O Rhevange (nome inspirado na música “Taste My Revenge” da banda Sanctuary) surgiu na capital Brasileira, no ano de 2000, com a idéia inicial de unir elementos do Heavy e Power Metal em sua música. As influências são bem variadas, indo de Rage a Megadeth, Metallica a Iron Maiden, entre outras bandas de Heavy e Thrash Metal. O primeiro lançamento da banda foi a Demo “Darkness Or Light”, no ano de 2002, logo seguido do EP “The Way to Follow”, lançado em 2003. Tais trabalhos deram grande notoriedade ao Rhevange, que começou a se apresentar no Distrito Federal e em cidades vizinhas. Agora em 2008 foi à vez do lançamento de seu ótimo álbum de estréia, “Unleash The Power”, que traz dez músicas, sendo seis inéditas. Depois de alguns problemas em sua formação o Rhevange conta com Wannder Carlo (vocal/baixo), Nathan Brasil e Limark Matos (guitarras) e Júnior Brasil (bateria), e é Júnior quem responde a entrevista a seguir.
Recife Metal Law – O Rhevange foi formado em outubro de 2000 e em fevereiro de 2002 lançou a Demo “Darkness or Light”. Essa Demo atingiu o seu intuito?
Júnior Brasil – Sim, pois a intenção da gravação dessa Demo era apresentar o som do Rhevange para o Underground. A partir desse trabalho iniciamos nossas apresentações dentro e fora do Distrito Federal.
Recife Metal Law – Já no final do mesmo ano de 2002 vocês voltaram ao estúdio para gravar o EP “The Way to Follow”. Por que decidiram voltar ao estúdio com tão pouco tempo do lançamento da Demo?
Júnior – Para se obter um material com uma sonoridade melhor, pois a produção da Demo “Darkness Or Light” era um pouco imatura, musicalmente falando, e também para apresentar o produtor e novo guitarrista da banda, Nathan Brasil.
Recife Metal Law – Atualmente a banda vem divulgando seu primeiro álbum, “Unleash the Power”. Quais as diferenças básicas entre esse álbum e os trabalhos anteriores?
Júnior – Primeiramente, acreditamos que musicalmente a banda evoluiu bastante com relação aos trabalhos anteriores; os recursos utilizados foram mais profissionais. Nesse novo disco foi dedicado um tempo razoável para se obter essa sonoridade. Com relação às músicas, tentamos trabalhá-las da melhor forma possível, tanto as novas composições quanto as que foram regravadas.
Recife Metal Law – Como foi o processo de criação das músicas para esse disco?
Júnior – Foram regravadas quatro músicas da Demo “Darkness Or Light”, e seis novas. O processo da criação das músicas foi feito da seguinte forma: As idéias eram trazidas por todos os membros da banda. Trabalhávamos em cima delas e fazíamos uma pré-produção; posteriormente modificávamos algumas partes, retirávamos alguns excessos ou partes incompatíveis, para tentar soar da melhor forma possível, uma espécie de modelagem. Tivemos muito tempo pra isso!
Recife Metal Law – Esse álbum é muito prazeroso de se ouvir, e mesmo a banda fincando sua sonoridade no Heavy Metal tradicional, encontramos, nesse lançamento, diversos elementos, indo do já citado Heavy Metal tradicional, passando por melodias apuradas, partes progressivas e até mesmo Thrash Metal! Qual a intenção em colocar todos esses elementos na música do Rhevange?
Júnior – Bom, acreditamos muito que hoje em dia para se tocar Heavy Metal, deve se existir certa versatilidade nas composições, mesmo porque as influências são muitas, e muitas informações para serem processadas devem ser bem trabalhadas. Realmente não é fácil agregar todas essas influências, pois dependendo da forma que isso será passado pode ficar o tanto quanto enjoativo. Tentamos unir tais elementos para que ficasse da melhor forma possível.
Recife Metal Law – Traduzindo o título do álbum chegamos a algo como “Desencadeie (ou Solte) o Poder”. Existe alguma ligação entre as letras do álbum e o seu título?
Júnior – Com certeza, pois apesar da tradução do nome da banda ser “Vingança”, as letras falam sobre poder, velocidade, reerguer diante da derrota... Esses temas abordados, acreditamos, somados aos riffs e refrões trazem a impressão de descarga de poder ou liberação de força, pois são temas muito fortes.
Recife Metal Law – E sobre o que as letras falam? Há temas definidos que vocês procuram abordar em suas músicas?
Júnior – Os temas das músicas são aleatórios, escrevemos muito sobre a literatura da idade média, sobre o bem e o mal, sobre letras apolíticas, pois vocês sabem em que tipo de país vivemos hoje. Tentamos, também, escrever algo que nos incentive, que nos impeça de voltar atrás ou desistir ou coisa do tipo.
Recife Metal Law – Uma das minhas músicas preferidas nesse álbum é a “The Tyger”, que tem um refrão magnífico e com muito feeling. Quais outras músicas vêm chamando a atenção do público?
Júnior – As pessoas que gostam da banda, geralmente pedem todos os sons do CD “Unleash The Power”, mas realmente há uma preferência maior pela “The Tyger”, “With Power”, “Horse Spirit” e “Burning the Weels”. Podemos concluir que aqui em Brasília o tempo de palco é relativamente curto, então geralmente tocamos o que a galera pede mais.
Recife Metal Law – O disco foi lançado de forma independente, mas houve algum contato com alguma gravadora para fazer esse lançamento ou trabalhar de forma independente foi uma opção?
Júnior – Foi uma opção da banda não procurar por apoio ou auxílio financeiro. Pois alguns amigos que trabalharam com algumas gravadoras ou coisa do tipo, nos informaram que é um negócio um pouco complexo de se lidar. Mas estamos com o disco em mãos, se houver alguma procura de alguma gravadora ou selo será bem vinda.
Recife Metal Law – Como vem sendo a forma de divulgação? Há planos para fazer uma turnê?
Júnior – Estamos divulgando nosso material através de zines, revistas, site oficial, Myspace e todos os meios especializados. Recentemente gravamos o clipe da música “Walking With The Wolves”, que está disponível em nosso site e também no Youtube, para auxiliar na divulgação do trabalho. Quanto à turnê, não temos nada definido ainda. Estamos divulgando nosso material aqui em Brasília e cidades vizinhas, conforme apareçam às oportunidades vamos analisar as propostas e possivelmente viabilizaremos uma turnê.
Recife Metal Law – Tenho conhecimento que o cenário Underground em Brasília está bem forte com relação ao Thrash Metal, capitaneado pelos maníacos do Violator. Mas como andam as coisas para bandas de outros estilos? Há espaço para todos?
Júnior – O cenário, com a diminuição dos locais de eventos, está um pouco congestionado, pois hoje em dia existem ótimas bandas no Distrito Federal, mas poucos locais apropriados. Acreditamos que não seja culpa dos organizadores e sim, realmente, da disponibilidade de locais mesmo. O que se vê hoje em dia é que o Underground está um pouco sem opção de lugares para ir, pois é muito difícil tocar Heavy ou Thrash em pubs ou lugares de pequeno porte, mas mesmo assim estamos todos na ativa. Música é como o comércio, tem espaço para todos. Tanto Hard Rock, Punk, Hardcore, dentre outros. O importante é cada um está divulgando seu som da forma que seja mais viável para cada banda.
Recife Metal Law – Nos informe quais são os próximos passos do Rhevange...
Júnior – Primeiramente para finalizarmos queremos agradecer ao brother Valterlir e ao Recife Metal Law, pelo espaço e pela oportunidade dada para o Rhevange. Quem tiver a oportunidade e curiosidade de conhecer a banda acesse nosso site ou Myspace. Lá vocês encontrarão todas as informações pertinentes a banda. É só acessar! Quanto ao próximo passo do Rhevange é o seguinte: fizemos um show muito bacana no dia 06/12 em Gama/DF (Rock Cerrado), provavelmente o último show do ano. Retornaremos no ano que vem na divulgação do ‘debut’. Valeu! Até a próxima!
Site: www.rhevange.com.br ou www.myspace.com/rhevange
E-mail: [email protected] ou [email protected]
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação