LETHAL RISING
O Estado de Pernambuco, quando se fala em Heavy Metal, tem grandes nomes no que se diz respeito ao Metal Extremo, porém nem só de brutalidade vive o Underground pernambucano. A banda de Prog Metal Lethal Rising está aí para provar isso; para mostrar que existe uma boa variedade de estilos no Estado. A Lethal Rising surgiu em 2007, porém se manteve inativa por um período, sem ao menos ter lançado um material de estúdio. Isso foi sanado recentemente, quando a banda lançou seu primeiro EP, “Against the Fear”, o qual vai sendo divulgado com força total. Na entrevista a seguir o vocalista Adriano Forte nos fala do início da banda, sua temporada inativa, do EP e projetos futuros.
Recife Metal Law – A Lethal Rising surgiu em 2007, porém, por um período, chegou a findar suas atividades. Quais foram os principais percalços para que isso ocorresse e o que fez com que a banda voltasse totalmente reformulada recentemente?
Adriano Forte – A banda ficou inativa porque todos os membros da banda, exceto eu, estavam em outro projeto musical mais rentável, daí não tinham o tempo necessário para se dedicar à Lethal Rising. Depois de um tempo tal projeto não satisfazia mais os caras, chegando então a todos verem que a Lethal Rising era o projeto musical que os dava mais prazer, mesmo não sendo rentável.
Recife Metal Law – A capital pernambucana sempre teve o costume de apresentar bandas que enveredam pelo lado mais extremo do Heavy Metal. Então o que fez com que Adriano Forte (vocal) e Marco Melo (guitarra) formassem uma banda de Prog Metal?
Adriano – Na verdade eu já tinha outra banda, mas não era Heavy Metal, na verdade eu acho que não havia definição (risos). Daí eu chamei Marco e ele me ajudou a definir uma linha a ser seguida, que seguiu pelo Power Metal até ir se transformando e chegando ao que chamamos de Power/Prog Metal, porém ainda continuamos nesse processo de migração total para o Prog Metal e isso será visto nas músicas novas.
Recife Metal Law – E no início, quais foram as principais influências para à sonoridade do Lethal Rising?
Adriano – Quando a banda realmente passou a ser Lethal Rising nossas influências foram claramente o Symphony X, banda da qual Marco e eu somos fãs, mas outras bandas faziam parte do nosso ‘set list’ diário, tais como: Adagio, Helloween, Iron Maiden, Angra, mas nossa principal influência foi o Symphony X, pela técnica aliada ao característico peso, que o Metal precisa ter.
Recife Metal Law – Recentemente a banda lançou o seu primeiro registro fonográfico: o EP “Against the Fear”. As músicas presentes nesse material são recentes ou vieram do início da banda?
Adriano – Algumas músicas ainda eram do tempo em que eu tinha outra banda, mas com a entrada de Marco e dos outros integrantes fomos lapidando as músicas, para então terem a cara de todos. “Wounded and Dying” e “In Flames” são muito antigas e “Against the Fear”, “Slaves” e “Lost For Time” já fazem parte danova era da banda.
Recife Metal Law – O EP conta com apenas cinco músicas, mas que servem para mostrar todo o potencial da Lethal Rising, com músicas que mesmo sendo Prog Metal não deixam de lado passagens mais pesadas e até mesmo mais velozes. Como foi o processo de estúdio para a gravação desse EP? O resultado esperado foi alcançado?
Adriano – Foi tudo muito fácil de escolher, pois as músicas já tinham guias antigas e já conhecíamos bastante elas. Não precisamos trabalhar nada para gravar, foi apenas uma ideia de lançar logo o que já demorava anos para acontecer. Daí pegamos as que estavam mais bem encaminhadas e fomos gravando aos poucos, de acordo com a disponibilidade de cada integrante. Acredito que para um lançamento inicial o “Against the Fear” chegou com boa qualidade, mas a realidade é que ainda estávamos ‘verdes’. Então podem esperar uma qualidade muito superior no próximo disco, o qual brevemente estaremos iniciando a pré-produção.
Recife Metal Law – “Lost For a Time” é uma semi-balada de muito bom gosto. Mas qual foi à razão para se colocar uma música nesses moldes no EP? Vocês quiseram alcançar algum tipo de público, especificamente?
Adriano – Toda banda de Power ou Prog Metal tem sua balada e nós não poderíamos ficar de fora dessa. (risos) “Lost For a Time” é uma música criada por Marco Melo e eu, no intuito de termos uma balada legal, daí a letra foi criada por mim, quando as coisas não estavam lá muito legais para o meu lado. (risos) Foi uma música criada com grande verdade e sentimento e isso nos fez acreditar muito no potencial da mesma chegar forte aos ouvidos e leitores da letra, pois tudo que é construído com verdade e sentimento tem muito mais força. Mas não criamos para um público específico, apenas para quem gosta de uma boa balada, nada mais.
Recife Metal Law – As letras das músicas não são longas, parecem ser mais diretas. Quais temas vocês procuraram abordar e o que os inspirou a falar sobre os mesmos?
Adriano – Como minhas influências, no início da minha vida musical, sempre foi o Grunge, Hard Rock e depois veio o Metal mais pesado, como o Death e Thrash Metal, eu sempre li letras mais diretas e curtas, além de gostar mais de objetividade do que de longas letras, que nem sempre são objetivas e deixam escapar o sentido. Eu, particularmente, prefiro abordar temas que falam no íntimo do ser humano, sua maldade, de cavar sua própria cova diariamente e de levar inocentes consigo. Mas tento sempre dar uma opção melhor, de poder reerguer-se e seguir por caminhos menos árduos. Porém não me vejo preso a temas, pois acredito em música que vem de dentro e letras podem ser criadas em qualquer lugar e qualquer momento, daí não dá para prever.
Recife Metal Law – Esse primeiro lançamento vem bem cuidado, com uma boa gravação e uma parte gráfica de alto nível. Em tempos de que para se pegar alguma música basta um clique, o quão importante vocês acham em caprichar num lançamento independente?
Adriano – Nós ainda acreditamos que há incentivadores das bandas e eles preferem ter um material físico das bandas. Já se foi o tempo em que era tudo muito caro, para fazer um CD e a parte gráfica do mesmo. Daí a necessidade de fazer um trabalho digno para os verdadeiros fãs do Metal e da Lethal Rising. Em primeiro lugar as bandas precisam ser mais profissionais, para incentivar os produtores a ser mais profissionais e isso arrastar maior público aos shows, pois o público anda afastado demais dos eventos, os quais têm sido poucos em nossa cidade.
Recife Metal Law – O show de lançamento de “Against the Fear” vai acontecer no dia 18 de outubro de 2014, no “Carp Metal III”, evento que ocorrerá na cidade de Carpina, interior de Pernambuco. Vocês não chegaram a cogitar em lançar esse EP na cidade da banda?
Adriano – Sem dúvida nossa vontade era essa, mas não há situação favorável para que isso ocorra, pois onde estão os espaços legais para realizar shows? Onde estão as bandas de Heavy Metal? Onde está o público? Onde estão os produtores interessados em realizar shows? A cena em Recife está carente de tudo isso, mas acredito que dá pra melhorar. O convite de tocarmos no “Carp Metal III” foi providencial, pois lançar um disco e não tocar para divulgar o mesmo é deprimente. Vamos com tudo para fazer um grande show em Carpina, pois muitos bangers de cidades vizinhas também estarão lá e eles merecem todo o respeito e dedicação de todas as bandas, sendo assim esperamos boa estrutura e casa cheia para prestigiar todas as bandas.
Recife Metal Law – Quais são os próximos passos da Lethal Rising?
Adriano – Bem, desde já nós agradecemos a oportunidade da entrevista e de divulgar a Lethal Rising neste canal tão importante para todos os Headbangers pernambucanos. Nossa intenção é continuar tocando, divulgando o EP e vendendo materiais físicos ao mesmo tempo que trabalhamos na pré-produção do full lenght, o qual esperamos lançar no final do primeiro semestre de 2015 (assim espero...risos).
Site: www.facebook.com/lethalrising
E-mail: [email protected]
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação