Machine Head: já disponível “The Blackening”, sexto álbum de estúdio




 
O sexto álbum de estúdio da banda americana de Thrash/Groove Metal Machine Head, intitulado “The Blackening”, começou com uma Demo com 13 músicas, entre elas versões cruas das agora clássicas “Aesthetics of Hate” e “Halo”. Durante dois produtivos dias, o vocalista Robb Flynn e o baterista Dave McClain ficaram tocando juntos, afinando as músicas escolhidas para o álbum e realizando a pré-produção.
 
Pausa para um fato anedótico: quando a gravadora da banda naquela época, a Roadrunner Records, viu a duração da faixa “Clenching the Fists of Dissent” hesitou com a ideia de abrir o álbum com uma música de dez minutos e meio e, por esse motivo, perguntou à banda se ela não queria fazer algo um pouco mais direto. Porém, o Machine Head bateu o pé e não mudou de ideia porque acreditava que a música dava o tom musical correto para todo o restante do álbum.
 
“The Blackening” foi lançado em 27 de março de 2007 e se tornou o terceiro maior lançamento do Machine Head nas paradas de sucesso, alcançando a posição número 54 na Billboard 200 e ficando entre os 20 melhores em muitos países do resto do mundo. Mark Keaton foi o engenheiro de som do álbum enquanto Colin Richardson se encarregou da mixagem em Londres, Inglaterra.
 
No álbum, a banda aborda temas como a política (“Clenching the Fists of Dissent”), o ódio que existe na sociedade (“Slanderous”), a guerra (“A Farewell to Arms”), a religião organizada (“Halo”) e o espírito competitivo da banda que pode ser resumido numa única frase “o vencedor leva tudo” (“Wolves”).
 
Sobre a faixa “A Farewell to Arms”, que muitos acreditam ser uma referência ao romance de Ernest Hemingway com o mesmo título que se passa durante a Primeira Guerra Mundial, especificamente trata sobre a Guerra do Iraque. A banda começou a escrever sobre esta guerra depois de fazer uma pesquisa e descobrir que, como explicou Flynn, “muitas coisas não batiam”, o que irritou muito à banda.
 
Na época do lançamento, Flynn confessou que a banda não se preocupava se as músicas seriam adequadas para o rádio ou para a televisão porque ela queria fazer um álbum épico e sombrio. E, como exemplo, temos a faixa “Now I Lay Thee Down” que apresenta uma história de amor no estilo Romeu e Julieta, de William Shakespeare, sobre uma pessoa que mata outra para se suicidar depois. A letra original do refrão da música foi considerada “pop” por Flynn e seus companheiros de banda, então eles intencionalmente mudaram a letra para que ela não fosse tocada nas rádios.
 
Já “Aesthetics of Hate” é uma retaliação que captura a raiva da banda em relação a um artigo escrito por William Grim para o site conservador Iconoclast.com que aplaudia o assassinato do saudoso guitarrista Dimebag Darrell. Depois de ler o artigo, Flynn ficou furioso e compôs a música para enviar uma mensagem a Grim, sugerindo que ele fosse se foder, e ao mesmo tempo prestar uma merecida homenagem a Dimebag. E para terminar de humilhar a Grim, a música recebeu uma indicação de “Melhor Performance de Metal” na 50ª edição do Grammy© Awards.
 
A arte de capa de “The Blackening” foi criada por Robb Flynn, Paul Brown, um colaborador de longa data do Machine Head, e Deanna Alcorn. Baseada em uma gravura do século XVI, ela expressa temas cristãos recorrentes da natureza temporária do poder mundano, apresentando um esqueleto em um trono, coberto de símbolos e adereços da realeza. O esqueleto tem um espelho com as palavras “The mirrour (sic) which flatters not” [“O espelho que não bajula”, em português]. E segundo Flynn: “Todo este álbum é como um espelho para nós mesmos. Ele fala sobre coisas que estão acontecendo agora, mas não é necessariamente específico desta época”.
 
E ele não estava muito longe da verdade.
 
A reedição de “The Blackening” é um lançamento da parceria Shinigami Records/Nuclear Blast Records. Adquira sua cópia aqui.
 
Fonte: Shinigami Records/Nuclear Blast Records