CORPORAL SORES



 

Formada em 2001 a Corporal Sores nasceu com o intuito de tocar Brutal Death Metal. Gravou sua primeira Demo, ao vivo, em junho de 2003, intitulada "Gore Massacre Ejaculation In The Cadavers Of The Prostitutes". Depois de algumas mudanças de formação e quase dois anos sem atividades, a banda volta em 2007 e grava um EP promocional intitulado "De Humani Corporis Fabrica", contendo seis sons novos e a regravação da faixa título de sua Demo anterior. No momento a banda se encontra em processo de composição para seu primeiro full lenght.

 

Recife Metal Law – Saudações David e Everton! Apresente os membros atuais da banda, suas influências para este tipo de esporro musical, bem como informe como anda a divulgação e aceitação da Demo “De Humani Corporis Fabrica” no underground? E, por fim, o que é abordado, de forma resumida, nas sete letras da Demo?

David Ferreira – Primeiramente é um prazer estar participando dessa entrevista ao Recife Metal Law! A formação atual conta com David Ferreira (guitarra e vocais), Everton Nunes (guitarra), Evandro Miranda (baixo) e Éder Borges (bateria). Nossas influências são diversas, mas a maioria é do Brutal Death Metal dos EUA e do Brutal Death nacional!

Everton Maia – Cada um tem suas influências que são colocadas na banda. As minhas vão de música clássica até Metal extremo, mas em resumo é mais o que o David falou. Nossa Demo tem sido muito bem aceita, pois estamos fazendo um som mais técnico e brutal do que a “Gore Massacre Ejaculation In The Cadavers Of The Prostitutes”, fora a qualidade de gravação, que saiu infinitamente melhor, pois a Demo anterior gravamos ‘ao vivo’, em uns trinta minutos. Nosso tema é sempre mais Splatter/Gore, autópsias, mortes, e por ai vai... Sobre as letras, “A Brave Satisfaction Of A Neurotic Pathologist” conta a história de um patologista que sente prazer ao dissecar pessoas vivas. “Satisfactory Relationships For The Rottings” aborda relações ‘estranhas’ de um ser com a morte, na sua forma mais violenta. “That’s is Something Crazy, Disgusting And Repugnant” é mais nojenta, algo louco mesmo. Imagine você comendo vermes com pus? Nem Bear Grylls agüentaria essa. “Professor Of Pathologic Medicine” é a típica história de um serial killer com conhecimentos médicos que está tentando evoluir na sua arte. “Bloody Demise Flesh And Pain” trata da fome e desejo por sangue e o prazer de ver a dor nos outros. O título “De Humani Corporis Fabrica” foi inspirado no livro de Andreas Vesalius, que foi um dos primeiros a documentar a anatomia humana com gravuras.

 

Recife Metal Law – Achei bizarro, o nome de uma faixa da Demo, chamada “Gore Massacre Ejaculation In The Cadavers Of The Prostitutes”. Vocês se inspiram em quê para escrever algo tão podre assim? Quem a escreveu?

David – Realmente o título dessa música é bizarro! Se não me engano, essa letra foi escrita pelos ex-membros Gilson e Nilton. Esses dois são doentes cara! Escreviam a maioria das letras da banda e tenho certeza que essa, em especial, foi mais uma de suas experiências em puteiros! (risos)

Everton – Ou foi ele ou o Nilton, que era nosso antigo vocalista, não me recordo. Quando os dois se juntavam, pode acreditar que viria merda!

 

Recife Metal Law – A banda teve diversas mudanças no ‘line-up’. Teve alguma que foi a mais significativa?

Everton – Nesses quase dois anos que ficamos parados, tentamos e fizemos testes com outros caras, infelizmente não deram certo, pois alguns moravam longe, outros queriam fazer algo muito diferente, outros simplesmente sumiram. Mas com os atuais componentes nos demos muito bem, tanto no Corporal Sores, quanto fora. Há problemas como em todo lugar, mas sempre nos resolvemos de uma forma ou de outra. Posso dizer que essa é a melhor formação que tivemos.

David – Sim! Tivemos diversas mudanças de formação e todas foram muito importantes para nós. Antes mesmo de fazer parte da banda, já assistia alguns ensaios dos caras e sempre mandaram bem, mas com certeza a melhor formação é a atual.

 

Recife Metal Law – Qual foi à experiência adquirida em tocar no Splatter Night (SC) e recentemente no Brothers In Gore em Duque De Caxias (RJ)? E como anda a banda em relação a shows?

David – Com certeza foram uns dos shows mais insanos que fizemos! No Splatter Night pra mim, em especial, foi um sonho realizado. Antes mesmo de ter banda tinha muita vontade de ir pra lá assistir o evento, e ser convidado pra tocar foi uma tremenda satisfação! No Brothers in Gore, foi sem palavras. A galera de lá é gente fina demais! Fora as bandas que dividimos o palco nos dois dias, que são insanas!

Everton – Realmente o Splatter Night foi muito foda! Sempre quis ir pra lá também. Quanto ao Rio de Janeiro também não tenho palavras. O pessoal é muito gente boa, tanto as bandas quanto o público, que é totalmente insano! Fiz várias amizades por lá e mantenho muito contato com eles até hoje. Eu já conhecia o Thiago e o Oton e o pessoal do Anopsy, pois tocamos juntos em Carapicuíba com o Necrose Vaginal e no Splatter Night. Eu sinceramente não imaginava que o Rio de Janeiro tinha uma cena tão unida. Foi uma ótima surpresa. Mas fora Rio de Janeiro e Santa Catarina, já fizemos ótimos shows em Minas Geras também. Em todos os lugares fomos bem recebidos e a “De Humani Corporis Fabrica” teve ótima aceitação. No ano de 2008 fizemos muitos shows, tanto no interior quanto em outros estados. Foi o melhor ano para nós em termos de shows e repercussão do nosso trabalho.

 

Recife Metal Law – Como é a cena Underground na região onde moram (Carapicuíba/SP)?

David – Carapicuíba, em especial, não tem uma cena, digamos ‘concretizada’. Temos muitas pessoas que curtem um som e se dedicam a isso, organizando alguns shows e dando apoio às bandas daqui. Já em São Paulo, num todo, a cena está devagar. Hoje em dia não se tem lugares pra tocar como antigamente; existe muita panelinha e fofoca, infelizmente. Mas tem muita gente amiga que faz o que pode pra mudar isso, e vez ou outra rola um evento legal, onde o pessoal comparece e apóia o Underground!

 

Recife Metal Law – Desde a primeira vez que escutei a demo “De Humani Corporis Fabrica”, notei uma semelhança em uma das passagens de seu vocal, David, com o ‘pig’ vocal do Thiago Splatter (Anopsy). Qual são suas influências sonoras para esta repugnante voz?

David – (Risos) O som do Anopsy é fudido e o vocal do Thiago é absurdo cara! Na verdade, quando entrei no Corporal Sores, foi só pra ocupar o posto de guitarrista. Naquele tempo nem pensava em cantar; meu vocal era muito ruim (e ainda é! – risos). Uma vez brincando no ensaio passamos uma das músicas e comecei a cantar, os caras curtiram, e como estava muito difícil descolar um vocalista acabei ficando no vocal também. De influência posso citar: Deeds of Flesh, Pyaemia, Vile, Gorgasm, Severe Torture, Disgorge (EUA).

 

Recife Metal Law – O Corporal Sores lançou sua Demo de forma independente. Já foram atrás de algum selo? Alguém se interessou? A banda distribui a Demo no exterior?

Everton – Ainda não fomos atrás de selo, por que precisávamos lançar algo rápido e não podíamos ficar esperando a boa vontade de alguém lançar nosso som. O processo é um tanto quanto burocrático. E, sim, já mandamos nossa Demo para o exterior, tanto a primeira como a atual, mas estamos em processo de composição atualmente e pretendemos gravar algo novo esse ano ainda e, aí sim, tentar conseguir um selo pra fazer a parte de distribuição para nós.

 

Recife Metal Law – Quando irão lançar algo novo? Tem alguma previsão? O que podem nos contar em relação aos próximos passos da banda?

Everton – Pretendemos lançar algo esse ano, talvez para Julho, Agosto, mas isso vai depender muito de como estará o processo de composição das nossas músicas. Somos bem chatos com relação a isso. A idéia é sempre melhorar, composições, letras, qualidade de gravação. Muita gente pode não gostar do que eu vou dizer, mas detesto pegar Demos e sons mal gravados para escutar. Mesmo com gravações ‘ao vivo’ há bandas que soam legais e não aquela chiadeira proposital que muitos acham que tem que ser assim. Eu também não gosto dessa idéia de que Metal tem que ser ‘tosco’ (gravação e som) igual às bandas no começo dos anos 80. A tecnologia está aí para facilitar! Hoje em dia é fácil encontrar estúdios bons com equipamentos bons e que não cobram um absurdo. Ao menos no Corporal Sores eu farei o possível para soar com a qualidade sonora das bandas ‘gringas’. Claro, desde que esteja dentro de nosso orçamento. Em termos de som, vamos continuar a seguir a mesma linha, contando com riffs mais técnicos, porém sem perder o peso.

David – Assim como o Everton disse, no momento estamos compondo com o intuito de lançar um full lenght. As novas composições estão bem mais técnicas e brutais. Pretendemos gravar um material de boa qualidade e com isso tentar conseguir alguém ou algum selo que se interesse em nos lançar. Qualquer ajuda é mais que bem vinda, no mais é isso.

 

Recife Metal Law – Obrigado pelas respostas e pela amizade! Deixe suas considerações finais.

Everton – Muito obrigado, Wender, pela força! A todos do Recife Metal Law e todos que nos tem apoiado de qualquer forma, infelizmente são muitos nomes, mas vocês sabem quem vocês são. Sem vocês o Underground não acontece!

David – Obrigado pelo espaço e oportunidade de mostrar um pouco do nosso trabalho para os leitores do Recife Metal Law, valeu!

 

Site: www.myspace.com/corporalsores /www.corporalsores.net

E-mail – [email protected] / [email protected]

Correspondências: A/C David Ferreira. Rua Guarani, 05 – Vila Cristina. Carapicuíba/SP. CEP: 06.364-220

 

Entrevista por Wender Destruction

Fotos: Divulgação