OVERLLOUD





A OverlouD foi fundada em março de 2011 por Rui Junior e Andrew Marques, dois amigos que gostavam de Heavy Metal e desejavam fazer uma banda cover de Heavy Metal e Hard Rock. Posteriormente a banda foi complementada pelo guitarrista Oman Nadin, pelo vocalista Tiago Galdino e pelo baixista Lucas Moura. A partir de então o estilo da banda foi se definindo como uma banda de Heavy Metal e logo se percebeu que havia algo a mais que uma banda cover. Em 2016, para evitar conflitos com outras bandas que utilizavam o mesmo nome, a banda decidiu por mudar seu nome para OverllouD. Em 2019 a banda lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Splendor Solis”. Sobre esse álbum e alguns detalhes sobre a história da banda, o baixista Lucas Moura nos fala...

Recife Metal Law - Olá! É um prazer tê-los aqui! Conte um pouco sobre o início da banda para o conhecimento de nossos leitores.
Lucas Moura -
Olá! É um prazer imenso falar com vocês! A banda começou com Rui e Andrew, eles já eram amigos de escola e montaram a banda. Chamaram para compor a banda Oman Nadin e posteriormente eu (Lucas) e Tiago. Iniciamos o trabalho como uma banda cover, o que foi importante para gente estabelecer entrosamento e melhorar tanto o equipamento quanto a parte de técnica musical. Nesse momento Oman saiu da banda, pois foi morar em Recife, e aí entrou Leandro Balby (ex-Guinevere). Nessa época “Search For the Light” já estava pronta e com a entrada de Leandro começamos a nos aventurar nas composições. Daí foi o longo processo de transição de uma banda cover para autoral, compondo, testando em shows, escutando opiniões, que culminaram agora com a gravação de “Splendor Solis”.

Recife Metal Law - Antes a bandas se chamava OverlouD e hoje passou a OverllouD. Como se deu a mudança na grafia?
Lucas -
A OverlouD começou em 2011 e traçou uma longa trajetória com o público de Campina Grande. Chegamos a tocar no festival Seccas em Sumé/PB e no Veneto Club em São Luís/MA. Quando começamos a pensar em gravar, pesquisamos para saber se internacionalmente alguma banda já utilizava o nome, e encontramos uma banda de Hard Rock espanhol. Como pretendíamos divulgar o álbum internacionalmente e não queríamos perder toda a divulgação em torno do nome, depois de muitas tentativas de novos nomes decidimos por colocar um “L” a mais, o que não muda a pronúncia, mas nos identifica. Hoje somos a OverllouD.

Recife Metal Law - Em que momento vocês perceberam que já estavam prontos para gravar o primeiro álbum?
Lucas -
Cara, nem sei se a gente chegou a esse ponto ainda. Na verdade, a gente quis divulgar nosso trabalho. Inicialmente nunca pensamos que teríamos a repercussão que tivemos. É tudo muito novo ver a galera curtindo o álbum e perguntando se a gente já pensa num novo! É bom saber que nos arriscamos e, ao que parece, acertamos.

Recife Metal Law - Como foi o processo de gravação, tendo em vista que parte do material foi gravado em Campina Grande (PB) e outra em São Luís (MA)?
Lucas -
Nós agradecemos muito o esforço que foi feito por todos os envolvidos, isso porque a mixagem ficou a cargo do Base Studio SLZ, mas nós não podíamos viajar para gravar lá. Então as guitarras foram gravadas no Base Studio SLZ e os demais instrumentos e voz no Hold Studio. Isso tornou o processo longo e cansativo, mas gratificante pelo empenho de todos em deixar o material o melhor possível.

Recife Metal Law - O disco foi lançado inicialmente nas plataformas digitais. Como foi o feedback?
Lucas -
Foi impressionante! Recebemos ‘reviews’ de vários lugares do mundo e comentários muito positivos de quem ouviu. Foi por esse feedback positivo que fomos procurados pela Metalizer Records e Hellion Records. Para nós, receber propostas de gravadoras foi realmente inacreditável. Esperamos que isso ajude a que cada vez mais pessoas possam escutar a gente e curtir “Splendor Solis”.

Recife Metal Law - O disco será distribuído pela Hellion Records e também pela Metalizer Records, como você mencionou. Quais as expectativas?
Lucas -
Nesse momento, altas. A gente já tinha respostas positivas de forma orgânica, dentro e fora do país. Recebemos mensagens de todas as regiões do país e também de vários países europeus, além de Coreia do Sul e Japão. Esperamos que com a ajuda nas divulgações a gente consiga mais contatos nacional e internacionalmente. Complicado pensar em shows agora com a crise do Covid-19, mas é tentar fazer o máximo de divulgação pensando no pós-quarentena.

Recife Metal Law - Arte ficou extremamente linda! De quem é a arte? O personagem da capa se tornará o mascote da banda?
Lucas -
A arte é do artista plástico Eldon Oliveira, que trabalhou uma ideia proposta pela banda. Como nós temos várias influências musicais, o personagem principal é um alquimista, misturando elementos que geram o “Splendor Solis”. Também incluímos referências a todas as músicas na imagem, algumas mais óbvias, outras menos. Esperamos que o público perceba. Não sei se ele se torna um mascote, depende muito do que a gente bolar para um segundo álbum. Eu gostaria que fosse.

Recife Metal Law - Vocês praticam Heavy Metal tradicional. Quais são as principais influências?
Lucas -
Eu acho que a principal e mais perceptível é Iron Maiden. Mas cada integrante tem referências diferenciadas. Gostamos muito do Power Metal de Helloween, Gamma Ray, Stratovarius, Angra… O Heavy Metal do Judas Priest, Accept, Dio e Saxon também estão sempre nos nossos ouvidos. No “Splendor Solis” tentamos misturar tudo que gostamos, mas a cola é o Heavy Metal. Por isso você pode encontrar uma música como “Omen”, que tem uma introdução quase Thrash seguida por uma melodia típica de um Heavy Metal. Também temos nosso pé no Hard Rock do AC/DC e Airbourne, que influenciou “Drinking All Night”, junto com longos momentos de embriaguez.

Recife Metal Law - O Brasil é um lugar difícil para ser músico ou viver da música. Você acha que as bandas de Rock/Metal não são valorizadas o suficiente ou será que vivemos numa época em que a tecnologia não ajuda muito?
Lucas -
Um pouco dos dois. Inicialmente o Brasil é um país em que o Heavy Metal nunca foi ‘mainstream’. Tivemos momentos bons para o Rock, como a década de 1990 e anos 2000, com bandas de Rock nacional tocando nas novelas, rádios e televisão, o que puxa algumas pessoas para ouvir Heavy Metal. Mas, no geral, somos um estilo Underground, então não dá para sonhar com um Ed Force One. Mas isso é bom também. Antes da tecnologia a OverllouD não seria possível. Usamos a internet o tempo todo em nosso processo de composição; fazíamos alguma coisa e mandávamos para os outros verem, e as músicas iam se complementando. Também todo o processo de divulgação da gente só foi possível com as novas tecnologias. A gente não imaginava ser ouvido no Japão há trinta anos sem uma grande gravadora. O mercado musical mudou, abrindo portas para o surgimento de uma imensidão de bandas, que o público vai selecionando qual eles preferem, sem um corte prévio da indústria cultural. Nesse sentido, parece que o mercado hoje é mais democrático.

Recife Metal Law - Muito obrigado pelo seu tempo! Deixamos as últimas “linhas” para vocês. Vida longa ao OverllouD!
Lucas -
Agradecemos muito ao Recife Metal Law na pessoa do Renan, que escutou a gente desde que a gente lançou no YouTube e sempre nos apoiou. Espero muito que a cena pernambucana curta nosso álbum e, quem sabe, não role de em breve acabar a quarentena e a gente cole num show por aí? Já estivemos presente em Recife várias vezes, assistindo shows diversos e sabemos que a cena da cidade é incrível! “Splendor Solis” não é um álbum planejado em um estúdio de marketing. É um álbum de fãs de Heavy Metal feito para headbangers. Espero que todos curtam essa nossa homenagem aos que nos antecederam, e como fala no refrão de “Metal Legends”: ALL HAIL METAL GODS!!!!

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Entrevista por Renan Williams
Fotos: Divulgação