DISGRACE AND TERROR





A banda paraense de Death/Thrash Metal, Disgrace And Terror, surgiu em 2001, e nesses oito anos de existência, vem lutando muito para fincar seu nome no meio Underground nacional. Para tanto já lançou dois trabalhos, sendo o primeiro a Demo “The War” (2003) e o álbum de estréia, “Shadows of Violence” (2005). A banda já fez diversos shows em seu estado natal, e em estados vizinhos, inclusive tocando ao lado de bandas do porte de Funeratus, Torture Squad, Krisiun, Andralls, Claustrofobia, Malevolent Creation e Cannibal Corpse. O álbum de estréia proporcionou ao Disgrace And Terror tocar na 6ª Edição do Brutal Devastation, em Belo Horizonte/MG, em 2005, onde a banda recebeu bastante elogios por seu devastador show. Ainda divulgando o único álbum lançado, a banda se prepara para uma tour pelo nordeste, intitulada “Nordeste of Violence”, ocasião na qual será lançado o Split “Terror Nuclear”, material que contará com quatro músicas inéditas do Disgrace And Terror. Na entrevista a seguir o baixista Rômulo Machado nos fala um pouco mais a respeito da banda e do lançamento vindouro, bem como sobre a vindoura tour.


Recife Metal Law – O Disgrace And Terror surgiu em agosto de 2001, e a proposta sempre foi a de fazer Thrash/Death Metal. Porém, como os músicos da banda se conheceram e quem deu a idéia de formar a banda?
Rômulo Machado –
Na época da formação da banda, ainda com o Alan na guitarra, todos éramos amigos. Conhecemos-nos no início dos anos 90, morávamos todos próximos, quase todos na mesa rua, a menos de 300 metros uns dos outros (até hoje o Rato mora lá, mas eu e Rot já mudamos). Éramos os únicos que curtiam Metal na rua e automaticamente nos conhecemos. A idéia da formação veio em um dia quando estávamos juntos com o pessoal do Anubis, bebendo num bar. A idéia surgiu por acaso, escutando Metal e trocando idéias. Todos já tinham tocado em outras bandas, porém no momento todos estávamos parados. Eu nunca tinha tocado um instrumento, na outra banda eu era vocal e o Rot baterista, o Alan e o Rato já eram guitarrista e baterista, respectivamente. Depois de eu pegar um mês de aula com um músico local já iniciamos os ensaios e as composições e depois disso nunca mais paramos.

Recife Metal Law – Antes mesmo do lançamento de algum material oficial, a banda fez diversos shows no seu Estado de origem (Pará). Certamente grande parte do público que foi a esses shows não conhecia a sonoridade do Disgrace And Terror. Gostaria de saber como foi à recepção do público para a nova banda que estava surgindo em Belém...
Rômulo –
Cara, sempre tivemos um apoio incondicional do público local. Isso é algo que sempre nos motiva a tocar aqui em Belém. Os nossos shows aqui em Belém são muito foda, pois o público aqui é insano e sempre nos deu apoio e motivação para continuarmos nesta batalha.
 
Recife Metal Law – A banda já teve a oportunidade de fazer abertura de shows de conceituadas bandas, como Funeratus, Torture Squad, Claustrofobia, Cannibal Corpse, Malevolent Creation, entre outras. Qual show vocês consideram o mais importante e que realmente criou a possibilidade de gravar o primeiro álbum?
Rômulo –
Torture Squad e Claustrofobia, pois foram com estas que mantivemos contato após os shows deles por aqui e que nos apoiaram na idéia de romper as barreiras de nosso estado em busca de melhores oportunidades para a banda. Tocar com essas bandas ‘gringas’ foi excelente como exposição para a banda, para públicos maiores, pois foram shows que tocamos para muita gente, principalmente o do Cannibal Corpse, que foi em São Luiz e tinha gente de todo o Nordeste para ver a banda norte-americana, que tocava pela primeira vez por esses lados. Já no Malevolent Creation não deu muita gente, pois a tour deles pelo Brasil foi uma ‘zica’ só: adiaram umas três vezes, aí o público já nem acreditava mais que ia rolar mesmo, mas no fim das contas foi excelente também, pois somos fãs deles. Mas não tivemos com eles o mesmo nível de afinidade que tivemos com as bandas lá de São Paulo.

Recife Metal Law – Em julho de 2003 vocês gravaram a Demo “The War”, a qual teve grande impacto no cenário Underground, com ótimos reviews em revistas especializadas, fanzines e webzines. Hoje, como vocês analisam o lançamento dessa Demo?
Rômulo –
Foi o primeiro lançamento da banda, mas nem por isso fomos amadores, desde o início sempre tivemos uma grande preocupação em como apresentar a banda ao público e sempre nos empenhamos ao máximo para colocar a disposição dos fãs o melhor material possível as nossas condições naquele momento. Sempre procuramos pessoas que tenham experiência e capacidade de desenvolver um trabalho de qualidade tanto na parte gráfica quanto na parte de áudio, desde essa época sempre buscamos ouvir e ver o que estava sendo feito de melhor e tentar fazer ainda melhor. Eu gosto muito dessa Demo, pois marca uma fase muito boa da banda, que foi com o Douglas (Ex-Anubis/PA, Rythual/SC e Methodic/SC) e o Alan na guitarra. O Douglas tem uma palhetada fudida de guitarra e isso da pra perceber muito bem na Demo, somado aos riffs de guitarra do Alan deixaram esse material com uma sonoridade de guitarra muito fudida. Considero um excelente ‘debut’ da banda, acho que foi por isso que teve uma recepção tão boa.

Recife Metal Law – Em 2005 foi à vez do lançamento de “Shadows of Violence”, primeiro álbum da banda. Esse álbum foi lançado de forma independente e gravado no DaTribo Studios. Quais foram às principais dificuldades para finalizar esse trabalho?
Rômulo –
O processo mais lento e demorado, e por isso dificultoso, foi mesmo para lançar, pois antes de lançar de forma independente corremos muito atrás de ajuda para o lançamento, mas não conseguimos nada interessante, pois éramos uma banda desconhecida aqui de Belém e ninguém conhecia o nosso trabalho pelo Brasil, o que dificultava bastante algum acordo com gravadoras e selos.

Recife Metal Law – Sendo um trabalho lançado de forma independente, como foi trabalhada a parte de divulgação do ‘debut’ álbum?
Rômulo –
Foi muita ralação e grana de Correios para poder fazer girar este CD pelo Brasil. Tivemos que fazer muitas trocas e vendas pelos Correios. Eu, inclusive, passei quase uma semana em São Paulo com o CD numa mochila fazendo rolo lá na Galeria do Rock e em outras lojas de lá e de Belo Horizonte. Isso foi na época em que fomos tocar no Brutal Devastation. Foi um grande aprendizado que ajudou muito a banda a amadurecer e evoluir. Foi tudo por conta própria, enviamos para todos os zines, revistas, webzines e sites de Metal que tínhamos contato daqui do Brasil e de fora também.

Recife Metal Law – Com o lançamento do primeiro álbum, vocês chegaram a se apresentar, em outubro de 2005, no Brutal Devastation, em Belo Horizonte/MG. Além desse show no Sudeste do país, vocês fizeram outras apresentações?
Rômulo –
Nesta viagem, exatamente, só fizemos este show, mas lá pelo sudeste chegamos a tocar em Cotia (SP) com a ajuda e suporte do Valdecir Terror, da Morte Pacífica, durante as gravações do álbum enquanto estivemos por lá gravando no DaTribo.

Recife Metal Law – Já em 2006 vocês deram início a uma pequena tour pelo norte/nordeste, sendo um dos shows realizados no festival Forcaos, que ocorre todos os anos na cidade de Fortaleza/CE. Qual foi a importância dessa tour para a banda e qual foi à receptividade do público de outros estados para o som praticado pelo Disgrace And Terror?
Rômulo –
A cada turnê que fazemos consolidamos mais o nome da banda com as apresentações que fazemos, isso pra mim é o mais importante das turnês. Nesta tocamos pela primeira vez pelo nordeste, e esse show do Forcaos foi excelente! Fechou com chave de ouro essa turnê, pois tocamos para mais de duas mil pessoas no Forcaos.

Recife Metal Law – Em 2007 a banda sofre a primeira modificação em sua formação, com a saída do guitarrista Alan Rod, que deu lugar para Sérgio Inferno. Quando da saída de algum integrante, bandas sempre usam o termo “problemas particulares” para justificar o afastamento de algum integrante. O que realmente levou Alan a se afastar do Disgrace And Terror?
Rômulo –
Falta de tempo para se dedicar a banda, foi tão somente isso. A saída dele foi tranqüila, continuamos amigos.

Recife Metal Law – “Shadows of Violence” tem quatro anos de lançado, isso leva a acreditar que vocês já estejam com diversas músicas novas prontas. Inclusive o Aldyr me informou que a banda gravará um split em breve. Falem mais a respeito, tanto das músicas novas, como do split que estar por vir...
Rômulo –
Depois da saída do Alan andamos para trás com relação às músicas novas, pois tivemos que ficar ensaiando as músicas antigas com o Sérgio para podermos continuar a fazer os shows. Mas depois desse período sem novidades nas composições começamos imediatamente a compor novas músicas. Hoje já temos sete novas músicas e estamos iniciando uma oitava. Com relação ao lançamento, ele se chamará “Terror Nuclear” e vai ser um split com outra banda aqui de Belém, o Inferno Nuclear. Gravamos quatro músicas e dois vídeos (um com o ‘making of’ da gravação dessas músicas e outro ao vivo no Teatro Waldemar Henrique aqui em Belém) e o Inferno Nuclear vai sair com oito músicas. Nós gravamos essas músicas no Estúdio Vertigo aqui em Belém com o André Matos que foi o responsável pela gravação, mixagem e masterização do material. Ficamos muito satisfeitos com o resultado final, ele tem feito um excelente trabalho na gravação das bandas aqui de Belém. O Anubis, Warpath e Retaliatory gravaram recentemente com ele e também tiveram um excelente resultado.

Recife Metal Law – Em outubro vocês darão início a uma nova tour, agora batizada de “Nordeste of Violence Tour 2009”. Por que vocês decidiram fazer essa nova tour antes mesmo de fazer algum novo lançamento?
Rômulo –
O que aconteceu foi o seguinte: já estávamos pensando há algum tempo em lançar um novo material, afinal já se vão cinco anos desde que o “Shadows Of Violence” foi lançado, mas ainda não tínhamos todas as músicas para um novo álbum e nem grana suficiente para gravar todas as músicas. Por isso iríamos inicialmente para esta turnê com as cópias que ainda restavam do primeiro álbum junto com outros discos e Demos que fazemos troca. O qu
e queríamos mesmo era botar o nome da banda em evidência e mostrar a todos que a banda continua compondo músicas de qualidade. Porém o André Bocão da Distro Rock nos fez uma proposta bem interessante e acabamos fechando com ele para o lançamento de um split junto com o Inferno Nuclear. Daí finalizamos todo o processo de gravação em menos de dez dias e agora só estamos esperando esse material chegar para levarmos ele conosco para esta turnê. No final a turnê vai ajudar e muito a divulgar este novo trabalho.

Recife Metal Law – Pela primeira vez a banda estará visitando estados como Paraíba e Pernambuco. O que vocês esperam dos shows e público nesses Estados?
Rômulo –
No Pernambuco já temos contato com algumas bandas e bangers, pois já tocamos com o Recidivus, Anthropophagical Warfare e o Decomposed God. Temos contato, também, com o Alcides da Burn Art, que sempre faz as partes gráficas para a banda. Já na Paraíba nos não temos muitos contatos, mas vamos aproveitar esta oportunidade para mudar isso.

Recife Metal Law – Além das músicas contidas no álbum de estréia, quais outros sons estarão presentes no ‘set list’ da banda para essa tour? Qual (is) banda (s) vocês gostam de homenagear com covers?
Rômulo –
O nosso ‘set list’ vai ser bem balanceado entre as músicas novas e músicas antigas; vamos tocar todas as novas que temos e misturar com as que mais gostamos do primeiro álbum. Estamos preparando um ‘set’ de 13 músicas, onde tivermos tempo para tocar isso tudo estaremos prontos e ensaiados para isso. Quanto aos covers, sempre damos preferência a tocar material próprio, mas já tocamos “Zombie Ritual” do Death, “Trespass” do The Haunted e “Invincible Force” do Destruction, uma dessas vamos tocar na turnê. Preparem-se!

Recife Metal Law – Boa sorte na tour! Vejo vocês em Recife e, talvez, em Campina Grande. Deixe uma mensagem final aos leitores do Recife Metal Law…
Rômulo –
Primeiro quero agradecer a você, Valterlir, pela oportunidade de falar com o público que acessa o Recife Metal Law. Valeu mesmo! E depois convocar a todos os bangers e metalheads que apóiam a cena que compareçam aos nossos shows. Acredito que todos vão aprovar a nova formação da banda que deixou o som mais brutal. Nos vemos na turnê.

Site: www.myspace.com/disgraceandterror

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação