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Entrevistas

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

FROZEN AEON



Frozen Aeon, mais um filho bastardo do Underground carioca que nasceu com a proposta simples de fazer Death Metal, cru e ríspido, sem modernidade ou frescuras. Conversei com o fundador da banda, o vocalista/baixista Alexy Frozen. Abaixo o teor dessa conversa para os leitores do Recife Metal Law.


Recife Metal Law – Como sempre costumo fazer, para começarmos nossa conversa peço que você faça uma breve apresentação da banda para os leitores do Recife Metal Law.
Alexy Frozen –
Em 1998 eu formei o Erotic Funeral, que fazia Black Metal na linha de Darkthrone e Mayhem. A formação mudou e o nome também, passando para Sworn. Acabei com o Sworn em 2006 e me envolvi em projetos de Thrash/Death Metal, juntamente com meu fiel baterista, o Kolossus. Em 2008 resolvemos montar nosso próprio projeto outra vez (ele esteve comigo no Sworn) e assim nasceu o Frozen Aeon. Nossa intenção é misturar minhas influências (Heavy/Death/Black) com as dele (Thrash/Death) e fazer isso com muita honestidade, sem copiar ninguém. Começamos com o propósito de fazermos algo do tipo ‘tocamos o que queremos ouvir’; algo de headbanger para headbanger.

Recife Metal Law – “Kill Them All” foi o primeiro registro do Frozen Aeon. Pelo que tenho lido de resenhas, essa Demo está sendo muito bem comentada pelos fanzines. Conte-nos um pouco a respeito desse trabalho de estreia. Qual conceito usado para a sonoridade e qual proposta ideológica do disco? Aproveite e descreva quais assuntos são abordados em cada faixa?
Alexy –
A Demo “Kill Them All” é um soco na cara! Fizemo-la com muito ódio de tudo o que rola por aí. As letras são bem caóticas, anticristãs e misantropas. “Christ is Dead” é sobre os tolos que acrediatm na volta de Jesus, mas ele está morto e se voltasse morreria de novo. “Kill Them All” é sobre um massacre em cima de cegos religiosos; eles são responsáveis por 95% do caos no mundo; o papa, o islã, tudo isso é muito nocivo à sociedade, pelo menos em minha opinião. “The Great Apocalypse” é sobre a humanidade destruir seu própio planeta e agora colher os frutos por isso, e com merecimento. Guerras, poluição, ganância, ataques contra a natureza... O que será da Terra se isso continuar? “Let the Blood Spill” também é sobre Deus e seus cordeiros. “Die by the Lies” é sobre bíblia e o alcorão, dois livros que, em minha opinião, só trazem discórdia, guerra e caos. Todos morrem por essas mentiras escritas nesses ‘manuais de instrução religiosa para cegos’.

Recife Metal Law – A arte da capa dessa Demo é assinada por um designer internacional. Quem é o cara? De que país? Como rolou esse intercâmbio?
Alexy –
O cara foi um espanhol. Foi o Victor, um designer gráfico abstrato. Estava viajando pelo Myspace e de repente ele nos adicionou, falando ter gostado do som e vi que ele gosta muito de Sepultura também. Fui ver sua galeria de trabalhos no Myspace e essa capa me chamou a atenção. Ela é sinistra, mórbida e meio misantropa também. Sabe, ter aquele fantasma sinistro e sozinho pronto para matar, tudo a ver com o conceito de “Kill Them All”. Perguntei a ele se poderia usar e ele falou ‘é sua, vá em frente!’, e aí está!

Recife Metal Law – A Demo foi distribuída no Brasil por várias distros e também em alguns países da América do Sul e Europa. Isso gerou contatos legais para a banda com outras distros, gravadoras, bandas, bangers?
Alexy –
Infelizmente ainda não. As resenhas ‘gringas’ têm sido ótimas também, mas ainda não recebemos propostas. Estou muito satisfeito com as distros daqui, fazem um excelente trabalho. A Music Reunion foi a primeira a abrir as portas ao Frozen Aeon. Somos gratos por isso. Vamos esperar no próximo trabalho, que está mais maduro, técnico, porém ‘na cara’ e bem porradaria!

Recife Metal Law – Acompanhando o trabalho de vocês, eu notei que desde o lançamento dessa Demo a banda sofreu algumas mudanças na formação. Foi só isso que mudou ou rolaram mudanças na sonoridade do Frozen Aeon também?
Alexy –
Mudanças na formação é uma merda, mas a única que realmente deu uma atrapalhada na banda foi o entra e sai de baterista. Ficamos parados quase um ano por conta disso. Felizmente o Kolossus (Luiz) está de volta e com isso a banda se estabilizou. O Shagharephy (Bruno) é um grande guitarrista e atualmente se mostrou um ótimo compositor também. Temos orgulho dele. É um moleque, novinho ainda, mas com muito ódio e garra. (risos) A sonoridade basicamente não muda, pois 90% das composições são minhas. O que pode mudar um pouco é a técnica de alguns guitarristas que tivemos e só; continuamos fazendo a mescla de Death, Thrash, Heavy e Black Metal de sempre. Posso somente afirmar que hoje estamos mais desencanados com rótulos. Fazemos as músicas sem se preocupar se vai soar muito Death, Heavy, Thrash ou Black Metal. Não somos como essas bandas por aí que se preocupam com rótulos, visual ou sei lá o quê! Tocamos nossa música e pronto!

Recife Metal Law – Parece que vocês estão compondo sons para outro lançamento, não é? Fale sobre esse novo trabalho.
Alexy –
Estamos muito empolgados com esse novo trabalho; faremos com calma. As músicas estão fechadas, agora estamos ensaiando bastante para entrar em estúdio em dezembro e gravar. Nossas novas músicas estão muito legais e brutais, tem algumas coisas diferentes também. No “Kill Them All” eu e o Kolossus já tínhamos certa experiência em gravar (gravamos um material do Sworn em 2004), mas mesmo assim fizemos algo com certa pressão e pressa também. Nesse novo estamos trabalhando de uma forma ainda mais profissional e até porque temos uma vida corrida fora da banda também; temos nossos empregos, família e isso meio que influencia. Mas acredito que entre dezembro e fevereiro do próximo ano nosso CD esteja saindo, e a prioridade será da Music Reunion & Metal Reunion Records para divulgar e distribuir.

Recife Metal Law – Apesar de a Demo ter sido muito bem recebida e divulgada, notei que a banda não participou de muitos eventos. Isso é algo proposital? Tem a ver com mudanças na formação ou existem outros motivos?
Alexy –
Não fazemos parte de ‘panelas’, por isso não fizemos shows. Infelizmente tocar aqui no Rio de Janeiro é muito complicado... Tem bandas chatas que tocam todos finais de semana; bandas covers enchendo o saco e público idiota. Não são todos, é claro, me refiro aos posers que vão ao evento, mas não assistem aos shows; ficam bebendo do lado de fora como uns babacas. Estamos aí, se nos chamarem faremos o melhor show que pudermos, mas ficar ‘implorando’ pra tocar em eventos, ficar vendendo ingresso, pagar pra tocar ou fazer ‘panela’ com bandas que se acham grandes, isso nunca!

Recife Metal Law – Estou sempre entrevistando bandas do Underground porque, sinceramente, acredito que são aquelas que precisam de mais divulgação e canais para expor suas ideias e explicar melhor suas propostas musicais. Então sempre faço um pergunta quanto à cena local. Em sua opinião, como é a cena Underground carioca? Existe aquela união entre bandas, público, produtores, sendo positivo para bandas que estão na luta como vocês?
Alexy –
Sinceramente, o cenário carioca pra mim é um lixo desde 2000. Tem muitas bandas, pouco público e a maioria dessas bandas é formada por moleques arrogantes que começaram a tocar a partir dos anos 2000, gravam uma Demo ou um CDzinho bancado pelos pais e se acham o Metallica, se acham a melhor de todas. O público, uma parte valoriza, vai a todos os shows, outra parte é formada por babacas que só sabem falar mal das bandas, não compram CDs e muito mal vão a eventos. União entre bandas hoje em dia é  utopia. Daqui do Rio de Janeiro somente duas bandas deram uma força, seja com palavras, elogios ou nos encaixar em algum evento, e essas duas foram o Coldblood e o Terrorstorm. E atualmente temos uma força do Renato do Grave Desecrator também (conheço ele há uns 15 anos), e essas também são algumas que merecem muito respeito, pois os caras são honestos no que fazem e não perturbam com ‘panelas’. Produtores, a maioria pensa mais em explorar as bandas com vendas de ingressos, pagar pra abrir pra alguma banda de fora, ou seja, também não ajudam na cena. Não visamos mais nada no Rio de Janeiro; queremos muito tocar em qualquer lugar fora daqui. O nordeste e o sul têm uma cena legal; ouço falar que a galera lá é Rock N’Roll mesmo, assim como São Paulo.

Recife Metal Law – Além do novo disco, que novidades os bangers podem esperar do Frozen Aeon para 2011?
Alexy –
Podem esperar outro CD! (risos) Temos umas 15 músicas prontas, cinco vão para o nosso EP e o resto lançaremos em 2011. Esperamos, também, aparecer mais em shows; se rolar uma proposta legal, fazer muitos shows (se possível pelo Brasil). O Frozen Aeon está batalhando muito por um lugar ao sol, sem fazer parte da ‘panela’ que as bandas ‘mais faladas’ do Rio de Janeiro fazem. Queremos ser reconhecidos pelo som que fazemos e não pelas bandas que conhecemos e tocamos juntos. 2011 estaremos aí destruindo tudo mais uma vez!

Recife Metal Law – Para concluirmos, gostaria de te agradecer o tempo cedido para essa entrevista e desejar muitas vitórias para o Frozen Aeon. Deixo essa última pergunta para você fazer suas considerações finais, deixar links para os headbangers conferirem o trabalho da banda... Enfim, o espaço é seu meu amigo. Força!
Alexy –
Cara, obrigado a vocês por ter feito essa entrevista; essa foi a primeira que eu fiz com o Frozen Aeon. O Metal precisa de pessoas sérias nesses sites, zines e eventos e vocês são! Obrigado! Precisamos de público, zines, sites, pois somos uma banda. Sem fãs, zines, revistas e sites não divulgamos nada. Não somos nada sem todos vocês, portanto, adoro dar entrevistas desde 1998, na época do Erotic Funeral, e não menosprezamos fãs, isso não rola com a gente. Visitem nosso myspace (www.myspace.com/frozenaeon). Temos também Orkut, é só procurar Frozen Aeon que aparece nossas caras feias lá! (risos). Procurem pelos vídeos de ensaios, que ocasionalmente postamos no Myspace ou no Youtube (mesma coisa, procurar Frozen Aeon no Youtube). Valorizem as bandas honestas do cenário, chega de playboy poser na cena. Comprem CDs, vão aos shows. Nossa Demo está à venda na Guilhotine Distro (BA), na Music Reunion Prod’s and Distro (RJ) e Requiem Rock Store (RJ). Também podem comprar diretamente comigo, basta enviar e-mail para [email protected] / [email protected]. Obrigado a vocês e todos os web-zines que postaram ótimas resenhas sobre nosso primeiro play. Aos fãs que compram e curtem nosso som... Nosso EP vem em breve e mais novidades vêm por aí! Valeu!

Entrevista por Chakal
Fotos: Divulgação
 
 
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