Muitos falam que o Thrash Metal, atualmente, está na moda, por isso surgem tantas bandas do estilo atualmente. Mas o que o Bywar não pode ser acusado é de uma banda que está fazendo uma sonoridade porque ela está na moda, uma vez que deu início as suas atividades em 1997, numa época em que o estilo estava totalmente em baixa, quase que em total ostracismo, e com os grandes ícones do estilo seguindo outras tendências. Indiferente a tudo isso, o Bywar surgiu e foi ganhando força, já tendo lançado uma Demo, três álbuns e compartilhado diversos splits, com bandas de variados países. Atualmente contando em sua formação com Adriano Perfetto (vocal/guitarra), Renan “Degolator” Roveran (guitarra), Hélio Patrizzi (baixo) e Enrico Ozio (bateria), o Bywar trabalha em seu quarto full lenght, que receberá o título de “Abduction”, e se prepara para fazer duas datas no nordeste. Sobre o novo disco, um pouco da história da banda e os shows no nordeste, o Recife Metal Law conversou com o Bywar, através de seu baterista, Enrico Ozio. Recife Metal Law – O Bywar já tem mais de uma década de atividades. Ao longo desse tempo a banda teve algumas modificações em seu ‘line up’, mas sempre se manteve firme e forte. Como a banda foi formada? Naquela época vocês imaginavam que iriam chegar onde estão hoje?
Enrico Ozio – Primeiramente gostaríamos de agradecer, pela oportunidade, ao Recife Metal Law, bem como todas as capitais nordestinas que sempre apoiaram o Bywar. Cara, o Bywar foi formado com um único propósito: divertir-nos entre amigos e tocar o que realmente gostamos. Para você ter uma ideia, eu, o Adriano e o Victor jogávamos futebol todos os finais de semana quando éramos crianças e ali já começamos a trocar algumas ideias de som. Eu trabalhava em uma locadora (trabalho infantil... risos) e conheci um cara que não tirava um boné do Iron Maiden, que trabalhava em um escritório de contabilidade ao lado. Daí pra frente você já pode imaginar o que aconteceu... Quando juntamos as guitarras Gianinni com o Baixo Tonante e a Bateria de Papel (risos) dá-lhe músicas do Metallica, Slayer, Black Sabbath... Nunca sentamos num canto tomando alguma cerveja e decidimos o que e como iríamos tocar. A identidade foi rolando e estamos a quase 15 anos fazendo Thrash Metal. Bom, sempre sonhamos em levar a vida com a música, e estamos bem felizes onde estamos. Nunca paramos pra pensar: ‘Pô, queremos lançar quatro discos, fazer turnê em todo país...’, mas aconteceu, pois fomos nos planejando e nunca desistimos.
Recife Metal Law – Em seus três álbuns, “Invincible War” (2002), “Heretic Signs” (2005) e “Twelve Devil’s Graveyard” (2007), o Bywar segue praticamente a mesma linha de som: um Thrash Metal ‘old school’, como já citado, porém sem soar repetitivo e sem criatividade, como se vê em muitas bandas atualmente; com solos que às vezes até fogem do comum e riffs marcantes. Como fazer o som não perder identidade e nem criatividade sem fugir de sua proposta inicial?
Ozio – Tomando cerveja! (risos) Sério, como disse, fazemos o que gostamos, e não ficamos presos a rótulos. O que quero dizer é que ouvimos muitos estilos diferentes e todas essas influências contribuem positivamente para o processo criativo da banda, todos participam e colocam suas ideias. Como somos amigos, no momento em que temos alguma divergência, saímos logo na mão, resolvemos e aí sim tomamos uma cerveja. (risos)
Recife Metal Law – O que acham da chamada cena ‘retrô Thrash’ e de inúmeras bandas que surgiram nos últimos anos fazendo um som calcado nos moldes dos anos 80? O Bywar já tem 13 anos de estrada e também faz um som ‘old school’. Acham que podem ser encaixados nesse termo ‘retrô’?
Ozio – Putz, isso é meio complicado de responder. Não sei se somos ‘retrô’, porque fazemos isso desde 1995 e não existia essa cena de Thrash Metal na época. Começamos a fazer esse som quando não ouvíamos mais as boas bandas, então criamos essa pegada porque gostávamos de ouvir. Nessa época só fazíamos shows com Death Metal, Metal Melódico e até Punk, então temos o som com o pé nos anos 80, mas acho que temos isso, porque simplesmente vivemos isso. Quanto as bandas da cena ‘retrô Thrash’, acho que não existe problema algum em se espelhar em um estilo, desde que você seja honesto consigo e principalmente com o público. Acho inadmissível fazer algo por querer estar na moda. Você pode ser atual, seguir uma tendência, mas não se ‘vender’ para entrar em um grupo ou algo do tipo.
Recife Metal Law – O Bywar já tem um nome respeitado no cenário Underground do Brasil, já tendo tocado ao lado de bandas como Exodus, Candlemass e Desaster, o que dar certa visibilidade e respaldo à banda. A banda já tocou em vários locais do Brasil, inclusive fora, no Paraguai. Já surgiram propostas para uma turnê mais extensa? Pensam nessa possibilidade?
Ozio – Ótimo tocar com esses caras! Já surgiram algumas propostas para fazermos uma turnê grande pelo Brasil, mas infelizmente as datas não foram de acordo com nossa disponibilidade. Infelizmente não vivemos de tocar e temos nossos trabalhos e as famosas contas para pagar, e às vezes é bem difícil conciliar tudo. Mas isso não impede de alinharmos as coisas para fazer algo mais longo. Já tivemos essa oportunidade na Europa, mas acabou não dando certo. Para o próximo ano temos alguns planos bacanas e assim que conseguirmos fechar tudo divulgaremos para vocês.
Recife Metal Law – Na época em que foi gravado o “Heretic Signs” a banda enfrentou problemas para poder lançá-lo. O registro ficou ‘engavetado’ por algum tempo... Nesse período vocês gravaram o clipe da música “Heretic Signs”, o quê deu muito certo. Como foi gravar esse clipe e em que o mesmo contribuiu para a banda?
Ozio – Aff! Não gosto nem de lembrar, que período chato! Não vou me estender no assunto. Algumas pessoas (vide gravadorinhas) realmente usam das bandas para poder ganhar dinheiro desonestamente e fuder várias bandas. O clipe foi ótimo para o Bywar! Realmente quisemos mostrar que estávamos ‘vivos’ e resolvendo nossos problemas. Antigamente as bandas que faziam clipes com produção própria não tinham muito espaço para divulgá-los, porém com a chegada da internet tudo isso mudou, e canais como Youtube e alguns blogs contribuem, e muito, para que as bandas Underground divulguem seus trabalhos. Recife Metal Law – Ainda falando em clipes, vocês também lançaram o de “Face the Impaler”, que mostra várias cenas de filmes clássicos e também cenas mais recentes do terror, assim como o clipe de “Heretic Signs” também faz alusão a filmes desse gênero. Aliás, vocês também participaram da trilha do filme “Feto Morto” da Black Vomity Produções. Qual a ligação de vocês com esse tipo de filme?
Ozio – Somos a maldade em pessoa! (risos) Realmente curtimos bastante esse tipo de filme, principalmente os clássicos. Na verdade o Hélio é o grande ‘expert’ nesses temas; curte pra caralho e tem até uma pequena coleção. Além disso, curtimos muito os filmes de ficção cientifica e épicos que contam alguma parte da história do mundo!
Recife Metal Law – O quarto full lenght do Bywar, “Abduction”, já está em fase de produção, e será lançado pela Mutilation Records. Como andam os preparativos e como está a parceria com a nova gravadora?
Ozio – O álbum está com todas as composições terminadas e já marcamos o estúdio. Teremos uma bela produção para esse álbum e acreditamos que ele será um play bem bacana, mantendo o estilo Bywar! Para ser mais preciso entraremos em estúdio em outubro próximo e nesse meio tempo já estamos definindo a capa, bem como toda a arte. A Mutilation está dando todo o suporte que uma gravadora deve dar a banda. Temos um bom plano para o álbum e acredito que banda e gravadora colherão os frutos, e melhor ainda, quem irá ganhar é o banger. Teremos uma boa quantidade de material promocional e uma boa divulgação. Agora é só aguardar e torcer para não fazermos merda na hora de gravar! (risos)
Recife Metal Law – O que os fãs da banda podem esperar desse novo material? Quais a influências musicais e líricas presentes em “Abduction”?
Ozio – Podem esperar por mais um álbum do Bywar com toda a ‘pegada’ que temos nesses últimos 15 anos! Não teremos nenhuma surpresa ou mudança de estilo, será o bom e velho Thrash Metal, com aquela ‘pegada’ Heavy/Speed do Bywar. Continuamos com as mesmas influências, ouvindo o puro Thrash, tanto da ‘Bay Area’ quanto europeu. As influências ‘setentistas’, o progressivo e o Rock N’Roll. Metal Porra! (risos)
Recife Metal Law – Nos últimos dois anos o Bywar lançou splits com as bandas Witchburner (Alemanha) e Crucifier (Grécia). Qual o retorno que esse tipo de material trás para a banda? Já surgiram convites para shows fora do Brasil?
Ozio – Sempre a divulgação é o que se deve levar em consideração quando se faz esse tipo de parceria. Recebemos sempre vários contatos, parabenizando o trabalho das bandas e querendo conhecer mais sobre cada grupo. Já havíamos recebido um contato bem bacana para tocar na Europa em uma pequena tour, em 2007/2008, mas no final da história acabou não dando certo e foi adiado. Estamos planejando algo para 2011, para ser uma primeira passagem e para 2012 fazer uma coisa bem maior e com bem mais datas. Assim que fecharmos todo o processo divulgaremos no Myspace e Twitter. Com calma para não dar merda mais uma vez!
Recife Metal Law – No primeiro semestre de 2010 a banda se apresentou pela primeira vez no nordeste, em Fortaleza/CE. A receptividade foi muito boa... Agora vocês retornam para mais duas apresentações: em Campina Grande/PB e Natal/RN, nos dias 04 e 05 de setembro, respectivamente. O que esperam desses dois shows, e o que o público pode esperar dos mesmos?
Ozio – Destruição! (risos) Queremos fazer um puta show, e estamos nos preparando para isso. Queremos ver os insanos bangers nordestinos quebrarem o pescoço de tanto agitar e esperamos vários moshes e aquela loucura que vocês sabem fazer muito bem! E também tomar muita cerveja com todo mundo, trocar bastante ideia e dar muita risada!
Recife Metal Law – Após 13 anos de carreira, o que faz o Bywar seguir firme e forte? O que a banda almeja para o futuro?
Ozio - Estamos nessa há tanto tempo por basicamente duas coisas que tem o mesmo grau de importância: camaradagem entre nós e amor pelo Metal! Isso não pode ser diferente e esquecido. Se você não ‘tá a fim de uma dessas coisas, pode parar. Não precisa ‘forçar’ nada. É preciso ter honra e ser banger para estar nessa, e é assim que fazemos a coisa rolar. E quanto ao futuro, esperamos continuar com a mesma ‘pegada’ e que a galera curta o nosso som. Acho impossível um dia o Bywar falar que encerrou suas atividades; curtimos o que fazemos. É obvio que gostaríamos de nos dedicar e viver única e explosivamente para a banda, ser o nosso ‘ganha pão’, mas enquanto isso não rola, vamos continuar com a mesma ‘pegada’ e o mesmo propósito – Metal, Metal, Metal...
Recife Metal Law – Sinceros agradecimentos do Recife Metal Law. Fica o espaço para suas considerações. Força na jornada!
Ozio – Agradeço a todos pelo espaço e peço desculpas pelos palavrões. (risos) E também pedir desculpas pela demora em o Bywar tocar no nordeste. As vezes as coisas não acontecem do jeito que queremos. Também gostaríamos de agradecer a todos os bangers que estão com a gente por tanto tempo; convidar a todos para os shows em Campina Grande e Natal. Agradecimento especial para você, Netão, pelos e-mails trocados ultimamente. E agora é só esperar para nos trombarmos no nordeste, tomarmos muitas ‘brejas’, algumas cervejas, uma ou outra cervejinha e trocarmos várias ideias sobre música e Metal Abraços! Metal till death... And for all eternity!
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propósito: divertir-nos entre amigos e tocar o que realmente gostamos. Para você ter uma ideia, eu, o Adriano e o Victor jogávamos futebol todos os finais de semana quando éramos crianças e ali já começamos a trocar algumas ideias de som. Eu trabalhava em uma locadora (trabalho infantil... risos) e conheci um cara que não tirava um boné do Iron Maiden, que trabalhava em um escritório de contabilidade ao lado. Daí pra frente você já pode imaginar o que aconteceu... Quando juntamos as guitarras Gianinni com o Baixo Tonante e a Bateria de Papel (risos) dá-lhe músicas do Metallica, Slayer, Black Sabbath... Nunca sentamos num canto tomando alguma cerveja e decidimos o que e como iríamos tocar. A identidade foi rolando e estamos a quase 15 anos fazendo Thrash Metal. Bom, sempre sonhamos em levar a vida com a música, e estamos bem felizes onde estamos. Nunca paramos pra pensar: ‘Pô, queremos lançar quatro discos, fazer turnê em todo país...’, mas aconteceu, pois fomos nos planejando e nunca desistimos.
últimos anos fazendo um som calcado nos moldes dos anos 80? O Bywar já tem 13 anos de estrada e também faz um som ‘old school’. Acham que podem ser encaixados nesse termo ‘retrô’?
quanto europeu. As influências ‘setentistas’, o progressivo e o Rock N’Roll. Metal Porra! (risos)
‘ganha pão’, mas enquanto isso não rola, vamos continuar com a mesma ‘pegada’ e o mesmo propósito – Metal, Metal, Metal...
