Till The Dirt: já disponível álbum de estreia




 
Kelly Shaefer está aprontando mais uma vez. Com a sua nova banda Till The Dirt e seu álbum de estreia intitulado “Outside the Spiral”, o lendário e revolucionário mestre do Death Metal da Flórida está pronto para injetar uma boa dose de sangue fresco ao estilo.
 
Tudo dentro do gênero Death Metal se baseia basicamente em dois pilares: força musical extrema e tecnicismo insano. Ou seja, variações que satisfaz os seguidores obstinados dessa cena, mas que as vezes oferece um alcance artístico bastante limitado. Agora, Kelly junto com seus cúmplices, tanto dentro quanto fora do Till The Dirt, colocaram toda a diversão de volta na música extrema, desviando-se deliberadamente da mesma fórmula que o guitarrista da Flórida lançou no mundo como um de seus principais criadores e defensores.
 
Um dos privilégios de ser uma lenda viva é a liberdade de fazer o que quiser sem precisar provar nada para ninguém. E é exatamente isso que acontece em “Outside the Spiral”. Sem nunca negar as suas raízes Death Metal, Shaefer toma a liberdade de amalgamar qualquer influência musical em suas canções, desde que elas se encaixem. Por esse motivo, não se surpreenda ao encontrar Grunge, Black Metal, Jazz, Rock, Dark Wave, uma pitada de Pop clássico e muitas outras cores estilísticas fundidas em faixas que variam de malícia relaxada a um soco no rosto vitriólico.

Quando a cena do Death Metal americano surgiu do Underground para se tornar em um gênero reconhecível e inovador no final dos anos 80 com álbuns marcantes como o clássico “Leprosy” (1988) do Death, “Altars of Madness” (1989) do Morbid Angel e “Slowly We Rot” (1989) do Obituary, sua evolução foi crescendo a uma velocidade surpreendente quando o Atheist entrou em cena com seus aclamados primeiros álbuns “Piece of Time” (1990) e “Unquestionable Presence” (1991). Essas obras-primas da música extrema são consideradas por muitos como o próprio molde a partir do qual o Technical Metal foi forjado. Kelly Shaefer e o Atheist adicionaram classe e uma certa musicalidade séria a um gênero que causou seu primeiro impacto através da pura brutalidade de seu ataque sônico.
 
Portanto, provavelmente não é surpreendente que um dos instigadores do Technical Metal não se contente com essa constante cópia carbono, que até mesmo novas bandas parecem preferir e insistir. No entanto, a princípio, até mesmo Kelly não tinha certeza da direção em que suas novas genialidades o estavam levando. “Tinha a sensação de que estava tramando algo grande, mas desde que escrevi essas canções, inicialmente não tinha certeza sobre elas”, admite o compositor. “Liguei para alguns amigos, em cujo julgamento confio, como Paul Masvidal, Steve Di Giorgio e Scott Burns. Seus comentários entusiasmados atiçaram as chamas e, desde então, tenho estado a mil com novas músicas fluindo de mim, às vezes diariamente”.
 
Gostaríamos de ter sido uma mosca na parede para testemunhar Kelly compondo freneticamente, noite após noite, apenas largando sua guitarra para contatar amigos ao redor do mundo e enviar-lhes Demos em busca dos feedbacks para afirmar o seu instinto de que seu novo material estava indo para lugares muito interessantes ou para acabar com esta fonte de criatividade imediatamente. No entanto, um por um, seus amigos ficaram pelo menos tão entusiasmados com essas faixas quanto o compositor. Um novo rolo compressor de metal começou a rolar e não havia como pará-lo. Kelly então recrutou jovens músicos cheios de energia bruta e paixão para a causa chamada Till The Dirt e, mais importante, um de seus primeiros ouvintes ofereceu seus serviços inestimáveis: a lenda Scott Burns.
 
Não há como negar toda a importância que este aclamado produtor e seu local de trabalho, o famoso Morrisound Studios, teve na formação e criação do Death Metal americano tendo Tampa, Flórida por muito tempo como sua capital indiscutível. Com o Atheist, Death, Obituary, Cannibal Corpse, Cynic, Malevolent Creation, Sufocation e muitos outros, seus créditos de produção são como um “quem é quem” dos grandes nomes da cena Death Metal. Não há dúvida de que Scott Burns moldou o som inicial desse gênero como nenhum outro produtor e esses álbuns são pontos de referência até hoje.
 
No entanto, com o passar do tempo, uma crescente desilusão com o desenvolvimento do estilo começou a surgir e Scott começou a perder o interesse. Seu último trabalho foi com Obituary, no álbum “Frozen In Time” (2005), antes de Burns entrar em um exílio musical auto imposto e trabalhar em outros projetos. Embora seu status só aumentasse com o tempo, o produtor relutava em aparecer em público.
 
Tudo isso torna ainda mais sensacional ver o retorno inesperado de Scott Burns à mesa de gravação para trabalhar com o Till The Dirt. “Quando Kelly me enviou algumas Demos, a princípio relutei em ouvi-las”, revela Burns. “Achei que já tinha ouvido de tudo e não queria decepcionar um velho amigo. Quando finalmente dei uma chance às faixas, senti como se tivesse sido atingido por um raio: essas faixas eram frescas, emocionantes e divertidas – assim como nos velhos tempos. Essas demos me surpreenderam. Eu fui imediatamente fisgado a ponto de realmente querer estar envolvido. Eu realmente pensei que tinha parado de produzir Death Metal para sempre, mas aqui estamos nós agora!”.

As peças desse quebra-cabeça finalmente começaram a se encaixar e, enquanto o guitarrista continuava lançando faixas matadoras a velocidade da luz, o produtor começou a adicionar as estruturas, aproveitando várias décadas de experiência. “Eu não podia acreditar na minha sorte, ter toda a força do incrível talento e status do Scott Burns por trás de Till The Dirt”, entusiasma-se Kelly. “Ele obviamente não esperava ser sequestrado e colocado de volta na cadeira do produtor, mas fico feliz em dizer que não demorou muito para convencê-lo. Estou extremamente feliz com este privilégio: o poderoso Scott Burns está de volta para vocês baterem suas cabeças!”.

Vamos colocar toda a teoria em prática. Agora que “Outside the Spiral” chegou, aumente o volume e deixe o Till The Dirt levá-lo a um tour de force cheio de surpresas que redefinirá o gênero do metal extremo de tantas maneiras quanto o Atheist fez há mais de 30 anos. E não precisa acreditar nas nossas palavras, só confiar em seus ouvidos!
 
Um lançamento da parceria Shinigami Records/Nuclear Blast Records. Adquira sua cópia aqui.
 
Fonte: Shinigami Records/Nuclear Blast Records