Nick Barker: baterista declara - “Tocar Thrash Metal no Brasil é uma coisa meio louca”




 
Na última terça-feira, 08/03/2022, o canal do YouTube Heavy Culture conversou com Nicholas Barker, baterista do Brujeria e com passagens marcantes pelo Dimmu Borgir e Cradle of Filth. O músico britânico, considerado um dos melhores na sua área, também assumiu as baquetas do Lock Up desde sua fundação, em 1998 até seguir outros caminhos em 2017, tendo gravado quatro álbuns com o super projeto de Metal extremo. Dentre suas influências estão nomes como Neil Peart, Gene Hoglan, Clive Burr, Nicko McBrain, Dave Lombardo, e Pete Sandoval. E para falar sobre suas origens, influências, pelas bandas que passou e planos futuros, o staff do canal recebeu Barker para um bate-papo franco e descontraído, destacando o tempo pelo qual passou pelo Testament, em 2007, relembrando inclusive um show em São Paulo: “Tocar com o Testament foi fantástico, foi ótimo. Houve muita especulação recentemente que eu seria o novo baterista, mas não, não é verdade, apenas para a tour, e isso foi quando Gene (Hoglan) desistiu. Algumas semanas atrás todo mundo na indústria da música achava que era eu que iria substitui-lo, mas não, não era eu. Mas foi muito divertido tocar e fazer turnês com o Testament, me diverti muito, especialmente no Brasil. Eu comemorei meu aniversário em São Paulo! Tocar Thrash Metal no Brasil é uma coisa meio louca, o público fica agitado. Todas as vezes que toquei no Brasil o público foi incrível. É muito diferente dos outros países”.
 
Ainda sobre o Testament, o músico comentou um pouco mais sobre os rumores de sua possível volta às baquetas da lenda do Thrash: “Eu realmente fui um membro do Testament por um curto período de tempo até ter alguns problemas de imigração nos EUA. Então fui deportado e enviado de volta para o Reino Unido. Esse foi meio que o fim da minha experiência com o Testament. Ainda somos grandes amigos e quando Gene desistiu algumas semanas atrás, sim, eu fui considerado para o trabalho”. E questionado sobre seu maior desafio, o baterista conta: “eu diria que meu maior desafio é o estúdio, sempre porque sofro de uma ansiedade muito forte, assim que eles dizem ‘gravar’ minha mente enlouquece. Tenho muita insônia durante o período em estúdio e tudo que eu ouço é o ‘click track’ sempre que tento dormir à noite, isso é horrível, o estúdio realmente fode com minha cabeça e com minha ansiedade. Na situação ao vivo é muito diferente porque há a emoção, a multidão os fãs, é menos clínico, há uma sinergia com o público”.
 
Recentemente o baterista participou do álbum solo de Biff Byford, vocalista do Saxon, intitulado “School of Hard Knocks”. Sobre sua experiência com esta lenda viva do Metal mundial, Barker deu mais detalhes, relembrando também sua amizade com o produtor Andy Sneap, que já trabalhou em discos do Saxon: “eu conheço o Biff há algum tempo, porque sou muito amigo do Andy Sneap, o produtor musical. Ele toca no Judas Priest agora, e ele cresceu muito perto de onde eu moro, nós éramos amigos desde a adolescência e quando ele estava na banda de Thrash nos anos 80 Sabbat... Eles provavelmente são a melhor banda de Thrash do Reino Unido de todos os tempos. Eles eram caras locais quando nós éramos crianças, nós os seguíamos pelos shows locais, nós carregávamos todos os seus equipamentos e então, eventualmente, começamos uma amizade e isso foi nos anos 80... Na verdade, eu gravei as Demos de pré-produção do Saxon para o álbum ‘Battering Ram’ com o Andy no Backstage Studios, porque o Nigel, o baterista do Saxon, teve um aneurisma cerebral, então ele estava no hospital e não podia tocar bateria então ele me perguntou se eu faria a bateria para a pré-produção do Andy. A antiga banda do Andy, Hell, fez uma turnê no Reino Unido com o Saxon alguns anos atrás e eu era o gerente de turnê do Andy e ele estava no Hell na turnê do Saxon, então eu conhecia os caras do Saxon e Biff me perguntou se eu realmente gostaria de tocar bateria em algumas músicas... Para mim, ser convidado para tocar bateria no álbum de Biff foi muito especial porque o Saxon são heróis locais nesta parte do Reino Unido, foi meu primeiro show e foi bastante simbólico para mim. Você nunca pensa em fazer esse tipo de coisa ou fazer parte disso porque você é como um fã assistindo isso. Se alguém tivesse me dito quando eu tinha 11 anos ‘um dia você vai tocar sua bateria no álbum do Biff Byford’ ninguém acreditaria em mim!”.
 
Para conferir o bate-papo completo com Nick Barker, clique aqui.

O Heavy Culture tem dedicado o mês de março aos bateristas, e após ter conversado com Abaddon, ex-Venom, e Nicholas Barker, do Brujeria, agora receberá Lee Harrison (Monstrosity e Terrorizer), no dia 15/03, e para finalizar o mês especial, no dia 29/03 será a vez de Perry Strickland, do Vio-Lence, contar um pouco de sua trajetória. O canal também conversou com o brasileiro Anderson Tiago, do canal do YouTube NWOTHM Full Albums, que ao longo dos anos tem trabalhado com afinco na propagação da New Wave of Traditional Heavy Metal pelo mundo. O bate-papo foi realizado pela correspondente na Alemanha, Deny Hexenschuss, onde foi abordado o interesse de Anderson (hoje radicado na Holanda) por este subgênero do Heavy Metal e como funciona seu trabalho com o canal.
 
Confira o bate-papo com Anderson Tiago clicando aqui.
 
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