WINTER SKY





Quando o carteiro me entregou o material do Winter Sky – CD e release -, confesso que foi uma surpresa, pois, até então, não conhecia a banda. Então foi colocar o homônimo CD de estreia do Winter Sky para rolar e ver qual era... Aí mais uma surpresa. Musicalidade pesada, bem dosada no instrumental e vocal. Um disco para ficar se ouvindo repetidas vezes. A banda já tem um tempo de estrada, tendo lançado um EP lá em 2007, mas só em 2019 chegou ao seu primeiro álbum. Hoje a formação conta com Vainus
Vinicius (vocal), Márcio “Trooper” Balista Júnior e Tiago Toledo (guitarras), Rodrigo “Pikeno” Penna (baixo) e Vinícius Kemp (bateria). E é o vocalista Vainus que nos conta um pouco mais sobre a banda e sobre o seu primeiro álbum de estúdio.

Recife Metal Law – A banda surgiu em 2005, na cidade de Campinas/SP, lançando, dois anos depois, o seu primeiro e único EP, “Find Your Dreams”. Qual foi a resposta de público e mídia especializada para esse registro?
Vainus Vinicius –
Na época, na nossa percepção, foi uma resposta excelente. Essa Demo foi gravada na casa do guitarrista (Marcio “Trooper” Jr.), só a mixagem foi feita em estúdio. Recebemos muitos elogios e abrimos varias portas.

Recife Metal Law – Após esse lançamento e, segundo informações contidas no release, a banda passou muitos anos trabalhando. Mas trabalhando em qual sentido, uma vez que por muitos anos o Winter Sky não apresentou nada de estúdio, até o lançamento do ‘debut’ álbum?
Vainus –
A gravação desse álbum foi muito conturbada. Tivemos problemas com entrada e saída de integrantes, problemas financeiros, estúdio que iniciou a gravação fechou. Ou seja, a nossa própria determinação para concluir o trabalho foi abalada. Quase desistimos. Por isso não lançamos nada nesse período!

Recife Metal Law – O primeiro álbum contém 12 músicas, todas inéditas. Vocês chegaram a cogitar colocar alguma música do EP, com nova roupagem, no disco de estreia?
Vainus –
Foi discutido! Mas tínhamos muito material novo. Até sobrou para um próximo disco!

Recife Metal Law – A sonoridade da banda transita entre o Heavy Metal e algo do Hard Rock. Essa pegada, digamos, mais “Harder” se dá em conta dos teus vocais e, claro, em algumas passagens com certa “malícia instrumental” de algumas músicas, como é o caso de “Believe”. Como as influências de cada músico foram usadas para criar as músicas contidas no álbum?
Vainus –
Quando lançamos a Demo eu já tinha quase todas essas 12 musicas “prontas”. Essa pegada mais Hard Rock veio de mim mesmo. Tanto nas linhas de voz como nas de guitarra. Mas durante o processo de gravação muitas ideias do resto da banda foram surgindo, o que deixou o disco mais rico e com essa característica “Harder”.

Recife Metal Law – O disco contém uma parte instrumental, sem exageros, como dito, transitando entre o Heavy Metal (em maior proporção) e o Hard Rock. É um disco pesado, para se bater cabeça, sem uso de velocidade desenfreada ou vocais agudos. Assim sendo, vai mais na linha do peso do Black Sabbath do que na velocidade de um Helloween. No processo criativo, a maior preocupação da banda era ter melodias pesadas?
Vainus –
O disco é pesado por gosto! Nós somos uma banda de Heavy Metal, mas não queríamos soar antiquados. Na banda a gente gosta desde Elvis Presley até Children Of Bodom. O importante era conseguir harmonizar bons riffs, bons refrões e ser genuíno.

Recife Metal Law – As letras desse disco, algumas delas, trazem algo bem pessoal, perdas de um amor, medo do futuro; outras falam sobre perseverança, seguir em frente. Temas ainda como alguém não ter se encontrado na vida também aparecem... Mas, de forma geral, de que basicamente falam as letras contidas nesse disco?
Vainus –
De forma geral, foi o que você disse na pergunta. As letras falam sobre experiências. Coisas que foram vividas e pensadas e depois passada para o papel. Pode-se dizer que são letras bem sinceras, apesar de que muita coisa hoje não condiz mais. A gente amadurece no percurso!

Recife Metal Law – O álbum foi gravado e mixado no ALV Studio e no Black Bridge Studio, sob os cuidados de Luís “Granja” Venturin (também responsável pela gravação das guitarras adicionais). Já a masterização foi feita fora do país, no SageAudio. Qual a razão por essa busca por um estúdio fora do Brasil para masterizar o álbum?
Vainus –
Foi orientação do próprio “Granja”. Ele é um excelente produtor, mas não gosta de masterizar. Ele envia muitos trabalhos para esse estúdio. Na época, não fez diferença nos orçamentos. As ‘masters’ no Brasil ficavam o mesmo preço! Então a indicação do produtor era a melhor escolha.

Recife Metal Law – A parte gráfica é de alto nível! Encarte com diversas páginas, informações necessárias, letras... Muito bem cuidado. Apresentar um encarte dessa forma, em tempos de música digital, era necessário para agradar os fãs do material físico?
Vainus –
Agradeço os elogios! Foi por honra mesmo! Saudosismo! O primeiro tinha que ter um formato físico, era um sonho que precisava ser conquistado!

Recife Metal Law – A arte da capa traz a banda em ação, num show. Tal arte foi feita por Yuri Campos. Mas de quem foi a ideia central para a capa de “Winter Sky”?
Vainus –
A verdade é que a gente não fazia ideia do que fazer. Discutimos muito sobre o assunto. Então eu tive a ideia: uma capa que tivesse a gente desenhado, com vários ‘easter eggs’ sobre a história da banda e nós como músicos. Alguns deles são sobre a Demo, como a Lua de Sangue (referência à música “Bleeding Moon”) no fundo; o lobo do meu lado (referência a uma banda que tive, que se chamava Black Wolf), entre outros.

Recife Metal Law – Ainda sobre a capa, como dito, ela traz a banda tocando ao vivo, seu público, mas notei que o baterista não tem o seu rosto apresentado. O encarte informa que o baterista que gravou o disco foi Cristiano “Gada” Quinalia, enquanto que a foto que traz todos os músicos apresenta o baterista Vinícius Kemp... Dirima essa dúvida, com relação ao baterista da banda.
Vainus –
Exato! o “Gada” nunca foi integrante oficial da banda. Ele só gravou e fez alguns shows. O Vinicius chegou na banda depois que o disco já estava pronto, e deu tempo de o colocar nas fotos.

Recife Metal Law – A música “Dying” foi a escolhida para o primeiro videoclipe da banda. A música em tela relata a história de uma mulher que se encontra em coma, lutando contra todos os pesadelos que atormentam sua mente adormecida. A razão para a escolha foi para mostrar o tipo de mensagem que a música quer passar ao ouvinte?
Vainus –
A música foi escolhida por retratar bem essa ideia de Hard/Heavy. As cenas do videoclipe é visão do Gustavo Badur, que foi o produtor do clipe. Ele também foi o primeiro baterista da banda.

Recife Metal Law – Outra dúvida que me veio foi com relação ao ano de lançamento do álbum. No release diz que foi em 2017 e no metal-archives.com diz que foi em março de 2019. Qual a data correta?
Vainus –
A data correta é março/2019. Foi um erro de digitação release.

Recife Metal Law – De onde vem o nome da banda, o qual, numa tradução livre, significa “Céu Claro”?
Vainus – Quando eu entrei na banda, o Márcio e o Tiago Toledo já tinham criado este nome. Acredito que não houve uma razão especial. Foi só um nome que eles gostaram. Muito obrigado pelo contato! Essa foi nossa primeira entrevista relacionada ao disco. Você foi muito observador nos detalhes! Foi uma grande satisfação responder suas perguntas! Grande abraço! Se um dia eu voltar a visitar Recife, vamos marcar uma cervejinha! (risos). (NDE.: apesar de eu não morar na capital pernambucana, mas no interior, desde já está marcada essas cervejas!)

Site:
www.wintersky.com.br
www.facebook.com/wintersky05

Entrevista por Valterlir Mendes
Fo
tos: Divulgação