NECROHUNTER





A NecroHunter é uma banda paraibana que vem despontando com muita força no cenário Underground, principalmente em sua região. Desde o lançamento de seu álbum de estreia, “Hunter’s Curse” (2014), a banda vem fazendo diversos shows, se mostrando incansável e que, sim, uma banda oriunda da região Nordeste também pode ter uma frequência significativa de shows. Além disso, o grupo capitaneado pelo guitarrista/vocalista Mauro “Necrohunter” Medeiros, em meio a toda a agenda de shows, já trabalha em novos materiais, inclusive em um Split que virá no formato vinil. Complementa a formação do NecroHunter Petrus Carvalho (guitarra), Hálamo Reis (baixo) e Jonathan Andrade (bateria). E nessa entrevista o seu fundador nos fala sobre o início da banda, mudanças na formação, entre outros diversos tópicos.

Recife Metal Law – Antes do surgimento do NecroHunter existia o Damned Creation, que era um duo (ao menos ao vivo era formado por guitarrista/vocalista e baterista). O que restou do Damned Creation para ser aproveitado pelo Necrohunter?
Mauro “Necrohunter” Medeiros –
Primeiramente gostaria de agradecer aos leitores desse ícone do Metal: o grandioso Recife Metal Law! Pois bem, em meados de 2002 criei o que mais tarde viria a ser o NecroHunter. O nome foi concluído através de várias sagas e história de assassinato e necrofilia. Ainda com o nome de Damned Creation, éramos apenas eu (vocal e guitarra) e um baterista. Fizemos vários shows no circuito Underground e também fiz várias Demos. Com o tempo saiu o baterista e fiquei sozinho, então resolvi reconstruir um trio em 2007 e também mudou o nome para Behest... fiz um EP e continuei com tudo até que, em seguida, com a saída dos membros em 2011, mudei definitivamente para NecroHunter, onde continuei o trabalho de shows e lançamento do EP “Slaughtered” (2011). Em 2014 chega “Hunter’s Curse”, onde foi acrescentado mais um guitarrista e, daí em diante, tivemos grande respaldo de toda a mídia nacional e em vários países.

Recife Metal Law – Antes do lançamento do primeiro álbum, o NecroHunter lançou uma Demo, intitulada “Slaughtered” 2011. Qual foi o impacto desse material no meio Underground?
Mauro –
“Slaughtered” conta com três músicas, e nos ajudou bastante a fazer vários shows; caímos na estrada, houve grande notoriedade nesse período. A ideia seria de lançar o “Hunter’s Curse”, estava todo composto, mas com mudanças de formação ficava difícil lançar o álbum e cair na estrada.

Recife Metal Law – Essa Demo possui três faixas, sendo uma “Intro”, a faixa-título e “Shredded and Carbonized”. A faixa-título se faz presente no ‘debut’. Por qual razão vocês decidiram não colocar “Shredded and Carbonized” no ‘track list’ do primeiro álbum?
Mauro –
“Shredded and Carbonized” é uma música muito boa, assim como “Slaughtered”, e queria regravá-la e colocá-la em outro artefato. Tenho planos para uma nova versão.

Recife Metal Law – “Hunter’s Curse”, primeiro full lenght do NecroHunter, foi lançado em parceria com os selos Gallery Productions e Rapture Records. Essa parceria está dando certo?
Mauro –
Fiquei muito satisfeito com o resultado final do álbum. Tivemos um grande apoio de distribuição da Gallery Productions e Rapture Records. Está sendo uma boa parceria.

Recife Metal Law – Como foi todo o processo criativo para esse álbum? Sendo você o único integrante que está na banda desde o seu início, foi sua toda a concepção criativa, musicalmente falando, ou os demais músicos apresentaram suas ideias?
Mauro –
Tudo foi moldado, a cada composição e aspecto da letra. Quando finalizei as músicas tive uma ajuda em parceria do produtor musical Wilhelm Hansen, antigo guitarrista do Medicine Death, com algumas ideias para gravação e também do produtor musical Victor Hugo Targino. Juntos conseguimos criar essa sonoridade de “Hunter’s Curse”. Na parte gráfica estive ao lado de grandes artistas, desenhistas como Adir França, Ricardo Necrogod  e o Edson Ferreira.

Recife Metal Law – A banda faz Death Metal, porém esse seu primeiro álbum mostrou que o NecroHunter procurou fugir do lugar comum, fazendo um som com identidade própria. As músicas não se prendem, em demasia, ao estilo, mas não deixam de soar Death Metal. Como vocês chegaram a esse resultado?
Mauro –
Acredito que pelo fato de ser tão fanático pelo Death Metal, tudo entrou nesse clima. Escuto muito Metal em geral, e como tudo no Metal me instiga, quando estou compondo deixo tudo transparecer sem me preocupar se está parecendo com algo ou não, deixo fluir a ideia.

Recife Metal Law – Poderia citar aqui todas as músicas como destaque, mas vou citar duas, para traçarmos um paralelo: “I Sacrifice” e “Total Slaughter”, que trazem velocidade, brutalidade, porém com partes mais cadenciadas e com boas melodias, principalmente nas guitarras, que apresentam grande influência do Heavy Metal. Quais músicas melhor definem a sonoridade desse álbum e do NecroHunter?
Mauro –
Fica muito difícil de falar que uma música apenas, porque todas se completam. Gosto muito de todas.

Recife Metal Law – Sobre a gravação, ela é um pouco incomum, em se tratando de gravações para o Death Metal e feitas no Brasil. Ela ficou bem ‘limpa’. Era esse tipo de gravação que a banda procurava quando começou a produzir o álbum?
Mauro –
Ficou exatamente como eu queria. Na época, antes de lançar a Demo “Slaughtered”, já tinha gravado o “Hunter’s
Curse”, e assim ele foi gravado mais de quatro vezes, e devido a recursos de estúdio nada estava como eu queria. Mudamos de produtores e nada estava dando certo, até que consegui chegar na sonoridade esperada.

Recife Metal Law – A parte gráfica veio bem cuidada, inclusive ganhando um desenho pouco amistoso dos integrantes, que ficou a cargo de Adi França. De quem foi a ideia de tal ilustração? Ela se encaixou muito bem com o título do álbum, sua capa e letras contidas...
Mauro –
Queria trabalhar com vários desenhistas e ilustradores, para pegar de cada um a sua marca e no final de tudo fechar as artes, não só do encarte, mas de todo o trabalho de merchandising. Então entrei em contato com todos eles, passei para cada um como era para ser, todos compraram essa ideia e fizeram um grandioso trabalho.

Recife Metal Law – Sobre as letras, a banda não fugiu do usual do Death Metal, tais como carnificina, serial killers, horror... Para a musicalidade do NecroHunter, esse tipo de temática é a que melhor se encaixa?
Mauro –
Tudo vai depender do artefato a ser lançado, e até dos riffs e melodias. Tenho muita influência do Splatter, de filmes de horror e serial killers, como Dahmer, Harold Shipman, entre outros. Para mim é um prato cheio para letras, mas pretendo ir mais além.

Recife Metal Law – As três faixas instrumentais – “Bloodshed”, “Seven Razors” e “In Curse” – tiveram com
o parceiro de programação Wilhelm Hansen, ex-integrante da lendária banda paraibana Medicine Death. Ele chegou a opinar em alguma outra música?
Mauro –
Eu e Wilhelm somos amigos de longa data e sempre que ele fala eu paro para escutar e aprender, é claro. Ele é muito talentoso, um grande músico.

Recife Metal Law – Com um álbum lançado e com vários anos de estrada, quais são os próximos passos do NecroHunter?
Mauro –
Tenho planos de outros lançamentos para o NecroHunter; entrar em turnê novamente. Gostaria de agradecer ao Recife Metal Law pelo espaço; todos que estão na luta, produtores, bandas e, principalmente, ao grandioso público que sempre nos apoiou. Stay NecroHunter!

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E-mail: [email protected]

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação, Adilson Júnior, Rafael Almeida