MIGHTY GOAT OBSCENITY





Adepto de um Black Metal cruel e altamente agressivo, mas não somente fincando sua música na brutalidade, o Mighty Goat Obscenity lançou no ano passado seu segundo álbum de estúdio intitulado “Kosmos Satan’s Sovereign”. Tanto pelo nome da banda, assim como pelo título do novo álbum, dá para se ter uma pequena ideia da temática abordada pelo Mighty Goat Obscenity. Na entrevista a seguir a banda fala sobre o novo álbum, temática lírica, entre outros tópicos.


Recife Metal Law – O Mighty Goat Obscenity surgiu em 2002, tendo lançado duas Demos e agora chegado ao seu segundo álbum. Durante esse período houve diversas mudanças na formação. De que forma essas mudanças ajudaram a moldar o som do Mighty Goat Obscenity?
Mighty Goat Obscenity –
Saudações Valterlir! Todos que passaram pelo Mighty Goat Obscenity ajudaram em algo, pois sempre há influências diferentes, mas desde o começo já tínhamos estipulado um tipo de som no qual as pessoas que adentram a horda se adequem a nossa música e não o contrário.

Recife Metal Law – Desde o início a banda lança mão de pseudônimos e pinturas no rosto (um pouco diferente do corpse paint). O quão importante é para o Black Metal o uso de pinturas no rosto e uso de pseudônimos?
Mighty Goat Obscenity –
Para o Black Metal eu não sei, mas para nós é muito importante. Primeiro não usamos pseudônimos com nomes de demônios, pois somos nada se comparados a tais entidades; segundo, a maquiagem tem todo um significado para nós, tanto pela cor preta e vermelha que usamos, até as pontas das mesmas; estudamos para poder usar e não pintamos nossos rostos por moda do Black Metal; bandas vêm e vão, mas são poucas as que têm algum sentimento, tanto na música quanto na ideologia. Nós somos umas das poucas que praticam o que prega nas letras e temos o conhecimento para fazer isso!

Recife Metal Law – O primeiro álbum, “Dogma Satani”, foi lançado em 2006. Como foi a distribuição e receptividade desse álbum, tanto no meio especializado como pelos apreciadores do estilo?
Mighty Goat Obscenity –
Creio que na parte da receptividade foi muito boa, mas nós tomamos um sério prejuízo, pois a D.F.L. Production, responsável pelo lançamento do “Dogma Satani”, sumiu com nossa parte dos CDs, então não temos a mínima ideia de como foi a distribuição ou divulgação do mesmo.

Recife Metal Law – Ano passado foi à vez do lançamento de “Kosmos Satan’s Sovereign”, segundo álbum da banda, pelos selos Impaled e Violent Records. Como surgiu a oportunidade de lançar o novo álbum por esses selos?
Mighty Goat Obscenity –
Nós conhecemos o “Formigão” da Impaled há muito tempo, e ele queria lançar algo nosso. Na época estávamos terminando as gravações... O pessoal da Violent Records também queria lançar algo nosso... São dois selos que cumpriram as datas e fizeram um ótimo trabalho.

Recife Metal Law – As músicas encontradas no novo álbum são verdadeiros petardos Black Metal, avassaladores, mas com a banda mostrando boa técnica, e procurando apresentar atrativos em seus sons, não se apegando, em demasia, a brutalidade. De que forma a banda trabalhou as músicas para o novo álbum?
Mighty Goat Obscenity –
Com muito ódio e em uma atmosfera totalmente negra e triunfante. Foram assim que nossos hinos foram elaborados.

Recife Metal Law – Esse álbum contou com os músicos Impure Infame and Insane (vocal e guitarra), Sir Noctu Funebris (baixo) e Satanarex Filium (bateria). Atualmente Impure Infame and Insane, tendo dado lugar a Imperator Flagellum Christus, e foi adicionado o guitarrista Adeptus Mysteriis Occultus. Qual foi o motivo para que ocorresse essa mudança após o lançamento do álbum?
Mighty Goat Obscenity –
Impure Infame and Insane não estava mais a fim de tocar, por isso fomos atrás de quem estivesse. Mesmo antes de sua saída Adeptus Mysteriis Occultus adentrou na banda e ficamos sendo um quarteto; com a saída do mesmo Imperator Flagellum Christus, que já acompanhava a banda há algum tempo, se mostrou interessado e assumiu os vocais. Pode até soar clichê, mas estamos mais fortes que nunca com essa formação.

Recife Metal Law – O encarte do álbum traz, obviamente, imagens inerentes as artes negras. Inclusive as fotos parecem ter sido tiradas numa espécie de ritual negro, mas saíram um pouco desfocadas. Isso foi proposital?
Mighty Goat Obscenity –
As fotos demonstram nossa ideologia, mas não foram tiradas durante um de nossos rituais. Sobre elas estarem desfocadas, não foi nada planejado, mas o resultado ficou satisfatório.

Recife Metal Law – Ainda falando sobre o encarte, ele não trouxe as letras. Qual a razão para isso?
Mighty Goat Obscenity –
Tempo e dinheiro para a confecção de mais páginas para as letras. Mas pretendemos resolver isso em nosso próximo artefato, o qual já temos em mente como será feito.

Recife Metal Law – Em “When Death to Come” houve uma pequena inserção de parte acústica. Já “Leviathan (Lord of Black Oceans)” é uma música instrumental totalmente acústica. Colocar essas partes acústicas em meio a toda a fúria infernal desse álbum foi algo pensado e para tentar acalmar um pouco dessa fúria?
Mighty Goat Obscenity –
Não, apenas fluiu. Sempre tentamos variar de um som para o outro, mas acima de tudo o sentimento tem que prevalecer. Desde que começamos a fazer nossas primeiras composições temos essas variações em nossas músicas. Fazemos aquilo que achamos certo, na hora certa. Temos um ditado na horda em termos de composição: “a regra é não ter regras”.

Recife Metal Law – No “miolo” do encarte do CD existe uma espécie de oração negra. De quem foi a ideia de colocar tal “oração” e qual o seu verdadeiro intuito?
Mighty Goat Obscenity –
A ideia foi de Satanarex Filium. É uma oração que usamos em nossos rituais chamada de o “Credo Satânico”. Ela é uma das muitas litanias que usamos. Seu intuito é “Ore para Satã”.

Recife Metal Law – O que podemos esperar do Mighty Goat Obscenity para este ano de 2011?
Mighty Goat Obscenity –
Uma grande e infernal devastação, pois ensinaremos o que é ser e tocar um verdadeiro Black Metal satânico!!!

Site: www.myspace.com/mightygoatobscenity
E-mail: [email protected]

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação