal Law – A capa também chama bastante atenção. Qual o conceito e o que quiseram passar?
Silvano –
A capa também foi outra etapa que teve inúmeras reuniões sem fim. (risos) Basicamente o conceito da capa e contracapa é falando sobre o tempo que está chegando ao fim e os erros cometidos agora nunca mais poderão ser corrigidos. Seja isso na decisão da vida de cada um ou até na devastação do planeta, ou seja, “Time to Rise”: “hora de acordar”. Tem um detalhe interessante que pouquíssimas pessoas vêem, ou repararam ao olhar a arte: nossas quatro faces estão voando juntamente com a areia da ampulheta na capa.
 
Recife Metal Law – Vocês estão seguindo, fazendo uma correria de shows para divulgar esse álbum. Como tem sido a recepção do público nos shows?
Silvano –
Tem sido fantástica! Muita gente tem vindo para nos ver. O pessoal que acompanha o Underground tem feito questão de prestigiar e ver a banda ao vivo, e eu acho que eles não tem se decepcionado! (risos) A recepção tem sido fenomenal.
 
Recife Metal Law – Após ter escutado esse álbum que considerei um dos melhores  discos de Thrash Metal nacional lançado em 2010, só me resta dizer que foi uma imensa honra trocar essa ideia com vocês. Agradeço o tempo dispensado e espero ver esse ataque Thrash ao vivo algum dia. Deixo as ‘últimas linhas’ para suas considerações finais. O espaço é todo de vocês!
Silvano –
Nós que agradecemos essa oportunidade de falar com o público e expor nosso trabalho. Muito obrigado a todos que tem nos acompanhado e nos elogiado por esse trabalho, é muito gratificante e nos dar muita força pra continuar. E quem tiver a oportunidade de ver um show nosso, que vá e que venha falar com a banda, queremos ter esse contato direto com a galera toda!

Site: www.myspace.com/woslom
 
Entrevista por Chakal
Fotos: Divulgação e Erik Rifonas