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Entrevistas

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

MISCONDUCTERS



Do ano passado para cá tenho esbarrado em contatos de brasileiros envolvidos com algo de nosso Underground que foram morar na ‘gringa’ e continuaram fazendo barulho por lá, muito bem. O Misconducters é uma desses casos. Formado pelo brasileiro Denfire, que morava em São Paulo, e está a alguns anos em Londres. Com pouca grana, mas muita atitude, honestidade e forma Underground, seguindo a velha receita ‘do-it-yourself’, o cara já tem uma história legal para contar de seu som, que mescla Rock N’Roll, Punk e Metal. Após escutarmos e resenharmos aqui o ‘debut’ álbum do Misconducters, intitulado “It’s All Yours”, decidimos trocar uma ideia com ele e nossa conversa segue abaixo para você leitor do Recife Metal Law.
 
Recife Metal Law – Salve meu camarada! Para inciarmos esse bate papo faça um resumo aos leitores do Recife Metal Law da história do Misconducters e cite também a discografia da banda.
Denfire –
Fala Chakal! Muito obrigado pela oportunidade de expor a banda aos leitores do Recife Metal Law! Bom, o Misconducters teve início em janeiro de 2008, em Londres, com o objetivo de fazer um som que mesclasse Rock, Metal e Punk em doses iguais, totalmente alheio a modismos e tocado de forma natural, ou seja, sem tentar inventar algo diferente de propósito. Digo isso porque, como autor de todas as músicas, ouço Metal e Punk há mais de 20 anos, mas já ouvia Rock ‘mais leve’     antes - e continuo ouvindo. Ou seja, não vejo problema algum em misturar Chuck Berry, Black Flag, Motörhead e Napalm Death na mesma banda. De qualquer forma, ainda em 2008 gravamos o primeiro EP, intitulado “You’re Asking For It”. Apesar de o Misconducters ter sido sempre um trio, a formação era diferente da de hoje e o mesmo ‘line up’ gravou também o segundo EP, “Braindead”, em 2009. No final desse mesmo ano, o baterista atual, Cai, entrou para a banda e em março de 2010 gravamos o terceiro EP, “New Blood”. Poucos meses depois mandei embora o baixista e resolvemos, Cai e eu, gravar o ‘debut’ álbum. O CD saiu em dezembro de 2010 e se chama “It’s All Yours”. De lá para cá saímos à procura de um novo baixista, alguém que realmente abraçasse a ideia. Recentemente encontramos alguém que, espero, acabe se tornando membro permanente. Em meio às gravações, claro, fizemos muitos shows, sendo a maioria em Londres, mas também em outras cidades inglesas como Birmingham, Sudbury, Hitchin... O plano agora é ensaiar com a nova formação para o nosso primeiro show do ano, agora em abril.
 
Recife Metal Law – Por que Misconducters? Fale um pouco da escolha e significado do nome da banda. E como o nome da banda está relacionado a sua proposta ideológica?
Denfire –
Tirei o nome do disco “Gross Misconduct”, do M.O.D., que é um dos meus álbuns de Crossover favoritos. Não há uma tradução precisa para o português, mas Misconducters pode ser compreendido como ‘descomportados’, ou ‘os de má conduta’. O nome realmente se aplica à proposta da banda, já que minha intenção é fazer um som do jeito que eu achar melhor, sem ter que me enquadrar em algum gênero ou tendência.
 
Recife Metal Law – Em quatro anos de formação vocês tem três EPs e um full lenght. As músicas desses outros lançamentos estão no “It’s All Yours” ou são só inéditas?
Denfire –
Sim, todas as oito faixas dos dois primeiros EPs foram regravadas e estão mais rápidas, pesadas e mais bem produzidas no “It’s All Yours”. As demais seis músicas nesse disco são inéditas. Quanto ao terceiro EP, este terá as três músicas regravadas para o próximo álbum.
 
Recife Metal Law – O som de vocês mescla de forma bem coesa o HC com o Punk e em vários momentos tem o peso do Metal. Mas e as letras? Quais as abordagens apresentadas nas composições do Misconducters?
Denfire –
Praticamente todas as letras são de teor contestador e falam sobre a falta de liberdade do ser humano, cuja passividade permite que pequenos grupos de gente imprestável ditem a vida medíocre de mais de seis bilhões de pessoas, seja através da mídia, religião, política... Temos dois vídeo clipes que ilustram bem algumas dessas ideias, onde cada cena faz alusão - muitas vezes metaforicamente - aos versos que estão sendo cantados na hora (para ver os vídeos clique aqui e aqui). Músicas que fogem um pouco do assunto são “Rip Ride” (sobre minha vinda à Londres), “Playing With Fire” (sobre uma ex-namorada demente), “Endless Maze” (mais ‘filosófica’, sobre a constante procura de coisas boas) e “Ultimate Pain” (sobre viver o presente). Vejo todas as letras como positivas e que servem para levantar o ânimo do ouvinte, fazendo com que este tome uma atitude perante seus problemas - ao invés de remoer mágoas e rancor, descontando nas pessoas erradas.
 
Recife Metal Law – Além do que você citou, eu percebi também muitas críticas bem ácidas presentes nas composições do Misconducters. Mesmo aquelas apresentadas de forma sutil, têm mensagens bem relevantes completamente encaixadas de forma honesta e fiel ao estilo escolhido pela banda. Em dias atuais, onde bandas surgem e desaparecem com propostas sem valor algum a todo tempo, trabalhar dessa forma acaba sendo até meio clichê já que o Rock N’Roll é assim desde os primórdios, né? Como o Misconducters encara o conteúdo e estilo praticado por essas novas bandas?
Denfire –
Tomo cuidado na hora de escrever as letras para que as palavras soem bem, assim como para transmitir a mensagem de forma eficaz. Não escrevo letras só pra encher linguiça. Considero cada verso fundamental para fazer a música toda funcionar. Quanto a uma parcela das bandas atuais, isso nada mais é do que o reflexo dos tempos em que vivemos, onde infelizmente muitos se deixam levar por esse modo de vida imediatista; querem consumir, consumir, e depois consumir mais... Enquanto tiver mercado para Big Brother, X-Factor, revistas de fofoca, noticiário das oito, novelas, etc., a merda vai continuar – e piorar.
 
Recife Metal Law – Fale mais do disco. Como você citou antes, todas as cordas e vozes foram desenroladas por você, que é o criador dos sons. O processo foi complicado ou já estava tudo no esquema, foi só gravar mesmo e depois o Cai colocou a bateria e pronto?
Denfire –
Fiquei a cargo de todas as cordas e vocais principais, enquanto o Cai fez backing vocals em umas três ou quatro músicas. O método é sempre o mesmo: mostro pro Cai as músicas, falo mais ou menos qual parte é rápida ou lenta, onde tem alguma paradinha, etc. A partir daí ele põe a bateria de acordo, algumas vezes sugerindo uma levada um pouco diferente, sempre de modo veloz e eficaz. É incrível como ‘clicamos’, ainda mais considerando que ele começou a ouvir som há apenas dois anos (antes só ouvia jazz e outros ritmos), sem falar que o gosto musical dele é bem diferente do meu (Lamb of God, Messhuggah e Mastodon são algumas de suas bandas favoritas). Mas voltando à gravação do CD, fiz as linhas de baixo na semana que antecedeu as gravações e gostei bastante da experiência, pois acho fazer arranjos tão legal quanto tocar ao vivo. No fim, gravamos o disco todo em 16 horas e gastei mais umas 15 horas com o produtor pra mixar e masterizar.

Recife Metal Law – Chuck Berry, Black Flag, Motörhead e Napalm Death na mesma banda? Boa! Suas influências são bem diversificadas e interessantes, mas e daqui de nossas terras? Quais bandas você curte e escuta periodicamente, sejam elas ‘cult’ ou as mais atuais?
Denfire –
Antes de começar a ouvir Metal eu gostava bastante de Raul Seixas e Ultraje A Rigor (na verdade, ainda gosto, só ouço com muito menos frequência). De Metal, sem dúvida a melhor pra mim sempre foi o Sepultura (da era Max), mas outras que me influenciaram bastante são MX, Chakal, Korzus, e acho legal também The Mist, Vulcano, Alta Tensão, Patife Band... Mas essa pergunta é difícil porque fica muita banda boa de fora.

Recife Metal Law – Além de shows na Inglaterra, existem datas agendadas ou planos para tocar em outros cantos da Europa ainda esse ano, com a ideia de divulgar os sons do “It’s All Yours”?
Denfire –
Infelizmente não, pois o novo baixista é muito instável... Além disso, como não participamos de nenhuma cena, temos que marcar os shows de um em um, com várias bandas e promotores de estilos diferentes. Esse longo hiato sem tocar ao vivo por causa da falta de baixista pesou, então temos que voltar a fazer a banda rodar novamente. A boa notícia é que temos um full length agora, o que deve esquentar os ânimos de alguns, conforme já tenho percebido pelos e-mails e comentários. Estamos no momento soando mais Metal que nunca com o novo baixista, então não sei como vai ser para voltar a marcar datas. Por exemplo, com esse promotor que agiliza vários shows Punk ‘old school’, que até o ano passado chegou a marcar vários shows pro Misconducters, abrindo para bandas como Discharge, English Dogs, Disorder, Broken Bones, entre outras. Quem sabe acabamos abrindo o leque e consigamos marcar mais shows com bandas de Metal.
 
Recife Metal Law – Votando ao disco. Toda a produção do CD está profissional, assim como seu conteúdo. Existem negociações com alguma gravadora para lançar o álbum em outros formatos?
Denfire –
Nunca nenhuma gravadora se interessou. Sempre fiz tudo sozinho, desde marcar shows, ensaios, fotos, vídeos, armar gravações, produção de CDs, promoção da banda, etc. Pelo menos o Cai, logo depois que entrou na banda, fez a arte do “New Blood”, “It’s All Yours”, e a nossa página do Myspace. E é tudo feito em ‘esquemas’, não contrato profissionais pra nada. O ‘estúdio’ em que o álbum foi gravado nada mais é que o apartamento minúsculo onde ensaiamos, que pertence a um DJ de música eletrônica (Rob Pearson, o produtor do CD), que começou a abrir o espaço para o público há menos de um ano. Ele nunca tinha gravado um álbum na vida e mesmo assim o resultado foi muito superior ao do EP “New Blood”, que gravamos num estúdio Underground conhecido de Londres, onde várias bandas daqui gravam direto, como UK Subs, Dubwar e mais uma porrada de outras. Sem falar que nos divertimos muito mais com o Rob e é umas três vezes mais barato... Recentemente filmamos um vídeo clipe para “Deceived” na sala de ensaio e as fotos da banda que ilustram essa entrevista foram tiradas durante as filmagens (feitas pelo diretor, que é marido da minha prima, com ajuda do amigo dele na segunda câmera e minha namorada responsável pela iluminação). Em breve ele terminará de editar, aí vai direto pro Youtube.
 
Recife Metal Law – “It’s All Yours” ou mesmo outros lançamentos do Misconducters só estão disponíveis na Europa ou já tem alguém distribuindo aqui no Brasil?
Denfire –
O “It’s All Yours” está disponível para venda na loja Die Hard, na Galeria do Rock em São Paulo, mas pode ser também adquirido através da loja virtual deles (clicando aqui). Fora a Die Hard, o Fellipe CDC (Terror Revolucionário, Death Slam) e a Violent Records (Luiz Carlos do Vulcano) estavam distribuindo o EP “Braindead”, mas não sei se já se esgotaram.
 
Recife Metal Law – O Misconducters tem planos de cair aqui pro Brasil algum dia para dar um rolê tocando no Underground brazuca?
Denfire –
Meu, gostaria muito mesmo de poder fazer vários shows pelo Brasil, mas a distância é o que mata. Não estamos interessados em cobrar cachê, contanto que os custos sejam sanados. O maior problema é o preço das passagens (por volta de seis mil reais para a banda toda) e isso seria o mínimo pra traçarmos um plano concreto.

Recife Metal Law – Para ser mais específico, sei que essa é até meio ‘saia justa’, mas peço que responda com sinceridade. Em que regiões do Brasil vocês mais gostariam de tocar, no caso de rolar uma tour por aqui?
Denfire –
Não é querendo puxar o saco, mas sem dúvida poder tocar no Nordeste, Rio de Janeiro e interior de São Paulo seria demais! Na verdade, em todo lugar que fosse possível marcar um show.
 
Recife Metal Law – Nos últimos quatro ou cinco anos, o cenário Underground brasileiro tem revelado várias bandas promissoras, atuantes dentro de diversas vertentes do Rock N’ Roll e com trabalhos mesmo sendo Underground, muito bem produzidos. Várias dessas bandas estão, inclusive, conseguindo lançar seus primeiros trabalhos oficiais em países europeus. Diga-me, como você compara o Underground brasileiro com o atual Underground inglês, tanto em qualidade de bandas, quanto profissionalismo de distros e gravadoras independentes, e também produtoras de eventos? As coisas são tão Underground quanto aqui ou existe outra visão de “Underground”?
Denfire –
Fico pasmo toda vez que vejo algum lançamento de alguma banda brasileira da qual nunca ouvi falar. A qualidade da gravação é simplesmente impressionante, coisa que só se conseguia na Europa ou EUA há 10 anos. Claro que não estou falando de todas as bandas Underground do Brasil, mas daquelas que se propuseram a gastar uma grana nervosa num dos ‘estúdios chave’ do país, e que contratam PRs para ajudar na divulgação (que também inclui vídeo clipes super produzidos, aparições pagas em revistas, etc.). Esse seria algo como um ‘novo Underground’, formado por bandas emergentes que estão dispostas a tentar uma vaga num mercado que não pára de crescer. Londres está entupida de bandas, e tem várias muito boas, mas várias péssimas também. Músicos de toda Europa vêm pra cá. Esta cidade funciona bem como base, ou ‘headquarters’, mas o que vira mesmo é tentar tocar em outras partes do Reino Unido e Europa porque a chance de duas ou três bandas grandes tocarem no mesmo dia em que a sua banda vai tocar num bar é enorme. Acho que a maioria das bandas brasileiras tem uma visão um pouco distorcida da Europa (eu mesmo vi que ‘não é bem assim’ durante esses meus quase oito anos morando aqui). Resumindo, acho que aqui as coisas ainda funcionam melhor em todos os níveis, mas o Brasil está melhorando consideravelmente. Deve-se entender que, mesmo que aqui se ganhe um pouco mais, o custo de vida é mais alto. Acho ótimo ver mais e mais bandas Underground vindo do Brasil pra cá, e vice-versa. Àqueles que estão apenas atrás de glamour, aconselho pesquisar bem o tipo de banda que tem chance de fazer sucesso e investir bem, porque a competição aqui é acirrada.

Recife Metal Law – Com a certeza de que teremos muitas conversas como essa em breve, agradeço em nome de todos do Recife Metal Law pela entrevista! Desejo muita sorte na estrada para o Misconducters e deixo essas últimas linhas para suas considerações finais. Força!
Denfire –
Eu que agradeço, especialmente por se tratar de uma entrevista conduzida por alguém legitimamente interessado na banda, e que será postada num site cujos leitores prezam por boa música. Adianto que será muito provável gravarmos o segundo álbum ainda este ano, pois já temos seis músicas ensaiadas, e garanto àqueles que gostaram de “It’s All Yours” que esse próximo será ainda mais intenso. Quem quiser entrar em contato, o e-mail é [email protected]. Para ouvir alguns sons basta acessem www.myspace.com/misconducters.

Entrevista por Chakal
Fotos: Divulgação

 
 
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