A banda Cruscifire já vem batalhando no meio Underground nacional desde 2003, tendo lançado uma Demo, um EP e, no ano passado, seu primeiro full lenght, intitulado “Chaos Season”. A banda envereda pelos lados do Death Metal, mas mesmo fazendo um estilo que tem muitos adeptos, a banda consegue, em suas músicas, apresentar característica própria. Desde o seu início o Cruscifire sofreu com as modificações em sua formação, mas segundo Victor Angelotti (baixo e vocal) esse problema já foi sanado, e a banda está pronta para alçar voos maiores. Maiores detalhes sobre a banda, primeiro álbum, entre outros assuntos, podem ser conferidos na entrevista a seguir.
Recife Metal Law – O Cruscifire surgiu em 2003, e sempre teve a sua frente os irmãos Victor (baixo e vocal) e Caio Angelotti (guitarras). Sendo assim, ficou mais fácil dar forma ao Cruscifire?
Victor Angelotti – Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade e ao espaço! Ter um irmão na banda facilita a formação sim, pois fica mais simples de resolver e decidir as coisas. Passamos por algumas fases difíceis pra consolidar a formação, mas como nós dois sempre estávamos juntos, um apóia o outro. Ficamos muito tempo como trio também, então fazíamos praticamente tudo na banda.
Recife Metal Law – A banda, recentemente, estabilizou sua formação, e assim como na primeira Demo, hoje é um quarteto. Quais são os maiores obstáculos para se ter uma formação definitiva e forte numa banda de Death Metal?
Victor – A formação atual é com certeza a mais consistente que já tivemos. O nosso maior problema na banda sempre foi ter uma formação sólida, sempre houve muitas mudanças, isso acabou atrasando muitos planos, mas acredito que agora com a formação atual não teremos estes problemas. Os maiores obstáculos no nosso caso foram à falta de disponibilidade e dedicação dos ex-integrantes. Algumas pessoas não entendem o porquê se dedicar em uma banda que não vai trazer retorno financeiro rapidamente e acabam deixando a banda.
Recife Metal Law – O baterista Ricardo Cari esteve em todas as gravações da banda, porém não foi mencionado como integrante do Cruscifire no álbum de estreia. Qual a razão para isso ocorrer?
Victor – Apesar de ter gravado o álbum ele acabou saindo alguns meses antes do lançamento. Como não fazia mais parte da banda, não foi mencionado como integrante.
Recife Metal Law – O primeiro álbum, “Chaos Season”, foi lançado no final do ano passado, de forma independente. Vocês chegaram a procurar algum selo e mostrar o produto final para que ele pudesse ser lançado?
Victor – Sim. Mostramos para diversos selos, mas nenhum mostrou interesse. Alguns até responderam que lançariam, mas de uma maneira que não seria viável financeiramente para a banda.
Recife Metal Law – Depois do lançamento de forma independente, vocês conseguiram fechar uma parceria com a Die Hard, que ficou responsável pela venda e distribuição desse álbum. Como vocês chegaram a Die Hard, nessa parceria, e de que forma tal parceria vem ajudando na divulgação do disco de estreia?
Victor – Na verdade nossa intenção era conseguir colocar o nosso CD a venda em alguma loja na Galeria do Rock em São Paulo. Entramos em contato com a Die Hard e mais outra loja conhecida que não teve o mínimo interesse. Fechamos uma parceria com a Die Hard para venda do CD, que está disponível na loja da Galeria e no site deles também. Temos parceira com diversos outros selos também que estão vendendo o CD em suas lojas ‘on line’. Essas parcerias têm sido muito boas para nós, pois são pessoas sérias e dedicadas que estão ajudando na divulgação do nosso trabalho.
Recife Metal Law – As músicas contidas em “Chaos Season” seguem uma linha bem brutal do Death Metal, porém com a banda lançando mão de andamentos mais trabalhados, cadenciados e pesados. Vocês acham que trabalhando as músicas dessa forma a audição do álbum não ficaria maçante para quem adquirisse o mesmo?
Victor – A nossa ideia nas músicas foi sempre tentar criar variações, não deixando o álbum maçante, como você mencionou, mas ao mesmo tempo criando músicas diretas. Estamos trabalhando mais nestas variações nas novas composições, agregando até novos elementos que não estão presentes no primeiro álbum, deixando assim as músicas mais interessantes para o ouvinte.
Recife Metal Law – Algumas letras do álbum parecem ter sido inspiradas em algo ou alguém, como é o caso de “A Letter for my Enemy” e “Smash Your Head”. Seria essas músicas alguma espécie de recado para determinada (s) pessoa (s)?
Victor – Na verdade a intenção não foi atacar uma pessoa em específico com essas letras que você mencionou. Obviamente foram inspiradas em situações e pessoas que convivi, mas não diretamente. Acho que todos nós temos nossos “inimigos”, seja uma pessoa, um problema ou até nós mesmos. Essas músicas falam, na verdade, sobre acabar com esses “inimigos”, ter força e seguir em frente. São só músicas brutais com letras brutais. (risos)
Recife Metal Law – Como estamos falando das letras, quais são as principais influências para a parte lírica das músicas do Cruscifire?
Victor – Eu gosto de vários tipos diferentes de letras, não apenas falando sobre caos, realidade e violência, que são os temas principais desse primeiro álbum. Gosto muito das letras do Nasum e do Napalm Death que apresentam temas ligados a realidade de uma forma direta e brutal. Mas também gosto muito de letras mais sombrias e sangrentas como as do Cannibal Corpse, Cattle Decapitation e The Black Dahlia Murder. Não queremos ser uma banda limitada a falar de um tema só, que fica sempre batendo na mesma tecla. Então nada me impede de fazer letras sobre terror e zumbis futuramente. (risos) Acho que acima de tudo, música é um entretenimento.
Recife Metal Law – Antes do álbum, a banda gravou uma Demo e um EP, e desse EP foi retirada a faixa-título para fazer parte, também, do álbum. Vocês pensam em, futuramente, regravar outras músicas antigas?
Victor – Na verdade foram regravadas as três músicas no EP no álbum, mas as outras duas sofreram maiores modificações. Eu e meu irmão já conversamos diversas vezes sobre regravar as músicas da primeira Demo, dar uma nova roupagem e gravar elas como deveriam ter sido na época. Nós estamos no mais focados na composição do novo material, mas tenho muita vontade de regravar aquelas músicas. Talvez possamos lançá-las como um EP futuramente e disponibilizarmos para download. Vamos ver o que acontece.
Recife Metal Law – Os irmãos Angelotti estiverem à frente de toda a produção desse álbum, da gravação até a parte gráfica. A produção e gravação foram feitas no estúdio da própria banda, enquanto que a parte gráfica ficou a cargo de Marcelo Vasco e Victor. Vocês chegaram a cogitar a possibilidade de mixar e masterizar o álbum, ao invés de deixar a cargo de Denis Dilallo do AVWorks Studio?
Victor – Nós ainda não tínhamos a experiência necessária para mixar e masterizar o álbum na época que gravamos, então resolvemos deixar na mão de alguém mais experiente. Quando gravamos o nosso estúdio ainda não estava 100% pronto, então fomos aprendendo a gravar enquanto estávamos gravando, improvisando em diversos locais da nossa casa. Agora já temos um pouco mais de experiência, e acredito que ficaremos a cargo da mixagem e masterização de nossos futuros trabalhos.
Recife Metal Law – Mesmo sendo uma banda independente, o Cruscifire não mede esforços em sua divulgação, e recentemente lançaram um clipe da música “A Letter for my Enemy”. Como foi a experiência de gravar esse vídeo e como vem sendo a importância do mesmo para a banda?
Victor – Assim como o álbum, o clipe foi feito por nós mesmos. Foi uma experiência muito interessante, pois foi a nossa primeira experiência em vídeo, tanto atuando quanto produzindo, filmando e editando. O clipe é bem simples, mas bem honesto, mostrando apenas a banda tocando mesmo. A importância do clipe para nós é muito grande, é uma ótima maneira de divulgar o nosso trabalho e o pessoal que tem assistido também tem curtido. Todos entenderam a proposta do vídeo.
Recife Metal Law – A banda já negocia alguma turnê, seja no Brasil ou fora do país, em suporte a divulgação do álbum de estreia?
Victor – Estamos analisando as possibilidades e conversando com organizadores para uma futura turnê. Definitivamente está nos nossos planos. No Brasil é mais difícil fazer uma turnê, pois os shows só rolam de final de semana, mas já estamos acertando datas em outros Estados para tocar ainda esse ano. Então quem quiser ficar ligado na nossa agenda e qualquer outra novidade sobre a banda, é só acessar o nosso Myspace ou a nossa página no Facebook. Obrigado mais uma vez pelo espaço! Continuem lutando pelo Metal nacional!