DARKEST SEED
O Darkest Seed é uma banda relativamente nova (surgiu em 2004), mas traz músicas experientes, que já passaram por formações como Ynis Vitrin, Burning In Hell e Fire Symphony. Talvez essas passagens tenham contribuído para lapidar o som do trio, formado por Benhur Lima (vocal e baixo), Ricardo Reolon (guitarra) e César de Campos (bateria), um consistente e pesado Hard n’ Heavy. A banda tem dois trabalhos lançados, o primeiro um EP e o segundo seu álbum de estreia, que foi lançado ano passado. Sobre esse trabalho e algumas outras curiosidades, Ricardo Reolon e Benhur Lima nos falam na entrevista a seguir...
Recife Metal Law – O Darkest Seed surgiu em 2004, e de lá pra cá manteve a mesma formação. Como surgiu a ideia de formar a banda e como os músicos se juntaram?
Ricardo Reolon – Desde o início da banda, em 2004, estamos com a mesma formação (Benhur Lima – voz/baixo, Ricardo Reolon – guitarra e César de Campos – bateria). Eu já tinha em mente há algum tempo este projeto e algumas ideias pré-gravadas em casa, e no fim de 2004 decidi que era a hora de colocar estas ideias pra fora e montar uma banda focada totalmente em um trabalho autoral e que pudesse gravar estas músicas e tocá-las ao vivo com uma grande energia. Então, nesta mesma época, eu já tocava com dois grandes amigos em outro projeto, e já admirava o trabalho e potencial deles. Aí fiz o convite ao Benhur e ao César, e os dois prontamente aceitaram. E aí estava formado o Darkest Seed. (risos)
Recife Metal Law – O nome Darkest Seed é bem forte. Quem escolheu o nome para a banda e como ele se encaixa na sonoridade da mesma?
Ricardo – Nome de banda sempre é uma coisa bem complicada. Estávamos procurando um nome que fosse forte e de impacto, assim como é o nosso som, e que representasse bem essa energia. Nesta época já tínhamos uma música composta que se chamava “The Darkest Seed” e todos nós achávamos a música bem forte e com uma letra marcante. Aí pensamos: “poderíamos usar este nome pra banda”.
Recife Metal Law – Em 2007 vocês lançaram o EP “The Seed is Rising”, que além de trazer uma prévia do que viria a ser o primeiro álbum, também trouxe um cover para “The Show Must Go On” do Queen. Qual a razão para se colocar esse cover no EP?
Ricardo – Quando começamos a gravar o material para o EP, chegamos a um consenso na banda que deveríamos gravar uma releitura de um grande clássico do Rock, com uma roupagem mais ao estilo do Darkest Seed, para que esta música fosse como um ‘cartão de visitas’ da banda junto com as duas composições nossas. Aí, de imediato, listamos algumas banda e músicas que todos na banda gostassem e que nos influenciavam e decidimos por homenagear o Queen, que é uma excelente banda e grande referência para nós, e fizemos esta releitura para “The Show Must Go On”, que é uma obra prima desta banda.
Recife Metal Law – E como foi à receptividade desse EP e de que forma ele ajudou a banda a trabalhar para o lançamento de seu primeiro full lenght?
Ricardo – O resultado deste EP foi muito melhor do que nós esperávamos; mandamos muito material para os veículos de mídia especializado do Brasil e do exterior, e todos fizeram excelentes reviews sobre nosso material. Inclusive, em 2008, fomos eleitos por dois sites brasileiros – “All The Bangers” e o “Mundo47” – como o melhor CD-Demo brasileiro daquele ano. Também tivemos destaque na seção de lançamentos “Garagem Demo” da revista Roadie Crew. Isso nos motivou ainda mais a compor um material vigoroso e honesto para o lançamento do nosso primeiro álbum oficial.
Recife Metal Law – A banda conta com músicos experientes, que já tocaram em bandas de estilos diversos. Na hora de se compor as músicas para o Darkest Seed esse ‘background’ ajuda?
Ricardo – Com certeza, pois os anos de estrada e o aprendizado de ter tocado em outras bandas e com outros músicos, trouxe uma maturidade e um melhor entrosamento na hora de compor. Foi um processo muito tranquilo pra gente fazer este álbum. A química entre a gente tanto na hora de compor, quanto nos ensaios e shows, está muito boa.
Recife Metal Law – “The Scars That Never Heal”, primeiro álbum da banda, foi lançado no ano passado. Poderia nos falar um pouco a respeito do processo de gravação desse álbum? Houve algum fato curioso que ocorreu durante a gravações do mesmo?
Ricardo – Fora o fato de ter sido um trabalho longo e um pouco mais demorado do que o normal, devido à agenda super lotada dos integrantes da banda por causa de shows, aulas, etc. O resto foi tudo tranquilo. Como já havíamos feito toda a pré-produção das músicas no nosso home estúdio, já tínhamos tudo bem definido na cabeça como seria cada etapa na hora de gravar pra valer.
Recife Metal Law – Toda a produção do álbum foi feita no Estúdio Nitro, tendo à frente Roger Fingle. Eu achei o resultado final acima da média. E o que vocês da banda acharam?
Ricardo – Cara, nós ficamos super contentes e muito orgulhosos com o resultado final a que chegamos com este CD. Como falei anteriormente, já tínhamos testado muita coisa sobre a produção do álbum em nosso home estúdio, então já sabíamos o que fazer e esperar de cada música. E com a ajuda do Roger no processo de mixagem e masterização, ficou muito mais fácil transpor para as músicas o que tínhamos na cabeça. Com certeza foi um grande trabalho e uma bela parceria entre a banda e o estúdio.
Recife Metal Law – O álbum conta com ótimas canções, todas trazendo o peso do Heavy Metal com a típica malícia do Hard Rock. Como destaques aponto “Lonely” e “Soul Caged”, que trazem forte interpretação vocal de Benhur Lima. Quais músicas estão tendo maior aceitação daqueles que ouviram o álbum?
Ricardo – Bom, em minha opinião a interpretação do Benhur em todas as músicas está fantástica; ele é um grande vocalista. Sobre as músicas, ainda não tivemos muitas oportunidades de testá-las ao vivo, visto que lançamos oficialmente o CD no final de 2009, e com a parada das festas de fim de ano, e agora o carnaval, onde nosso som não é muito bem vindo (risos), vamos retomar os shows de divulgação agora em Março, mas até o momento, a reposta que estamos tendo dos amigos e fãs que já compraram o CD, é que músicas como “End Of Time”, “L.I.F.E”, “Hopeless” e “Silent Scream”, estão entre as preferidas.
Recife Metal Law – As letras, muito bem escritas, foram todas feitas por Benhur. Qual a razão para centralizar a parte lírica apenas em Benhur?
Ricardo – Neste primeiro trabalho, conforme a gente ia compondo as músicas, o Benhur já vinha com as letras prontas para cada música, e como nós gostamos bastante das temáticas e da força das letras usadas por ele, ninguém se aventurou a tentar nada de diferente, até porque time que está ganhando não se mexe. (risos) Quem sabe para o próximo álbum possamos colaborar com ele com algumas letras.
Recife Metal Law – Quais as mensagens que tais letras procuram passar ao ouvinte?
Benhur Lima – As letras do “The Scars That Never Heal” foram escritas num momento muito complicado da minha vida. Então, no fim, elas acabam expressando toda indignação, raiva e frustração daqueles dias. É tudo um espelho do que eu sentia. Soa um pouco egoísta, mas eu acredito que justamente expondo situações pessoais a identificação do ouvinte com a letra é muito mais simples.
Recife Metal Law – O álbum foi lançado de forma independente, porém teve o apoio da Prefeitura de Caxias do Sul e da Secretaria de Cultura. O quão importante foi esse apoio para o lançamento do álbum?
Ricardo – O apoio da Secretaria de Cultura foi fundamental para a execução deste CD, pois sem ela não teríamos condições financeiras de produzir um trabalho com toda esta qualidade, visto os custos de produção, gravação, prensagem, que se tem pra fazer um CD de forma independente. Este projeto da Prefeitura de Caxias do Sul é uma iniciativa muito boa, e que tem ajudado muita banda/artista a mostrar o seu trabalho para o grande público.
Recife Metal Law – E como tem sido a forma de divulgação do álbum? Como a banda está trabalhando essa parte, já que o lançamento foi feito de forma independente?
Ricardo – Hoje em dia a maior ferramenta que se tem é a internet, então todos têm que saber usá-la a seu favor. Estamos divulgando bastante através do nosso site (www.darkestseed.com) e do nosso Myspace (www.myspace.com/darkestseed). Ambos estão passando por reformulação gráfica e de conteúdo e em breve estarão no ar com novidades para os fãs. Além disso, temos uma assessoria de imprensa que nos ajuda na divulgação, tanto no Brasil quanto no exterior, além de agendar shows e eventos.
Recife Metal Law – Existe a possibilidade de a banda fazer uma turnê para divulgar “The Scars That Never Heal”?
Ricardo – Temos esta ideia para este ano de 2010, porém ainda estamos estudando a viabilidade dessa tour, pois todos sabem da dificuldade que é fazer uma boa tour de shows de forma independente. Então estamos fazendo contatos com produtores de eventos e bandas para conseguir tocar nos mais diversos lugares para divulgar nosso CD. Produtores ou banda que tiverem interesse em levar o Darkest Seed para fazer um show na sua cidade ou evento, entrem em contato conosco através do e-mail: [email protected].
Recife Metal Law – Obrigado pelo tempo cedido e atenção ao Recife Metal Law. Deixe uma mensagem final para os nossos leitores.
Ricardo – Gostaríamos de agradecer em primeiro lugar ao Recife Metal Law por este apoio e incentivo ao nosso trabalho. Sem esta ajuda fica ainda mais difícil divulgar o trabalho de bandas independentes no Brasil. Parabéns pelo trabalho de vocês. Também queremos agradecer a todos os fãs e amigos do Darkest Seed por sempre nos acompanharem e acreditarem no nosso trabalho, e com certeza nos encontraremos em breve nos shows pra bater muita cabeça juntos! Grande abraço!
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação