MADNESS FACTORY
A banda paraibana de Thrash Metal surgiu em 2004, inicialmente com o nome de Overcast. A mudança de nome veio para evitar problemas com outras bandas que já possuíam a mesma nomenclatura. Após alguns shows, ainda sob o nome antigo, a banda começou a gravar seu primeiro trabalho, “The Madness Factory”, o qual foi lançado recentemente. Esse trabalho foi lançado no formato SMD, uma tecnologia nacional e que barateia os custos do lançamento. Na entrevista a seguir o baterista Jorge Augusto nos fala mais a respeito desse lançamento, entre outros tópicos sobre a banda.
Recife Metal Law – A banda surgiu no final de 2004, sob o nome de Overcast, e até cheguei a ver um show de vocês ainda com esse nome. Só que antes do lançamento do primeiro álbum a banda mudou o nome para Madness Factory. Qual a razão para a mudança de nome e por que Madness Factory foi o escolhido?
Jorge Augusto – Bem, passamos dois anos gravando esse material e simultaneamente a isso nos questionávamos: “Quando lançarmos, lançaremos como Overcast? (já que existem várias bandas com esse nome) E se com Overcast tivermos problemas com as outras bandas de mesmo nome, inclusive com uma americana do selo Metal Blade?”. Diante dessa situação, para evitar qualquer problema, mesmo que isso nunca viesse a acontecer por parte das outras bandas que se chamam Overcast, decidimos pela mudança. O nome Madness Factory já vinha de um conceito que tínhamos em relação a nossas músicas e nossas letras e seria esse, consequentemente, o título do primeiro trabalho, ou seja, naturalmente esse nome acabaria por substituir o antigo também por sintetizar bem o que queremos passar por meio de nossas músicas ao público.
Recife Metal Law – Conheci tua pessoa, Jorge, quando tu tocavas na banda de Black Metal Tenebris. Por que essa mudança de bandas e estilos?
Jorge – Quase simultaneamente ao Tenebris eu, juntamente com Diego e Cleber, já tínhamos fundado o Madness Factory (na época, Overcast). E, por antigamente tocar Black Metal, nunca tive restrições em relação a outros estilos (seja o Thrash Metal, Crossover, Death Metal, Heavy Metal tradicional, Grind, entre outros). Sempre quis ter um projeto voltado ao Thrash... A oportunidade surgiu naquela época e daí tudo foi se desenvolvendo naturalmente.
Recife Metal Law – A banda começou a gravar o que viria a ser seu primeiro álbum em 2007, porém só finalizando o trabalho de gravações em 2009. As mudanças de formações foram os principais percalços enfrentados para o término das gravações?
Jorge – As mudanças de formação ocorreram antes e depois das gravações, então isso não foi o fator de atraso na mesma. O que atrapalhou de verdade foram problemas que tivemos com guias e estúdio, mas o motivo principal da demora foi à preocupação com que as gravações de guitarras, solos, baixo e vocal saíssem o melhor possível, como também a mixagem e masterização. Para mim, antes a demora e o trabalho ser satisfatório do que uma gravação rápida e o resultado não ser tão bom assim.
Recife Metal Law – Por falar em mudanças na formação, vocês fizeram mais uma mudança recentemente, com a saída do vocalista/baixista Cleber Campos. Quem assumiu o posto foi Vannucci Oliveira, além de assumir, também, uma das guitarras na banda. O que mudou com essa mudança na formação?
Jorge – Em minha opinião a mudança de vocalista é a mudança em que mais é sentida as diferenças entre o sucessor e o antecessor, porque estamos lidando com o som que a pessoa emite pela voz e isso é bem particular de cada um, como se fosse uma digital, ou seja, cada um emite o seu som característico e conosco não foi diferente. Vannucci tem características que diferem das de Cleber. Apesar de ambos fazerem vocal dentro de um contexto Thrash, há peculiaridades determinantes nos dois que os deixam sonoramente falando bastante diferentes. Sei que é estranho ouvir logo de cara músicas que foram gravadas na voz de um ao vivo na voz de outro, assim tão recentemente, mas garanto que Vannucci desempenha seu papel de forma competente tanto no vocal quanto na guitarra e digo mais, com a formação atual conseguimos que todos se foquem num mesmo objetivo.
Recife Metal Law – Sem nenhuma Demo lançada, a banda soltou logo o full lenght “The Madness Factory”. A ideia principal era lançar logo um álbum completo ou a tecnologia SMD (Semi Metalic Disc) ajudou a fazer isso?
Jorge – A ideia principal sempre foi a de lançar algo mais completo com mais faixas! O SMD nos ajudou a ter mais qualidade gráfica de impressão e prensagem por um bom preço! O famoso bom e barato! (risos)
Recife Metal Law – E como foi todo o processo criativo para esse álbum? Como as músicas foram criadas e qual temática lírica a banda procurou abordar com mais intensidade?
Jorge – Na época que decidimos gravar, em 2007, já tínhamos uma boa quantidade de músicas, essas tanto da fase inicial da banda quanto da entrada de Luís e Marcelo, os quais foram determinantes para o amadurecimento da mesma, trazendo novas composições, repaginando as antigas, além de uma nova forma de abordagem em nossa musicalidade. Foi um período de ‘up’ em relação às letras e as músicas. Nossa temática lírica aborda temas como a insanidade humana sob vários aspectos (seja ela interna ou inserida na sociedade de uma forma satirizada) bem como questões religiosas tratadas de forma sarcástica mediante absurdos da mesma, além de histórias fictícias, fazendo um paralelo com o real e alcoolismo.
Recife Metal Law – Ainda sobre as letras, existe uma música no álbum, intitulada “Satanic Western”, que teve sua letra criada pelo antigo vocalista Marcelo Barros. Talvez seja ela quem mais fuja da temática abordada pela banda. Então por que essa música faz parte do ‘track list’?
Jorge – Como dito acima, essa música se insere no tema de histórias fictícias, que fazem um paralelo com o real, e bem da verdade, esse tema foi criado a partir da estrutura que a própria música (“Satanic Western”) apresentava (algo meio country), como também pela grande influência de alguns da banda por filmes antigos de faroeste. (risos) Creio que algumas de nossas futuras composições também se utilizem desse tipo de temática.
Recife Metal Law – Achei o álbum bem linear e com músicas bem cativantes. Criar um material com músicas que mostram qualidade do início ao fim ajuda na hora de divulgar o CD e fazer um bom show?
Jorge – Obrigado pelo comentário Valterlir! Em relação a isso não sei te responder, pois fazemos algo que gostamos e nos empenhamos muito por isso... Se gostam e elogiam é consequência desse trabalho. Não temos uma fórmula do sucesso. (risos) O que eu posso te dizer é que ficamos muito orgulhosos diante do reconhecimento, tanto do nosso material quanto do nosso desempenho ao vivo.
Recife Metal Law – Agora sobre shows: sabemos o quanto difícil é para uma banda Underground fazer shows em muitos lugares, principalmente quando essa banda é oriunda do Nordeste brasileiro. Como vocês estão trabalhando a parte dos shows? Como vem sendo divulgado o nome do Madness Factory junto aos produtores de eventos?
Jorge – Estamos trabalhando duro para que tudo fique acertado e a partir daí possamos, se possível, nos aventurar por algumas estradas. A divulgação por enquanto tem sido modesta, feita por nós e pela Carpem Diem Comunicação, do Jaime da Metalvox. Estamos atrás também de outras parcerias que possam aparecer com o propósito de difundir nosso trabalho de forma honesta. Sabemos que é difícil, mas não impossível. Vamos batalhar até o fim! Em relação aos produtores de eventos, confesso que tive acesso a poucos, mas a partir dessa entrevista e de muitas outras que espero que venham (risos), além de reviews, resenhas, entre outros, os contatos comecem a aparecer!
Recife Metal Law – A divulgação do primeiro álbum vem sendo satisfatória, assim como sua aceitação, tanto pelo público como pela mídia especializada?
Jorge – Apesar de ainda não ter realizado nenhum show de lançamento, essa divulgação vem sendo a contento. Aqui em nossa cidade muitos já compraram nosso SMD, outros tantos enviamos à mídia especializada por todo o país e a aceitação delas têm sido ótimas. Também temos enviado SMDs a contatos fora, no exterior, por esses terem expressado interesse em fazer resenhas, reviews e entrevistas para zines estrangeiros, ou seja, a coisa ainda é modesta, mas esperamos que cresça ao longo dos tempos. Não temos tanta pressa assim, ou quase... (risos)
Recife Metal Law – Espaço para adicionar o que mais achar esclarecedor à entrevista...
Jorge – Agradeço a você, Valterlir, que tem sido um grande batalhador dentro da cena metálica Nordestina e ao Recife Metal Law pelo valioso espaço e oportunidade. E para os que ainda não nos conhecem, dizer que visitem nosso Myspace, ouçam uma prévia do nosso EP feito no formato SMD, uma tecnologia 100% nacional de baixo custo, que contém nove faixas! E se quiserem adquirir material (SMD, camisa ou patches) entrem em contato conosco por e-mail ou através de nosso profile de Orkut, ou ainda nos adicionando pelo Messenger (contatos no myspace) tanto para isso ou apenas para trocar ideias. Agradeço pela atenção de todos! We’re Born to Thrash!
Site: www.myspace.com/madnessfactory
E-mail: [email protected]
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação