CLENCHED FIST
Atualmente contando, em sua formação, com Vagner Fidelis (vocal), Ricardo Ferreira e Evandro Grando (guitarras), Chris Ferreira (baixo) e Will Wild (bateria), a Clenched Fist vem divulgando seu álbum de estréia, “Tribute to the Brave Ones” (2008). Antes, porém, a banda havia lançado a ótima Demo “Into the Fire” (2003), a qual teve uma resposta bastante positiva no meio Underground. Desde a sua formação, em 2000, a banda passou por algumas modificações em seu ‘line up’, mas nada que conseguisse tirar o seu ânimo e as suas forças para lutar e manter sempre hasteada a bandeira do Heavy Metal. Na entrevista a seguir o vocalista Vagner Fidelis fala um pouco do passado, sobre o primeiro álbum e sobre os planos futuros.
Recife Metal Law – A Clenched Fist se apresentou ao cenário Heavy Metal nacional com a Demo “Into the Fire”, em 2003. Como foi a aceitação e divulgação desse primeiro lançamento da banda?
Vagner Fidelis – Bem, não podia ter sido melhor. Esse material, mesmo sendo gravado com poucos recursos, foi bem aceito. Com ele conseguimos um pequeno, mas importante espaço no Underground. Divulgamos bastante a Demo na época, me lembro bem. A aceitação foi muito satisfatória.
Recife Metal Law – Vocês chegaram a abrir um show para o Candlemass, uma das influências da banda. Como surgiu o convite e como a Clenched Fist recebeu a notícia de que abriria o show dessa lendária banda?
Vagner – Lembro-me como se fosse hoje: eu estava ‘trampando’ quando o telefone tocou e era a Chris. Ela perguntou ‘quer abrir o show do Candlemass?’. A princípio demorou pra ‘cair a ficha’, pois éramos uma banda que não tínhamos um disco gravado ainda, e estávamos sendo convidados para tocar em um evento desse porte, mas logo vi que era realidade. Foi fantástico poder mostrar a fúria da Clenched Fist naquele palco, que mais tarde seria contemplado com o grande Candlemass. Foi um dia mágico.
Recife Metal Law – Sabemos que muitas bandas, atualmente, enveredam mais pelo lado do Metal Extremo ou Metal Melódico, e bandas de Heavy Metal tradicional não são muitas. Existe dificuldade da Clenched Fist em marcar apresentações ou vender seus materiais?
Vagner – Cara, pelo contrário: o difícil é tocar com bandas do nosso estilo, pois são poucas. Tocamos com bandas de Black Metal, Death Metal, e nunca tivemos problemas com isso; sempre tem um público que gosta do nosso som, pois tocamos por amor ao Metal, independente de rótulos. Sobre o disco, não tivemos problemas nas vendas não.
Recife Metal Law – Mantendo a mesma linha da pergunta anterior... Sendo São Paulo o grande pólo do Heavy Metal no Brasil, quais são as facilidades e dificuldades para uma banda de Heavy Metal nacional tocar ao vivo?
Vagner – Aqui em São Paulo tem vários lugares para se apresentar, o problema é que nem todos os lugares têm uma estrutura descente para um evento. Falta de profissionalismo de alguns produtores e dos donos das casas de shows e bares é a maior dificuldade que uma banda enfrenta para se apresentar ao vivo. Falta mais respeito para com as bandas, que batalham muito e não tem quase nada em troca.
Recife Metal Law – Em 2006 a banda entrou em estúdio para gravar seu primeiro álbum, “Tribute to the Brave Ones”, vindo o mesmo a ser lançado no ano passado. Por que esse álbum demorou tanto a ser lançado?
Vagner – Tivemos alguns problemas com a formação da banda bem nesta época, depois que solucionamos este problema terminamos as gravações, mas aí trocamos de gravadora também. Tudo isso deu um atraso, mas conseguimos vencer essa batalha.
Recife Metal Law – E o título desse lançamento, foi uma espécie de homenagens àqueles que mantêm hasteada a bandeira do verdadeiro Heavy Metal?
Vagner – Isso mesmo! Uma forma de agradecimento para todos os que nos apoiaram e acreditaram em nós. Também podemos dizer que esse título é uma forma que encontramos de mostrar para os headbangers que podem confiar na Clenched Fist, pois estaremos sempre com as raízes fincadas nos anos 80, sem traição e com muito respeito a todos que confiaram em nós.
Recife Metal Law – O álbum de inicia com a excelente “Adaga (Cravando o Mastro Oitentista)”. Achei que foi uma escolha acertada colocar essa música para abrir o álbum. Como foi escolhida a ordem das músicas?
Vagner – Bem, escolhemos a música de abertura do álbum, que foi “Adaga (Cravando o Mastro Oitentista)”, e depois não seguimos nenhuma ordem especial. Foi meio que por instinto mesmo. Imaginei-me sendo uma pessoa no sofá da sala escutando o álbum, e achei que ficaria legal essa ordem. Meio louco, mas foi assim. (risos)
Recife Metal Law – Além de “Adaga (Cravando o Mastro Oitentista)”, também existe, no primeiro álbum, outra música cantada em português, “Trombetas da Destruição”. Qual a razão para colocar essas duas músicas em nosso idioma no álbum?
Vagner – Primeiro acho que o Metal não tem fronteiras, sendo ele em português ou em qualquer outra língua. Cada um tem o direito de se expressar do modo que queira. No nosso caso ocorreu que essas músicas foram feitas em português, pois sempre gostei de compor músicas na nossa língua, acho isso importante. No próximo álbum, pode haver mais músicas em português ou não, vai depender de como elas serão compostas. Mas como já disse: gosto muito de compor as músicas me baseando na língua portuguesa.
Recife Metal Law – Ao todo são oito músicas, sendo que quatro foram extraídas da Demo, ou seja, são apenas quatro músicas inéditas nesse álbum. Além das músicas inéditas apresentadas em “Tribute to the Brave Ones” havia alguma outra que ficou de fora do álbum?
Vagner – Sim, ficaram algumas músicas de fora que vão estar em nosso novo trabalho, o qual a banda espera lançar ainda esse ano, se tudo funcionar como estamos planejando.
Recife Metal Law – Vocês também decidiram por colocar a Demo de bônus. Já que algumas das músicas contidas na Demo haviam sido regravadas para o álbum, por que também colocar a Demo de bônus?
Vagner – Isso, na verdade, foi um mal entendido entre nós da banda e da gravadora. Essa Demo não era para entrar como bônus, mas infelizmente ocorreu isso. Um pouco de falta de comunicação entre as partes. Mas agora não podemos mais voltar atrás, o disco já foi prensado com a Demo de bônus, porém, na época, fiquei meio chateado com isso, mas já faz parte do passado.
Recife Metal Law – A capa do álbum vem num tom escurecido, apresentado um escudo numa espécie de porta, à frente de um castelo. De quem foi à idéia de fazer a capa nesses moldes e o que a banda quis transmitir com a mesma?
Vagner – Bem, tínhamos a idéia de usar esse escudo em nosso álbum, pois ele representa a batalha do dia-a-dia para manter a chama do Metal incandescente. Ele também representa uma proteção, uma blindagem para que nossa música permaneça sempre intocável. Mandamos isso para a Marquee Records, e ele veio com a arte final. Como você disse, o castelo e tal, eu gostei, acho que as idéias se completaram.
Recife Metal Law – O álbum foi lançado via Marquee Records. Como vem sendo o trabalho de divulgação feito pelo selo? Esse álbum vem sendo divulgado em outros países?
Vagner – A Marquee faz um bom trabalho de divulgação fora do país, e nós ficamos com o mercado nacional para divulgar. Estamos contente com ambos os resultados.
Recife Metal Law – Quais os próximos passos da Clenched Fist?
Vagner – Como já mencionei, queremos lançar o nosso segundo trabalho ainda este ano. Estamos finalizando as composições, e não vejo a hora de entrar em estúdio novamente. Na seqüência queremos sair em uma turnê em outros estados. Só iremos nos apresentar ao vivo de novo quando o novo material estiver pronto. Valeu pela força! Banger abraço!
Contatos: A/C Christina Clenched. Rua Sebastião Afonso dos Reis, 442 – Jardim São Luis. São Paulo/SP. CEP: 05.843-350.
E-mail: [email protected]
Site: www.myspace.com/clenchedfistband
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação