POISON BEER
Nos últimos dois anos a cidade de Curitiba viu nascer uma nova safra de bandas de Thrash Metal. Dentre elas, Bleckened, Murdeath e Evil Exorcist. Um desses novos grupos se destaca por sua competente mescla de Thrash com pitadas de Death e Black Metal: o Poison Beer. A banda, criada em 2012, conta com o excelente EP Poisoning The Priest, que obteve boa recepção no meio underground e tem levado o quarteto a várias apresentações por sua região. Conversamos com o guitarrista Luan Slaughtrazör e o baterista Henrique, confiram.
Recife Metal Law – O Poison Beer surge de uma nova leva de bandas de Curitiba. Como se configura a cena local, e qual a relação dessas novas bandas com as mais antigas?
Luan Slaughtrazör – Então, a cena curitibana está vivendo uma fase muito massa, surgindo cada vez mais bandas (boas, por sinal) e a galera tem comparecido forte nos ‘rolês’, apoiando as bandas. A galera das bandas mais novas tem uma boa interação com as bandas mais velhas, um apoiando o outro, independentemente da idade da pessoa/banda. Um bom exemplo disso foi o “Unholy Noise!”, um evento no quintal da casa dos moleques do Porrada e nele compareceu bastante gente da cidade toda para curtir o ‘rolê’. Foi insano!
Recife Metal Law – “Alcohol, Evil, Sex”, é como é definida a temática lírica da banda no Metal Archives. Quem compõe no grupo, e qual as referências externas (livros, filmes, etc.) são utilizadas nas letras? Vi que há certa carga satírica, como acontece com o Tankard (creio que a comparação seja inevitável. Risos).
Luan – A parte instrumental da banda, todos participam, dão sua opinião e sugestões. Até agora todas as letras foram escritas por mim e o Wilson. As referências, ainda não usamos livros e filmes como certa influência; todas as letras são fruto da nossa mente doentia mesmo. (risos) E falando em Tankard, eles foi o motivo da gente se reunir pra fazer o Poison Beer. (risos)
Recife Metal Law – Ano passado vocês lançaram o ótimo EP, “Poisoning the Priest”. Nesse petardo podemos colher influências que vão do Thrash, passam pelo Speed e caem no Death, até Black Metal. Como foi o processo de composição das músicas? Até onde o gosto de cada um interferiu?
Luan – A gente costuma ouvir muita coisa. Tem vezes que um está ouvindo muito Black Metal e outro muito Thrash, aí isso vai moldando as músicas. A gente tenta se manter no Thrash mesmo, mas uma levada de Death Metal, Black Metal, Crossover faz parte. Uma hora ou outra algo de diferente acaba entrando no som, desde que não fique muito exagerado.
Recife Metal Law – A qualidade sonora ficou boa. Foi a primeira experiência em estúdio? Tiveram problemas?
Luan – Eu e o Henrique já tínhamos gravado com antigas bandas. O Paulo eu não sei se chegou a gravar algo e o Wilson, eu acho que não havia gravado também. A experiência foi massa, foi mais simples do que eu achei. É claro que nos batemos em algumas coisas, mas não foi algo que nos atrasasse muito.
Recife Metal Law – O lançamento foi feito de forma independente, mas foi também lançado em K7 pela Fuck the Mainstream Records(Alemanha), além da Cianeto Discos(RIP). Quantas cópias foram produzidas? A recepção foi boa? O material foi para fora do Brasil?
Luan – Cara, foram bastantes cópias. Fizemos umas 200 de forma independente, aí vieram 20 cópias em K-7 pela Fuck the Mainstream Recs.. Da Cianeto eu não me lembro quantas cópias chegamos a pegar, pois a gente pediu diversas vezes. E agora está para sair mais algumas cópias pela Obskure Chaos Distro de São Paulo. A recepção da galera foi ótima pelo que percebemos. O som foi espalhado para vários lugares e conhecemos uma galera através do ‘play’. Fora do Brasil temos a Fuck the Mainstream Records da Alemanha distribuindo nosso EP em K-7 por lá, e a Deathcult Records lançando um split nosso no Peru, com a banda Runa.
Recife Metal Law – Pude observar que a banda se apresenta bastante em cidades vizinhas. Qual a frequência das apresentações e como geralmente é a estrutura dos shows? Há boa presença de público? Que suporte as bandas tem das casas de show e produtores?
Henrique Rangel – Ultimamente temos tocado bastante em Santa Catarina, em média dois fins de semana por mês. A galera de lá cola em peso nos eventos; sempre fomos super bem recebidos por lá!
Recife Metal Law – Manter uma banda Underground é muito dispendioso. Gasta-se com ensaios, equipamentos, gravações, reprodução de material, etc. O retorno, quase sempre, não é maior que os gastos. Como o Poison Beer se mantém? Já conseguem fazer shows com cachê?
Henrique – Toda grana que entra na banda é usado para os gastos dela mesma. A gente nunca ‘lucrou’ uma grana em cima da banda, sempre usamos a grana que entra para fazer mais materiais, merchandising, gravações, etc.
Recife Metal Law – Claro, manter uma banda é trabalhoso, como falei. Porém nem tudo são espinhos, há o lado prazeroso da coisa, que é o que impulsiona a continuar produzindo e tocando. Vocês se divertem tocando e viajando?
Henrique – Eu acho que sair, tocar e, principalmente, viajar é a paixão de cada um de nós. E por sermos grandes amigos fora da banda também, não tem como não se divertir! Dá para ver isso nos vídeos “Poison Road” no Youtube. (risos)
Recife Metal Law – O Poison Beer está em fase de composição de músicas para o ‘debut’ álbum. Esse trabalho futuro será na mesma linha do EP ou há mudanças na linha sonora? Já estudam possibilidades de parcerias para o lançamento?
Henrique – Já estamos com alguns sons novos. Tivemos mais influência de Death Metal dessa vez, mas até agora está na mesma linha do EP. Temos em mente uma parceria sim, com um selo já engatilhado para lançar esse full.
Site: http://pb666.bandcamp.com
Entrevista por Jaime Guimarães
Fotos: Divulgação