MAGICIAN



 

Tudo teve início em 2000, na capital gaúcha Porto Alegre, quando Cristiano Schmitt (guitarra), Elizandro Max (baixo) e Zé Bocchi (bateria), recém-saídos da banda Anya, juntaram-se a Dan Rubin (vocais) e Renato Osorio (guitarra - Fighterlord), se juntaram para formar o Magician. Tendo como intuito aliar o peso e velocidade do Heavy Metal Melódico com a sofisticação sonora do Metal Progressivo, a banda vem trabalhando arduamente para criar uma musicalidade própria dentro dessas influências. O primeiro lançamento veio em forma da Demo “Brief Magic Story”, lançada em 2002, a qual obteve excelentes reviews em diversas revistas, zines e websites brasileiros e europeus, proporcionando ao Magician uma série de shows, participando de diversos festivais na região sul do país, e também shows ao lado de grandes nomes do Metal internacional, como Shaman, Helloween (Alemanha) e Symphony X (EUA). Já em 2006 foi à vez do EP “Minstrel′s Domain”, que foi uma prévia do álbum de estréia, “Tales of the Magician”, um trabalho conceitual, que conta a jornada de Zhaldor, um mago que tenta salvar sua terra natal (Zelgian) de um Terror do Submundo. Esse álbum foi lançado no ano passado, no Brasil, pela gravadora Die Hard Records, na Europa/EUA pela Dockyard 1 (com distribuição da SPV na Europa e da Locomotive nos EUA), e pela Soundholic no Japão, onde atingiu a 10ª posição no chart da revista BURRN!. O guitarrista Renato Osório, na entrevista a seguir, no fala um pouco mais sobre esse lançamento, e também sobre a caminhada do Magician.

 

Recife Metal Law – Algo curioso na história do Magician é se manter com uma formação estável até os dias de hoje. Qual seria o segredo para manter uma formação original tão duradoura?

Renato Osório – Formamos a banda a partir da dissolução de duas bandas anteriores. Eu e o Dan (Rubin, vocalista) vínhamos da banda Rising Land, enquanto os outros três tocavam num projeto chamado Anya. Juntamos-nos pensando em criar um trabalho forte de composição, e 300desde lá sabíamos do potencial de cada integrante. Acredito que o respeito que temos por cada um dentro da banda seja o principal fator da longevidade e estabilidade dessa formação.

 

Recife Metal Law – O primeiro material da banda veio em forma da Demo “Brief Magic Story”. De que forma esse lançamento ajudou na divulgação do nome Magician?

Renato – A Demo teve uma repercussão muito maior do que esperávamos. Com ela tivemos uma aceitação impressionante da mídia especializada, criamos uma boa base de fãs no Rio Grande do Sul e, além disso, tivemos a oportunidade de fazer uma série de shows bons, entre eles aberturas para bandas de respaldo internacional, como Helloween, Symphony X, Shaman e outros.  

 

Recife Metal Law – O ‘debut’ álbum se chama “Tales of the Magician” e foi gravado em 2006, mas só vindo a ser lançado no ano passado. Qual foi a razão para que esse álbum demorasse a ser lançado oficialmente?

Renato – Após a gravação do álbum não sabíamos como e onde seria feita a mixagem e masterização do mesmo. A partir daí, iniciamos contatos com diversos estúdios, até fecharmos com o High Gain Studios da Alemanha. Kai Hansen e Dirk Schlachter (ambos do Gamma Ray) e Arne Lakenmacher estavam bastante ocupados na época, o que fez a mixagem levar praticamente meio ano para ser finalizada. Após isso, iniciamos os contatos com as gravadoras para o lançamento do mesmo, o que nos tomou bastante tempo também. Agora que as coisas estão mais estabilizadas, o lançamento do sucessor de “Tales of the Magician” será bem menos turbulento e não levará esse tempo todo.

 

Recife Metal Law – Esse álbum vem sendo distribuído também em outros países. Como está sendo a aceitação de “Tales of Magician” em terras estrangeiras? Já apareceu convite para que a banda toque em outros países?

Renato – O disco saiu praticamente no mundo todo. A Dockyard1 é a gravadora oficial do Magician, responsável pelo lançamento do álbum na Europa e pelo licenciamento do álbum aos Estados Unidos. No Japão o disco foi lançado pela gravadora Soundholic e no Brasil pelo selo Die Hard. Os reviews europeus têm sido extremamente positivos, o que nos surpreende mais uma vez. Tanto a banda, quanto a Dockyard1 tem planos de uma tour européia para breve, mas pretendemos lançar o segundo álbum antes e ir para lá com um trabalho mais consistente. 

 

Recife Metal Law – O álbum conta à jornada de Zhaldor, um mago que tenta salvar sua terra natal (Zelgian) de um terror do submundo. Como surgiu a idéia de fazer um álbum conceitual?

Renato – No início da composição foi apenas uma coincidência, mas quando gravamos a Demo notamos que havia algo em comum que podia ser aproveitado. Na época nós ouvíamos, entre outras coisas, álbuns como “Symphony of Enchanted Lands” (Rhapsody) e “Nightfall in Middle-Earth” (Blind Guardian). Além disso, o Elizandro gostava de ler as histórias de J. R. R. Tolkien e R. A. Salvatore e, também, de jogar Diablo e Dungeons & Dragons. Ele achou interessante criar um ‘pano de fundo’ comum para as músicas e, devido a todas essas influências, essa temática de fantasia medieval foi uma escolha natural.

 

Recife Metal Law – Todas as letras são escritas e co-escritas por Elizandro Max, então é de se supor que a história narrada nesse disco é de autoria de Max. Essa história já havia sido escrita ou foi surgindo a partir da composição instrumental?

Renato – Sim, a história é dele mesmo. O Elizandro já tinha todo o roteiro da história desde o início da gravação da Demo, mas as letras foram surgindo e sendo adaptadas conforme as músicas eram finalizadas.

 

Recife Metal Law – “Intro: Let the Spell Begin” é uma adaptação de Max para “Symphony n.º 2, Op. 52- Lobgesang”, composta por Felix Mendelssohn-Bartholdy, a qual, sinceramente, eu não conhecia. Por que fazer uma adaptação e arranjo dessa sinfonia para iniciar o álbum?

Renato Osório – Os arranjos de coro sempre foram uma característica marcante na música do Magician. Inicialmente, a introdução do disco tinha um arranjo orquestral, mas não estava exatamente nos moldes que queríamos apresentar o álbum. Na época, o Elizandro cantava no coral da OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) e estava estudando essa obra de Mendelssohn. Ele sugeriu o arranjo, eu ouvi e de cara concordei em utilizarmos esse trecho. Tudo ali presente se encaixava com a temática, inclusive a letra.

 

Recife Metal Law – A capa segue a temática do álbum, e tem o formato da capa de um livro. Tudo nesse lançamento foi feito de forma a torná-lo um ‘livro musicado’?

Renato – Eu não colocaria exatamente dessa forma, mas a história tem uma temática de fantasia, baseada nas histórias de livros de RPG, no estilo de Dungeons & Dragons. Pareceu-nos que a capa deveria seguir a mesma direção para manter a identidade do trabalho. O Leandro Gabrielli, responsável pela arte, conseguiu captar exatamente o que precisávamos.

 

Recife Metal Law – “Tales of the Magician” conta com as participações especiais de Márcio Campos, Rodrigo Calveira e Manuelai Camargo em algumas músicas. De que forma essas participações contribuíram para a musicalidade do álbum?

Renato – Essas participações certamente serviram para acrescentar cores diferentes no álbum. O Márcio participa de todos os shows do Magician como tecladista convidado e, certamente, a interpretação dele ao piano se tornaria essencial na gravação dos temas. O Rodrigo é um flautista barroco, concertista, formado na Suíça e a participação dele na “Minstrel’s Domain” foi muito legal. Ele sugeriu diversas formas de interpretação e alterações nos arranjos de flauta, dando um clima medieval muito bonito ao som. A Manuelai cantou um trecho muito legal, também, na intro de “Dark Ritual”, dando um clima bem sombrio naquele momento da história.   

 

Recife Metal Law – Além das dez músicas, ainda existe o vídeo para “Minstrel’s Domain”. Qual a razão para a escolha dessa música para se fazer um vídeo? E esse vídeo, de que forma vem sendo divulgado. Ele está aparecendo em alguma grade de programação televisiva?

Renato – Desde a composição de “Minstrel’s Domain”, já tínhamos em mente usar ela como faixa de trabalho. Isso foi reforçado no período de mixagem, onde o Dirk Schlachter, o Kai Hansen e o Arne nos destacavam essa música como a preferida deles e mais palatável do álbum. A oportunidade de fazer o vídeo-clipe surgiu através do Luís Mário Jobim e da produtora Velha Árvore que fizeram um excelente trabalho. Desde o lançamento, o vídeo já alcançou mais de 25000 acessos no Youtube e em nossa página do Myspace. Além disso, ele foi divulgado em alguns programas da mídia especializada tanto na internet, como na TV regular e a cabo.  

 

Recife Metal Law – Existe a possibilidade de o Magician sair em turnê para divulgar “Tales of the Magician”?

Renato – Estamos fazendo alguns shows localmente para a divulgação do mesmo. No momento estamos com dois lesionados na banda (o baterista Zé Bocchi e eu mesmo) e tivemos que interromper os shows e desmarcar qualquer data possível. Logo que melhorarmos, retornaremos. Mas uma tour propriamente dita, está sendo programada após o lançamento do segundo álbum, que está em processo de composição.

 

Recife Metal Law – Obrigado pelo tempo cedido. Deixe suas considerações finais e um recado para os leitores do site.

Renato – Obrigado ao Recife Metal Law pelo espaço cedido e pelo apoio! Acessem www.magician.com.br e www.myspace.com/magicianband. Lá encontrarão informações diversas sobre a banda, mp3, vídeos e muito mais. Espero que curtam! Stay Metal!!!

 

Entrevista por Valterlir Mendes

Fotos: Divulgação