OPHIOLATRY



 

O Ophiolatry foi formado em 1998, no interior de São Paulo, e com o passar dos anos ganhou um merecido destaque no nosso cenário Underground. O Recife Metal Law bateu um papo com o guitarrista Fábio Sperandio, que nos explicou alguns detalhes em relação ao culto das serpentes. Confiram!

 

Recife Metal Law – Para darmos início, gostaria de saber se o Ophiolatry já sofreu algum tipo de preconceito pelo fato do Jorge “Dog” tocar em uma bateria diferenciada dos demais bateristas? Qual foi a reação dos europeus em relação a isso?

Fabio Sperandio - É uma coisa que varia. Em alguns lugares umas pessoas gostam, outras não. Às vezes usamos a bateria inteira com pads; às vezes só triggers nos bumbos; às vezes misturamos as duas. Na Europa a mesma coisa: uns gostam, outros não. Quando for possível a gente monta umas três baterias no palco, uma de cada jeito, e faz um teste.

 

Recife Metal Law – Em 1992 você tocava em uma banda chamada Black Karma. A mesma chegou a gravar algo?

Fabio – Verdade! Eu tinha 14 anos, sem noção. Foi em 1991, eu acho. Faz muito tempo! Como você ficou sabendo? Acho que tem uma Demo Tape ‘tosca’ e um vídeo oficial de um show ao vivo em São José dos Campos. O som era meio Black/Death Metal. Quem tiver aí os materiais entre em contato: [email protected].

 

Recife Metal Law – Em sua opinião, qual o motivo para tantas bandas estarem assinando com selos no exterior e divulgando seu material aqui? A maioria dos selos brasileiros está sendo incompetente?

Fabio – Não imagino! Pra gente sempre rolou lá desde o começo, então eu penso que com a gente rolou simplesmente. Dizem que santo de casa não faz milagre, acho que demônio de casa também não. Aqui temos uns fãs, mas lá fora a gente é bem mais requisitado. Os selos aqui parecem estar legal, né? Propagandas em zines, revistas... Parabéns pelo trabalho! Se quiserem licenciar algo do Ophiolatry escrevam.

 

Recife Metal Law – Ao longo da jornada o Ophiolatry teve significativas baixas de componentes. Qual o segredo para que essa formação atual esteja estabiliza há anos? Como surgiu o contato com o baterista “Dog”?

Fabio – Desde o começo do Ophiolatry estamos juntos nós três, porém antes tínhamos o Tiago na voz, isso foi de 1998 até 2002, depois o Antônio Costa assumiu o vocal. A gente ficou só em três... Não teve ‘treta’ de formação, está tudo ok! Antes do Ophiolatry tinha o Cursed Celebration, mas deu ‘treta’ e a banda acabou. Era outro batera nessa época...

 

Recife Metal Law – O que representa o disco “Transmutation” ao Ophiolatry? Ele está sendo divulgado por qual selo e em quantos países?

Fabio – No momento estamos trabalhando com duas gravadoras: Forces Of Satan (Noruega) e Regain Records (Suécia). As coisas estão indo bem. Como a Regain trabalha com o Gorgoroth, Vader, Behemoth, e uma porrada de bandas de nome, eles têm uma grande promoção na Europa, e nosso CD está sendo muito bem divulgado na Europa e Estados Unidos. É o nosso melhor trabalho, principalmente em termos de velocidade. Para quem gosta, escute, porque, sinceramente, acho que não iremos mais fazer um CD tão rápido assim; metrônomo 280 bpm, quase ficamos loucos ensaiando e gravando esse CD; fazíamos três ensaios por dia; muitas noites atravessadas dentro do estúdio. Fizemos tudo desde a primeira nota até toda produção, mixagem e finalização. Mandamos apenas para o Infernus masterizar no Cutting Room na Suécia. Esse disco é 100% Ophiolatry! Sempre estivemos comprometidos com a banda, mas no “Transmutation” ficou um pedaço da alma de cada um. Escutem, escutem!

 

Recife Metal Law – Gostaria de saber um pouco mais sobre o seu trabalho com o estúdio de gravação: o LAB 6. Apenas bandas de Metal extremo podem gravar no espaço?

Fabio – Cara, é o que sei gravar melhor: Death, Thrash, Grind, Doom, Black Metal! Estaremos em breve lançando uma compilação com 10 bandas de nossa área. Eu gravei e produzi todas no meu estúdio LAB 6, ao lado de Antônio Costa. Em breve ela sairá. Recentemente também gravamos os solos para o novo CD do Impiety, ficou muito porrada! Ah sim, está saindo pela Free Mind Records, em breve, o álbum do Chaos Synopsis , “Kult Ov Dementia”. Esse ficou muito bom mesmo. Escutem lá e me escrevam!

 

Recife Metal Law – Houve algum processo de escolha para que fosse decidido gravar o cover do antigo Sepultura, “Troops Of Doom”?

Fabio – Pior que foi com tudo! A gente estava a fim de tirar uma música que não tivesse bumbos dobrados, nem blast beats pra modificar. A gente foi vendo e achamos que a “Troops of Doom” iria ficar legal, A música qualquer um conhece bem. Queríamos que ficasse bem diferente mesmo.

 

Recife Metal Law – Recentemente ficamos sabendo que você estaria tocando com o Abhorrence, sendo um ‘live member’. Como está sendo essa experiência? Já fizeram algum show ou somente irás fazer uma participação em estúdio?

Fabio – Real isso! Está certo! Eu estou pegando as ‘tabs’ com Rangel. Ele esteve aqui no LAB 6 gravando os solos do Impiety, mas antes disso a gente já tinha decidido que eu iria fazer os shows com eles, só ‘live’ mesmo. Para gravar e compor deixei não mão dos irmãos Arroyo, que para fazer aquele som do Abhorrence só eles mesmo. Muita porrada!

 

Recife Metal Law – Qual foi à experiência de produzir e fazer as guitarras e baixos do novo CD do Gorgoroth em seu estúdio?

Fabio – Isso daí acabou ficando no gelo mesmo. O Roger me escreveu e disse que com aquela merda que o Ghaal e King fizeram, de tentar pegar o nome da banda, fudeu nossos planos e atrasou o CD do Gorgoroth. Ele colocou no site oficial do Gorgoroth e me contatou para gravar e produzir as guitarras dele e o baixo do Frank (Obituary) no LAB 6. Mas estávamos conversando e vamos deixar para próxima, até porque eu não curto fazer na correria também.

 

Recife Metal Law – Para finalizar a simples entrevista: o que falta para que o Ophiolatry realize uma tour pelo Nordeste?

Fabio – É só chamar e fazer um esquema legal que nós já estamos aí! Muitas pessoas pensam que cobramos cachês altos demais e temos muitas frescuras apenas porque a gente tem gravadoras fora do país e tocamos em grandes festivais na Europa. Trabalhar com o Ophiolatry é fácil e simples, a gente vive da nossa música; trabalhamos com isso; vendemos CDs, camisetas; fazemos shows... Então quem tiver a fim de marcar as datas é só escrever e marcar que a gente realiza, ainda mais pelo Norte/Nordeste. Eu estava na casa do Gilson do Holder, e ele me disse um par de coisas legais do Norte/Nordeste. Quase comprei uma passagem e fui para o Nordeste! (risos) Se houver promotores interessados, escrevam! Obrigado por suportarem o Ophiolatry por 11 anos!

 

Site: www.myspace.com/ophiolatry

E-mail: [email protected]

 

Entrevista por Wender Destruction

Fotos: Divulgação