HAVOK
A banda de Brutal Death Metal Havok surgiu no ano de 2004, na cidade de Salto/SP, e desde o seu início nunca contou com mudanças em sua formação, que traz apenas dois integrantes: André Brutaller (vocal, guitarra e baixo) e Felipe Wrecker (bateria). Desde a sua formação, a banda lançou uma Demo e um full lenght, e vem divulgando no meio Underground seu trabalho, de forma honesta e sem fugir de seus ideais iniciais. Na entrevista a seguir André Brutaller fala, de forma sucinta, mais sobre a banda, seus lançamentos, entre outros tópicos...
Recife Metal Law – O primeiro trabalho do Havok foi a Demo “The Ostentation of the Eternal Chaos”, lançada em 2007. Esse trabalho serviu para apresentar o Havok ao Underground. Passados seis anos, como vocês analisam a importância desse trabalho para a carreira da banda?
André Brutaller – Primeiramente gostaríamos de agradecer pelo espaço cedido ao Havok. Esse trabalho foi muito importante para banda e bem aceito pelo Underground. Até hoje recebemos elogios, sem contar que ganhamos muita experiência.
Recife Metal Law – Inclusive, essa Demo foi lançada no formato K-7 pela Herege Warfare Prod. Como surgiu essa oportunidade?
André – Isso foi decorrente da ampla divulgação que fizemos e assim despertando interesse da Herege Warfare Prod., a qual nos brindou com essa versão em K-7.
Recife Metal Law – A banda surgiu em 2004 e desde o seu início é formada pela dupla André Brutaller (guitarra, vocal e baixo) e Felipe Wrecker (bateria). Quais são as principais dificuldades e facilidades em se trabalhar a dois?
André – Sinceramente, a única dificuldade que temos é em relação à grana para gravações, confecções de camisas, etc. Sobre as facilidades que temos são pelo fato de curtirmos o mesmo estilo musical, as ideias realmente ‘batem’. Isso facilita muito nas composições.
Recife Metal Law – No estúdio, as linhas de baixo são executadas por André, porém ao vivo a figura do baixo desaparece. Isso não deixa lacunas na música e aquela impressão de que algo está faltando?
André – Realmente isso era algo que nos preocupava, mas fomos com a cara e a coragem para mostrar nosso trabalho e para nossa surpresa foi muito bem aceito. Essa falta do baixo ao vivo não ficou tão em evidência pelos comentários dos bangers. Assim seguimos...
Recife Metal Law – O primeiro álbum recebe o título de “Blessing the Flames With Sacrosanct Blood”, e foi lançado em 2011. O álbum traz nove músicas, todas inéditas. Vocês chegaram a cogitar a regravação de alguma música da Demo para inserir nesse disco de estreia?
André – Não, pois quisemos realmente fazer um trabalho com músicas inéditas e também ficamos satisfeitos com a produção da Demo. Sendo assim, não achamos viável regravar músicas do mesmo.
Recife Metal Law – E como foi todo o processo criativo desse material? Houve uma espécie de estudo antecipado de como cada música deveria soar e qual temática lírica a seguir?
André – Tudo surgiu naturalmente. Não fizemos nenhum tipo de estudo para realizarmos esse trabalho; não ficamos presos a nada e simplesmente deixamos as ideias fluírem.
Recife Metal Law – Sobre a temática lírica contida no álbum, ela mostra todo desprezo da banda pelo cristianismo e religiões, porém feitas de uma forma que não se limita a ataques gratuitos. Qual a importância das letras desse álbum para o Havok?
André – As letras são de muita importância, pois nelas conseguimos expressar todo nosso ódio em relação ao cristianismo e todas essas idiotices que os cerca.
Recife Metal Law – Devo salientar que me impressionei com a qualidade sonora da banda, que mostrou uma grande evolução, fazendo um Death Metal bruto e pesado, porém atrativo e sem cair na mesmice. Quais os cuidados que a banda tomou para não cair no lugar comum do estilo?
André – Desde o início o Havok sempre teve essa proposta de fazer um trabalho que não caísse, como você diz, “no lugar comum do estilo”. Procuramos trabalhar bem nossas músicas e isso está sendo muito bem aceito na cena. Procuramos sempre deixar algo marcante em cada música.
Recife Metal Law – O álbum traz músicas bem cativantes, a exemplo de “Seeds of Hate” e “Perfidiously a God”. Se fosse definir o que é o som do Havok com apenas uma música desse disco, qual seria a escolhida?
André – (Risos) Pra gente é muito complicado responder isso, pois é a mesma coisa de perguntar para um pai qual filho ele gosta mais. (risos) Mas digamos que seja a música “Blessing the Flames With Sacrosanct Blood,” tanto que nos levou a escolher como nome do álbum.
Recife Metal Law – O ‘debut’ foi lançado de forma independente, porém conta com parcerias para sua distribuição. Como funciona essa parceria?
André – Essa parceria foi uma coisa que criamos, no qual todo o custo do material gráfico foi dividido entre os selos em troca de uma quantidade de CDs. Achamos que toda banda deveria fazer isso e não ficar esperando a vontade de alguma gravadora, pois sabemos como é aqui no Brasil. Essa parceria realmente mostra a verdadeira união Underground.
Recife Metal Law – A banda sempre fez bastantes shows em sua região, mas já existe a possibilidade de tocar em outros estados ou até mesmo fora do país? Afinal existe a facilidade de se trabalhar com a banda, uma vez que a mesma conta com apenas dois integrantes...
André – Sim, já tocamos em alguns outros Estados, como Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e tivemos propostas de tocarmos na Bolívia, mas infelizmente tivemos problemas com relação à ‘trampos’ paralelos. Esperamos que na próxima oportunidade possamos concretizar esse grande passo para a banda.
Recife Metal Law – Voltando a falar sobre o álbum, ele tem duas “Intros”, uma que abre o CD e outra, a sétima faixa, que recebe o título de “Clemency on the Cross”, contando com cantos gregorianos. Qual a razão para uma segunda “Intro” no disco?
André – Quisemos criar uma intro para a música que leva o nome do álbum. Achamos que assim daria um clima a mais.
Recife Metal Law – A capa, assim como na Demo, ficou a cargo do designer Alcides Burn. Ele apenas recebeu a temática do álbum, vocês chegaram a enviar o seu título ou deram ideias para que ele fizesse a arte da forma que saiu?
André – Passamos toda a ideia para o Alcides e ele nos brindou mais uma vez com esse grande trabalho. Apenas fizemos algumas alterações no trabalho mostrado primeiramente e logo em seguida batemos o martelo.
Recife Metal Law – Por fim, o que se esperar do Havok de agora em diante?
André – O ano de 2012 foi ótimo, pois com a divulgação do CD surgiu propostas de abrir shows de bandas como Immolation, Incantation e ter tocado em Teresina/PI, no “II Deathrash Assault”, em novembro. Aproveitamos para dizer que foi a realização de um sonho ter tocado em terras nordestinas, pois sempre tivemos um enorme apoio.
Site: www.myspace.com/havokdeathbr
E-mail: [email protected] / [email protected]
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação