Ode Insone: lançado EP baseado na obra de Bram Stoker




 
Nome em ascensão no Doom Metal nacional, o Ode Insone está lançando o EP “Dracula”, inspirado no mundialmente conhecido conto “Drácula”, escrito pelo autor irlandês Bram Stoker e publicado pela primeira vez em 1897. Composto de quatro faixas inéditas, o EP teve a arte da capa criada por Aurélio Lara e o processo de gravação realizado no Bestial God Creations com produção da própria banda, que é composta por Tiago Monteiro (vocal), Venore (vocal), Mad Ferreira (guitarra), Diego Nóbrega (baixo), George Alexandria (bateria) e Priscila Hawana (teclados).

Com três álbuns na bagagem e uma participação no “My Dying Bride – Brazilian Tribute”, com a faixa “Meu Vinho em Silêncio”, o Ode Insone colhe os frutos de seu intenso trabalho em prol do Doom Metal.
 
A primeira faixa do EP, que leva justamente o nome “Drácula”, aborda temas de amor, sacrifício e solidão, explorando a narrativa de Drácula como um ser imortal. Os versos falam sobre a importância do sangue como vida e preço do amor, destacando a alma como sacrifício e Drácula como mártir da dor. A história revela fracassos, traições e a consumação da solidão, simbolizada pelo mergulho nas águas. Drácula, o Príncipe Dragão, expressa entrega e desejos românticos. A presença do amor é apresentada como uma força que transcende a morte, conduzindo Drácula através das trevas. O tema central é a dualidade entre a imortalidade de Drácula e sua busca por conexão e significado por meio do amor.
 
“Soturna Tragédia” vem na sequência e evoca uma atmosfera sombria e melancólica. Descreve um estado de fragilidade e busca por paz no silêncio, destacando o cenário desolador de um horizonte vermelho ao pôr do sol. Há um sentimento de desespero, expresso na incapacidade de suportar o abismo iminente. A transformação em cinzas sob um rio assombrado simboliza uma condição de perda e condenação, sugerindo que nem mesmo os amantes serão salvos. A letra pinta um quadro de desesperança e fatalismo, onde a luz se apaga, o paraíso se torna um estado de sono e uma tragédia sombria se desenrola, levando à morte da estação primaveril.
 
A terceira música, “Vampíria”, embora mais curta, não deixa de ser menos densa e poética.  A narrativa se concentra em uma viagem a bordo do navio Démeter, que está condenado. A noite é caracterizada como “noite de Vampíria”. Durante a jornada, o vento ecoa como um trovão, prenunciando a morte iminente. Os tripulantes do navio são apresentados como sacrifícios e peças em um jogo conduzido pelo caçador, sugerindo que estão destinados a serem presas da figura vampírica. A letra descreve basicamente uma viagem sombria e sinistra, onde a presença de uma entidade vampírica transforma a noite em um período de perigo e morte, com a tripulação do navio sendo os potenciais vítimas.
 
Por fim, a longa “Persephóne”, que explora temas de perda, sofrimento, busca por redenção e o ciclo contínuo de amor e dor. Ao longo da música, o personagem principal enfrenta lutas contra as sombras do passado, clamando pela liberdade do coração e confrontando a dor que permanece. A ideia de caminhos fechados pela dor sugere um sentimento de prisão emocional. O refúgio é encontrado no silêncio, que é percebido como salvação. No entanto, mesmo nesse refúgio, o eu lírico reconhece que a cura é incompleta, e há um retorno ao sofrimento. O coração sangrando sempre que se ama e a busca por redenção indicam um ciclo constante de dor e amor. A música explora a autodescoberta, a compreensão da dor, a purificação do coração e a aceitação dos próprios sentimentos. No final, há um apelo para que alguém volte antes que seja tarde, sugerindo um desejo de reconciliação ou resolução antes que as oportunidades se esgotem. A referência a Persephóne sugere uma conexão com a mitologia grega, especificamente com Perséfone, filha de Deméter, a deusa da agricultura, e Zeus, o rei dos deuses olímpicos. Perséfone é muitas vezes associada à primavera e ao ciclo das estações.
 
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