INFECTED



 

Apesar de ter iniciado os seus trabalhos em 2002, o Infected ficou parado por três anos e só em 2006 o idealizador da banda, Rodrigo Costa (guitarra/vocal), ao lado de Bruno “Mad Butcher” (baixo), deu continuidade aos trabalhos. A proposta foi a de sempre executar um som calcado no Thrash Metal rápido, pesado e agressivo e, apesar da enxurrada de bandas fazendo o estilo, não se preocuparam em serem classificados como cópias. 2007 foi o ano de o Infected voltar com força total e com uma formação já definida, que além de Rodrigo e Bruno, contava com Rodrigo Ramos (bateria). Nesse mesmo ano gravou sua primeira e única Demo, material este que já contava com o baterista Hugo Golon, que entrou temporariamente no lugar de Rodrigo Ramos e acabou por se firmar como baterista permanente. Com letras abordando temas que retratam o ódio, o nojo e a indignação contra toda forma de domínio, injustiça e também os danos que o homem está causando a si mesmo e ao planeta em nome da tecnologia, o Infected chegou ao seu ‘debut’ no ano passado. A atual formação conta com Rodrigo Costa (guitarra/vocal), Bruno “Mad Butcher” Tarelov (baixo/ backing vocals), Henrique Perestrelo (guitar/backing vocals) e Hugo Golon (bateria/ Backing vocals).  

 

Recife Metal Law – O início do Infected se deu no início de 2002. O que os levou a formarem o Infected e quais eram os objetivos principais da banda?

Rodrigo Costa – O Infected foi formado por mim, o Emerson (bateria) e o Eduardo (baixo), depois de nos correspondermos por anúncios que colocamos nas revistas de Metal. Bandas como Megadeth, Metallica, Exodus e o Bywar, que eu via muito na época, me motivaram a tocar Thrash Metal. Nosso principal objetivo era, e é, o de fazer Thrash Metal sem a preocupação de sermos taxados disso ou daquilo. Só estávamos, e estamos, fazendo o que mais gostamos, que é tocar!

 

Recife Metal Law – Parece que o grande problema para o Infected é manter sua formação estável. Tanto é que em 2005 a banda ficou fora de atividades, e da formação original sobrou apenas você. Nesse período se cogitou a possibilidade de encerrar as atividades?

Rodrigo – É foda quando você monta uma banda e tem vários objetivos, e os caras que tocam com você ou não querem ou não podem fazer shows ou não querem levar o trabalho a sério; não estão nem aí para divulgação; gravar uma Demo e tal... Esses foram um dos principais motivos para que aquela formação não desse certo e eu decidisse parar com tudo aquilo. Também tinha o Side Effectz, que eu acabara de entrar na época, e estava muito empolgado, pois sempre fui fã dos caras. Via muitos shows e do nada estava na banda! (risos) Com certeza pensei em não voltar mais a tocar com o Infected, mas o Side Effectz também foi dando uma brecada e eu queria tocar, não podia ficar parado. Muitas pessoas também me perguntavam como andava o Infected e quando eu dizia que tinha acabado me diziam que eu tinha que voltar, pois a banda era boa e tal. Então decidi voltar com o Infected, mas sem os caras da formação original, pois seria voltar ao zero mesmo. (risos) Então entrei em contato com o Bruno, que tinha acabado de sair do Guillotine, e o convidei para tocar baixo. A baterista também havia saído e a convidamos para tocar com a gente, mas por muitos motivos ela não pôde, aí saímos em busca de um baterista e encontramos o Rodrigo Ramos, que nos ajudou muito, porém não pôde continuar com a banda; foi aí que pensei no Hugo, que já tocava comigo no Side Effectz. No início ele iria só cobrir alguns shows até acharmos outra pessoa, mas a ‘parada’ ficou tão legal que mesmo sem querer ele se tornou um membro efetivo do Infected e estamos nessa até agora! Mas como eu não gosto de tocar como um trio, o último passo era achar um guitarrista para fechar de vez a formação e foi aí que fuçando pelo Orkut achei um garotinho com um colete cheio de patches e boné com aba pra cima e decidi entrar em contato com ele. Ele também estava procurando uma banda de Thrash para entrar e, assim, Henrique Perestrelo se juntou a nós, fechando o time! Depois de alguns meses ele entrou no Blasthrash, no lugar do Felipe Nizuma e, além do mais, essa formação de hoje me passa muita segurança e tem o fato de todos sermos muito amigos. Isso facilita muito o trabalho!

 

Recife Metal Law – Em 2007 foi lançada uma Promo. Qual foi o intuito ao se lançar esse material? Pergunto isso, já que logo em 2008 vocês já partiram para o lançamento do ‘debut’ álbum, não havendo tanto tempo para a divulgação da Promo.

Rodrigo – Gravamos sete músicas no início de 2007 e iríamos lançar um EP pela Force Majeure, mas acabou não rolando. Então escolhemos três músicas, mais um som ao vivo com a antiga formação, e lançamos a Promo. Isso se deu pelo fato de muita gente pedir a tempos por algo do Infected. Já estávamos virando lenda na região, tipo: a banda que nunca lança nada. (risos) E já estávamos com um bom tempo de banda, mas acabamos nem divulgando muito e são poucas as pessoas que tem essa Promo em mãos. Nossa idéia era de lançar algo oficial e quando íamos começar a correr atrás dessas ‘paradas’ o Tulula (Mutilation Productions) se mostrou interessado em lançar algo do Infected. Ele nos pediu para gravarmos mais duas músicas e assim chegamos ao “Who Is Not?”, lançado no final de 2008. Esse é o principal motivo de não termos divulgado a Promo por mais tempo.

 

Recife Metal Law – Como a banda trabalhou na composição do álbum “Who Is Not?”? Vocês já entraram em estúdio com as músicas totalmente prontas ou surgiram algumas idéias no decorrer das gravações?

Rodrigo – O “Who Is Not?” nada mais é do que essas sete músicas, mais as duas que o Tulula nos pediu para gravarmos. Aconteceu assim: todas as músicas já estavam prontas; tivemos algumas idéias em estúdio, mas nada demais, apenas alguns arranjos ou outra melodia de solo. As melodias são do Henrique, pois meus solos são um monte de notas sem sentido. (risos) Basicamente foi isso.

 

Recife Metal Law – Achei que a gravação desse primeiro álbum poderia ter sido melhor. Não é nada que atrapalhe na hora de ouvirmos esse trabalho, mas foi isso que eu achei ao ouvir o álbum por diversas vezes, como agora estou fazendo. O resultado final agradou a todos da banda ou vocês mudariam algo?

Rodrigo – Eu também penso igual a você! Aliás, sugerimos pro Tulula de gravar tudo de novo, já que as duas músicas que gravamos depois ficaram com outra sonoridade, mas ele não viu problema quanto a isso e estava com pressa de lançar o material logo. Então deixamos como estava mesmo. Se eu pudesse gravaria tudo de novo. Embora as pessoas que adquiriram o álbum não achem que está ruim, eu e todos na banda não gostamos muito. (risos)

 

Recife Metal Law – A música do Infected é rápida e agressiva, porém traz aquelas típicas ‘paradinhas’ comuns ao Thrash Metal em algumas músicas. A linha musical da banda será sempre assim ou existe a possibilidade de adicionar outros elementos a música de vocês?

Rodrigo – Vejo a banda como uma evolução. Todas essas músicas que estão presentes no “Who Is Not?” foram as primeiras músicas que eu fiz na vida e olha que faz tempo! (risos) No próximo trabalho você pode esperar um pouco mais de evolução, sem contar que o Henrique e o Hugo são ótimos compositores e haverá muitas músicas deles no próximo trabalho. Adicionar outros elementos eu acho difícil, pois fazemos aquilo que gostamos e as músicas saem naturalmente desse jeito; não forçamos nada. O que você pode esperar é que vai ser rápido e agressivo como o “Who Is Not?”, sem dúvida, porém com um pouco mais de evolução da nossa parte.

 

Recife Metal Law – Por qual razão vocês decidiram colocar aquela “Intro” nesse álbum, e do que essa “Intro” se trata?

Rodrigo – Essa “Intro” é uma música de uma banda espanhola (que não lembro o nome) que fez muito sucesso há alguns anos atrás e a gente sempre ficava cantando ela e ‘zoando’, aí quando surgiu o álbum a gente pensou: “temos que colocar uma intro”, e na hora o que nos veio à cabeça foi essa música. (risos) No estúdio contamos pro Bruno (produtor) a nossa idéia e ele diminuiu a velocidade e a afinação da música e nos mostrou; achamos demais a idéia e colocamos no álbum. E também serve para as pessoas entenderem que não somos radicais e gostamos de diversão! Diria que é uma forma de ‘quebrar o gelo’. Eu acho que você nunca esperaria pegar um álbum de uma banda de Thrash Metal e quando colocasse pra tocar começasse daquele jeito. (risos) Tem pessoas que disseram que essa é a melhor musica do álbum! (mais risos)

 

Recife Metal Law – Entre as músicas próprias, existe a “Thrash Attack”. Além do som do Infected ser totalmente Thrash Metal, existe uma música no álbum que fala especificamente sobre o estilo. A letra dessa música serve para ratificar que o Thrash Metal é a única coisa que interessa ao Infected?

Rodrigo – Você já respondeu a pergunta! (risos) É isso mesmo! Pra mim é o melhor estilo dentro do Metal. Os riffs que me influenciaram a querer aprender a tocar guitarra foram de bandas de Thrash; a atitude das bandas; o visual, ou seja, o Infected sempre será uma banda de Thrash Metal verdadeiro!

 

Recife Metal Law – O que significa o título do álbum, e qual a ligação que ele tem com a capa?

Rodrigo – Tudo se completa nesse trabalho, ou seja, o nome da banda: “Infectado”; o título do álbum: “Quem não está?”; e a capa. Juntando tudo é como se o cara da capa estivesse infectado e louco por causa das atitudes que o homem tem e levaram aquela cidade à destruição. A mensagem que queremos passar é essa: quem não está infectado e não levará o planeta a ruína algum dia?

 

Recife Metal Law – Nesse primeiro álbum vocês gravaram um cover para “Dirty Bitch” do MX, só que os vocais foram feitos pelo baterista Hugo Golon. Qual a razão para os vocais, nessa música, serem de Hugo?

Rodrigo – Porque meu vocal não se encaixa com a música original e, além disso, eu ‘piro’ no vocal do Hugo e acho que se aproxima bem do estilo do MX. Os covers que tocamos são cantados por ele e no próximo álbum ele cantará em algumas músicas.

 

Recife Metal Law – E como anda os convites para os shows? Esse lançamento abriu mais portas para que a banda se apresentasse ao vivo?

Rodrigo – Continua da mesma forma, nada mudou. (risos) Ou seja, sempre nos mesmos lugares aqui de São Paulo. Esperamos que isso mude no decorrer do tempo. Adoraria viabilizar uma turnê pelo norte e nordeste, assim como fizeram Farscape e Violator; tocar por todo o país e depois ir para fora do Brasil! Pena que estamos aqui e temos que conciliar banda e trabalho e não é fácil assim. Mas se aparecer à oportunidade chutaremos tudo pro alto e pelo menos uma vez viveremos de um sonho! (risos)

 

Recife Metal Law – Quais são os próximos passos do Infected, após o lançamento do ‘debut’?

Rodrigo – Primeiramente, quero agradecer a você, Valterlir, por nos ceder um espaço no Recife Metal Law! Muito obrigado pela força! E também a todos os bangers do Brasil e de outros países que vem nos dando muita força e apoio! Nossos planos são o de ser maior que o Metallica; tocar em todos os lugares possíveis e imagináveis; vender um bilhão de discos; divertir-nos muito por aí e beber todos os barris de cerveja que encontrarmos! (risos) PS: Acho que a coisa mais perto que podemos chegar disso tudo é beber as cervejas (risos), pois o resto só sonhando mesmo! (mais risos) Deixo aqui nosso Myspace e e-mail para as pessoas que quiserem entrar em contato ou mesmo ouvir algo do nosso trabalho. Aos lojistas de todo o país que se interessarem por nosso material, como patches, camisetas e nosso álbum, entrem em contato conosco ou com nosso selo. Muito obrigado!

 

Site: www.myspace.com/infectedthrashmetal

E-mail: [email protected] / [email protected]

 

Entrevista por Valterlir Mendes

Fotos: Divulgação