THE FORCE



 

O The Force, banda oriunda da cidade de Asunción, no Paraguai, surgiu em março de 2007, das cinzas do Overlord, e manteve a mesma essência da banda anterior: fazer um Thrash Metal na linha da ‘velha escola’, e ainda lançando mãos de estilos como o Speed Metal e o velho Heavy Metal advindo da NWOBHM. O início se deu a partir da vontade de Miguel Martínez (guitarra e vocal) e Sebass Román (baixo) continuar a saga de fazer Thrash Metal e para isso foram em busca e integrantes para fechar a formação da banda que viria a surgir. Depois de muitas idas e vindas a atual formação conta com Carlos Carvallo (guitarra) e Caesar Possessed (bateria), além dos já citados Mike e Sebass. Em dezembro de 2007 a banda lançou sua primeira (e única) Demo, intitulada “Old School Metal Onslaught”, a qual teve forte repercussão, e que chamou a atenção do selo brasileiro Kill Again Records, que no ano seguinte já lançou o matador “Possessed By Metal”. Atualmente o The Force, além de divulgar seu recente lançamento, vem fazendo diversos shows, inclusive demonstrando uma imensa vontade de fazer uma tour em terras brasileiras. Saibamos mais nas palavras do guitarrista e vocalista Mike Martinez.

 

Recife Metal Law – Antes do The Force existia o Overlord, porém essa banda findou suas atividades, e Mike Martinez e Sebass Roman criaram o The Force. Qual o motivo para o fim do Overlord?

Mike Martinez – Saudações Bangers do Recife Metal Law! Desde o final de 2006 que nós já tínhamos a idéia de começar um novo projeto com o Sebass. O motivo era que naquele momento nos sentíamos que o Overlord estava fechando o ciclo. Eram inúmeras trocas de formação, brigas, problemas com selos que nunca chegaram a lançar o LP, e era necessário renovar as ‘forças’. Foi então que em março de 2007 tocamos no show de despedida do Overlord, e começou a procura de integrantes para a nova banda, que batizamos de The Force, inspirados pelo segundo LP do Onslaught. A idéia é sempre tocar o velho Thrash/Speed Metal, com forças renovadas e ‘armas’ mais destrutivas.

 

Recife Metal Law – No início do The Force o ‘line up’ foi complementado por Miky Doldán (bateria) e Arnaldo Torres (guitarra), formação esta que durou poucos meses. Qual a razão para Miky e Arnaldo não se fixarem na banda?

Mike – Nós já tínhamos pensado em Miky para o posto de baterista, já que o conhecíamos da banda Underhell. Ele é um ótimo baterista, e pedimos que se juntasse ao projeto. O Arnaldo (atual Aggressive Squad) não tinha banda naquele momento, mas eu o conhecia dos shows; ele sempre ficava dando uns ‘stage divings’ muito loucos! (risos) Os primeiros ensaios foram na casa de Miky, mas logo depois de umas semanas ele teve que se concentrar mais em estudos da faculdade e ele também tinha uma visão diferente do estilo que deveria adotar a banda, se sentindo mais confortável com sua outra banda, que toca um Thrash mais técnico e progressivo. Já o Arnaldo foi o primeiro a testarmos para o posto de guitarrista, mas depois quando vimos o Carlos tocar decidimos que ele era o cara certo para nós.

 

Recife Metal Law – Com a saída desses dois integrantes foram chamados Cesar Ferreira e Carlos Carvallo. Cesar também já havia feito parte do Overlord. Com três integrantes do extinto Overlord no The Force não se cogitou a reativação da primeira banda?

Mike – O Carlos chegou um dia falando que queria fazer um teste para entrar na banda. Encontramo-nos em minha casa e eu o ouvi/vi tocar uns riffs e solos. Não restava dúvida: ele era o cara! Já Cesar chamamos logo depois que Miky saiu. Ele é um cara talentoso e já conhecíamos da época de Overlord. Como eu disse, nós estávamos conscientes que o Overlord já cumprira o ciclo e não queríamos arrastar aquele nome. Estávamos 100% comprometidos com o The Force.

 

Recife Metal Law – O The Force lançou em 2007 a Demo “Old School Metal Onslaught”, que logo chamou a atenção da Kill Again Records. Como foi a divulgação e receptividade dessa Demo?

Mike – Ensaiamos por alguns meses e compusemos quatro novas músicas, e foi em novembro de 2007 que entramos nos estúdios Covenant e gravamos a primeira Demo. Em dezembro já estava à venda, e também colocamos no Myspace, que foi onde o Rolldão (dono da Kill Again) ouviu o material, e logo enviou um e-mail oferecendo um contrato para três álbuns! Ficamos espantados! Não esperávamos uma resposta tão imediata assim. O Rolldão ajudou a divulgar as Demos, e obtivemos excelentes críticas em todas as revistas, zines e webzines; gente de todo o mundo nos escrevendo. Foi uma grande motivação para nós!

 

Recife Metal Law – Em 2008 a banda lançou seu primeiro álbum, o intenso “Possessed By Metal”. Nele constam quatro músicas que foram do Overlord e mais as quatro músicas que estão contidas na Demo do The Force, além da instrumental “Long Live the Metal Gods”. Por que apenas a música instrumental como faixa inédita nesse primeiro lançamento do The Force?

Mike – Em julho de 2008 voltamos ao estúdio Covenant, e começamos a trabalhar no “Possessed by Metal”. Desde o princípio tínhamos a idéia fixa de incluir os clássicos da época de Overlord, já que eles nunca tiveram a chance de constar em um lançamento oficial, e como todas elas são composições minhas (música e letra), achamos que não era algo errado de nossa parte incluir essas músicas no ‘debut’ do The Force. Nós já tínhamos várias músicas novas prontas na época, mas como teremos a oportunidade de lançar mais dois álbuns pela Kill Again, decidimos regravar as músicas da Demo e gravar os novos temas nos próximos lançamentos. Já a “Long Live The Metal Gods” era uma das músicas novas que estávamos trabalhando e achamos que ficaria perfeita no ‘track list’, já que ela representa a veia mais tradicional do The Force; algo que sempre vai estar presente. Nada de moderno!

 

Recife Metal Law – Apenas a música “Phalanxes” (do Overlord) ficou de fora desse álbum. Por qual razão essa música não fez parte do ‘track list’ de “Possessed By Metal”.

Mike – Justamente essa música é uma das faixas que é assinada por um antigo integrante do Overlord, Emiliano Ottaviano (guitarrista). Talvez a incluiremos num EP, com ele como convidado. Nós sempre estamos em contato com ele; até podemos agregar alguns novos arranjos. Essa música é muito legal, lembra “Evil Dead”, do “Scream Bloody Gore” (clássico álbum do Death).

 

Recife Metal Law – Assim como a Demo, esse primeiro álbum também foi gravado no Covenant Studios, em Assunção, Paraguai. A gravação está excelente, deixando tudo muito nítido, mas mesmo assim deixando intacta a aura ‘old school’ do The Force. Como foi o trabalho em estúdio?

Mike – Obrigado! Essa era a intenção! Nós achamos que poderia ficar ainda melhor, mas estamos orgulhosos desse álbum! Marcelo Arriola foi de grande ajuda. Além de ser um excelente músico, ele é um grande amigo, e deu seu melhor como produtor e engenheiro do álbum. As sessões de gravação eram descontraídas; na hora de gravar nos sentíamos como em casa. O único problema era que não tínhamos instrumentos em ótimo estado e tínhamos que arranjar, tanto guitarras como amplificadores, efeitos, para conseguir o som adequado, algo que estamos trabalhando para melhorar na hora de entrar estúdio para gravar o segundo álbum.

 

Recife Metal Law – A capa nos remete aos velhos vinis de bandas de Thrash Metal da década de 80. Seria interessante poder ver a arte da capa num vinil. Existe a possibilidade de esse álbum ser lançado no formato LP?

Mike – A capa foi feita por Camilo da banda Nuclear Disaster. Ele fez um grande trabalho, e nosso conceito era que a capa fosse o mais ‘anos 80’ possível. De fato eu tenho um desenho dessa capa feita com lápis desde os anos 90! Ainda não recebemos ofertas para a edição em vinil de “Possessed by Metal”, mas isso seria ótimo! Tomara que isso ocorra; estamos interessadíssimos! Nós adoramos vinil! Imagine ter um vinil de sua banda ao lado de “Bonded by Blood”, “Taking Over”, “Fistful of Metal”, “Rock Until You Drop”, “Welcome to Hell”, etc.

 

Recife Metal Law – Ainda falando sobre a capa, ela traz um headbanger sendo atacado por um fantasma, também headbanger. Acho que não tem muito sentido o que eu vou dizer, mas essa capa me fez lembrar, um pouco, a capa do “Killers” do Iron Maiden, devido à forma como o fantasma segura o headbanger (que traz na mão a Demo do The Force). Há alguma ligação entre a capa do ‘debut’ de vocês e o segundo álbum do Iron Maiden?

Mike – A capa do “Killers” é, sem dúvida, uma das melhores do Heavy Metal de todos os tempos, e com certeza algo deve ter influído na concepção da nossa. De fato “Killers” é meu álbum favorito do Iron Maiden. Dianno e Clive Burr são os caras! Ao final de contas, faz bastante sentido o que você falou! (risos)

 

Recife Metal Law – Continuando na capa, os dois personagens estão num quarto, onde há alguns vinis e alguns pôsteres. Um desses pôsteres é da banda brasileira Violator. O que motivou a banda a colocar esse ‘pôster’ do Violator na capa do disco?

Mike – A idéia era mostrar como são os nossos quartos e sala de ensaio: cheio de pôsteres, fitas, vinil... E o banger representa como nós somos mesmo. Queríamos adicionar mais latas de cerveja, ‘fast food’ e coisas assim, mas teria sido muito parecida com “The Morning After” do Tankard. (risos) Já o Violator foi incluído porque eles são velhos amigos nossos faz anos. É uma grande banda!

 

Recife Metal Law – Ainda não pude ver um show do The Force, mas já li que as performances de vocês são tão explosivas quanto o som que fazem. Existe a possibilidade do The Force vir ao Brasil numa tour?

Mike – Essa é uma das nossas prioridades agora: tocar no Brasil! Possibilidades existem, é só alguém nos convidar! Estamos ansiosos para tocar no Brasil, e em toda América Latina. Eu acredito que logo vai acontecer a tour, e com certeza ela vai começar no Brasil!

 

Recife Metal Law – E como vem sendo a receptividade desse primeiro álbum? De que forma o público de seu país recebeu o “Possessed By Metal”?

Mike – Até agora tem sido ótima! Na Rádio Thrash Unlimited, dos EUA, um cara maluco votou em nosso disco como o melhor álbum de Thrash de 2008, e através disso recebemos muitos e-mails de todo o mundo querendo comprar e resenhar o álbum; desde o México até Indonésia e Polônia. Aqui os bangers receberam muito bem, com ótimos comentários e todos falando estar orgulhosos de uma banda do Paraguai sendo bem conceituada no exterior.

 

Recife Metal Law – Sei que a divulgação do ‘debut’ ainda está no começo, mas como quase todas as músicas já haviam sido compostas antes de seu lançamento, eu gostaria de saber se já existem novas músicas prontas do The Force...

Mike – Bem, de fato nós já temos prontas dez músicas que constarão no segundo CD. Nós planejamos entrar a gravar em Julho ou Agosto. Posso adiantar que será na mesma linha do primeiro álbum, porém mais agressivo e rápido, mas sempre com os toques de Heavy Metal tradicional. Temos um novo baterista (Luis Almada) que é uma máquina, e também temos um novo baixista (Juan Barrios) que é um grande talento, e os dois são velhos amigos e grandes bangers. A banda está mais entrosada e letal do que antes. Achamos ter definido, mais ainda, o estilo da banda, que sempre foi um misto de Thrash/Speed e NWOBHM. E é exatamente o que queremos tocar. Nada de moderno! (risos)

 

Recife Metal Law – Obrigado pelo tempo cedido. Deixe um recado para os leitores do Recife Metal Law...

Mike – Obrigado pela entrevista! Envio um abraço a todos os Headbangers que nos tem escrito, e esperamos encontrá-los prontos para bater cabeça e beber umas cervejas geladas em sua cidade! THRASH ON!!

 

Contatos: Legión Civil Extranjera, 925 (Villa Morra). Asunción. Paraguay.

Site: www.theforceband.com / www.myspace.com/theforcethrash

E-mail: [email protected]

 

Entrevista por Valterlir Mendes

Fotos: Divulgação