Mais uma banda brasileira que faz um Thrash Metal calcado na ‘velha escola’, e advinda do interior paulista, mais precisamente de Itaquaquecetuba. Com seus anos de formação e alguns trabalhos lançados no meio Underground, agora em 2011 a banda chegou ao seu primeiro full lenght, “The Terror Beyond”, um álbum altamente indicado para os apreciados do velho Thrash Metal. Mesmo com tanto tempo de estrada, a banda não teve muitas mudanças em sua formação e atualmente conta com David Sampaio (baixo/vocal), Ivi Kardec e Sérgio Araújo (guitarras) e Maurício Mendonça (bateria). E nas palavras de Sérgio Araújo poderemos ficar sabendo um pouco mais a respeito do Beyond The Grave. Recife Metal Law – O Beyond The Grave surgiu em 2000, mas só veio a lançar seu primeiro trabalho fonográfico em 2006. Por que houve esse hiato de seis anos entre o surgimento da banda e um primeiro lançamento?
Sérgio Araújo – Foram vários fatores, mas um deles foi a inexperiência musical, a falta de recursos (grana, risos) e tempo, pois não tínhamos de fato a ideia que iríamos gravar Demos, CD, e até produzir um vídeo clipe. Éramos novinhos. Quando eu comecei a tocar com eles (David e Ricardo) eu tinha 16 anos de idade e eles 17; não tínhamos nenhuma pretensão musical, e tudo foi acontecendo automaticamente. Tocávamos apenas por diversão e nada mais.
Recife Metal Law – Da formação original, apenas o guitarrista Ivi Kardec não faz parte, pois entrou na banda em 2004. Estando a formação atual junta há sete anos, quais as facilidades que isso proporciona?
Sérgio – O Ivi tocava em uma banda de Death Metal, já extinta, chamada Mortium. Portanto tivemos alguns contatos, mas quem tinha uma forte amizade com ele era o baterista Ricardo. Ao passar do tempo todos nós viramos amigos dele, pois o Ivi frequentava a casa do Ricardo para ouvir algumas bandas de Metal, e com um diálogo houve a proposta de colocar mais um guitarrista para fazer uma parceria comigo, e todos entraram em acordo. E com a entrada do Ivi teve um ‘upgrade’ na banda, foi ele que nos incentivou a gravar a primeira Demo, e muito mais. Ele que nos trouxe uma nova visão, fazendo que levássemos mais a sério nosso trabalho.
Recife Metal Law – Antes do lançamento do primeiro álbum, a banda lançou uma Demo e um EP, e participou de um Split. Qual a importância que esses lançamentos têm para a carreira do Beyond The Grave?
Sérgio – Teve uma enorme importância. Foram esses trabalhos que abriram a porta para o Beyond The Grave. Com o lançamento da primeira Demo fizemos uma boa divulgação, fizemos bastante shows e isso nos trouxeram bastante amizades com bandas, produtores e pessoas boas, que nos vem ajudando, pois sozinho não se chaga a lugar nenhum.
Recife Metal Law – O primeiro álbum, “The Terror Beyond”, foi lançado pelo selo Kill Again. Quando recebo qualquer lançamento da Kill Again já tenho a certeza que vou ouvir música de qualidade, e com esse álbum do Beyond The Grave não foi diferente. Como surgiu a oportunidade de trabalhar com a Kill Again?
Sérgio – Surgiu quando sentimos a vontade de gravar um material com mais qualidade, e novamente o Ivi teve uma brilhante ideia de lançarmos um CD, mas tinha um grande problema: não tínhamos selo ainda para lançar. Aí foi uma grande correria de mandar nosso som para várias gravadoras, mas muitas delas nos trataram com as portas fechadas. Foi quando o Ivi mandou um e-mail para o Rolldão, da Kill Again Records, que nos veio abrindo a porta. Ele gostou muito do nosso som e daí pediu nosso CD matriz para avaliar melhor; nos fez uma proposta, aceitamos e começamos a trabalhar com ele, que sem dúvidas vem nos ajudando muito .
Recife Metal Law – O álbum conta com dez músicas, mais um cover para “Curse the Gods” do Destruction. Das músicas próprias, oito já haviam sido lançadas anteriormente pela banda. Vocês pensaram na possibilidade de lançar um álbum apenas com músicas inéditas?
Sérgio – Não! Como havia dito antes, queríamos gravar um material com uma melhor qualidade, que era um sonho inicialmente do Ricardo, de ouvi-las mais bem gravadas. Mas a segunda Demo (“Let Chaos Clean the World”) não foi muito divulgada por nós, então as colocamos no CD para dar uma cara melhor para elas.
Recife Metal Law – Duas músicas são inéditas, “Speech of an Assyrian King” e a instrumental “The Terror Beyond”. Essas músicas são novas ou já faziam parte do ‘set list’ de shows da banda?
Sérgio – Sim, essas músicas são novas. O curioso é que eu compus a “Speech of an Assyrian King” em menos de quinze minutos! Foi saindo automaticamente da minha cabeça... Fui ansiosamente mostrar para o David e para o Ricardo, que aprovaram de primeira.
Recife Metal Law – Falando sobre “Speech of an Assyrian King”, sua temática lírica trata de um tema histórico. Vocês pretendem, futuramente, abordar mais temas históricos em suas letras?
Sergio – Foi o Ricardo quem escreveu essa letra, que particularmente acho ótima. Temos a ideia de trazer fatos que não são abordados com tanta frequência, como a repressão no Brasil, que é tema do nosso primeiro vídeo clipe, que vai ser lançado no mês de julho (NDE.: o clipe já foi lançado e pode ser visto clicando aqui. Essas ideias são bastante discutidas entre nós, tanto na parte de temas como na parte de composições, e isso é bom para que sejamos autocríticos em nossos trabalhos.
Recife Metal Law – A maior influência no som do Beyond The Grave é o Thrash Metal germânico, principalmente o feito pelo Kreator em seus primeiros álbuns. Na opinião de vocês, qual a melhor escola do Thrash Metal, a da Bay Area ou a Germânica?
Sérgio – Temos, sim, bastante influências do Thrash ‘old school’, mas gostamos daquele estilo mais ‘podreira’ germânico, porém gostamos dos Thrash Metal de todos os lugares. Um dos lugares que mais apreciamos é o Brasil (principalmente as bandas de Minas Gerais), mas no meio Underground você encontra bandas boas e competentes que não dá nem pra contar, e não me importa muito de onde vem a banda e sim como é o som! (risos)
Recife Metal Law – Tudo nesse primeiro álbum do Beyond The Grave soa ‘old school’, desde a sua gravação até a parte gráfica, além do visual de seus integrantes. Vocês acham que tudo que já deveria ter sido criado no Heavy Metal, principalmente no Thrash Metal, já foi feito? Não há mais espaço para novas tendências ou ‘invencionismos’ dentro do estilo?
Sergio – Particularmente eu acho que deve ter novas tendências, pois a música e o Metal nunca teria evoluído. A política que há no Beyond The Grave não é pré estabelecida: “temos que ser old school”. Isso foi desenvolvendo com o tempo, as nossas influências que mandou nisso. Isso foi surgindo de nós, e essa forma de compor, fazer as capas e o logotipo, não tem nada a ver com os anos 80, pois eu nasci em 1984! (risos) Somos apenas uma reflexo desse tempo que foi o auge do Heavy Metal.
Recife Metal Law – Assim como na primeira Demo, nesse primeiro álbum vocês inseriram um cover do Destruction, “Curse the Gods”. Qual a razão para colocar esse cover, tanto na primeira Demo como no álbum de estreia?
Sérgio – Gostamos muito desse som, tanto que tocamos esse cover desde 2002. Em todos os shows a tocamos. Tínhamos gravado em “The Silence”, aí o Rolldão teve a ideia de a colocar também no álbum. A gente iria até gravar de novo, mas a verba estava curta (risos), e inserimos mesmo a da gravação da Demo de 2006.
Recife Metal Law – Atualmente a banda vem trabalhando no clipe da música “The Shadow Killer”. Por que essa música foi a escolhida para ser o primeiro clipe da banda e de que forma vocês acham que esse tipo de mídia vai ajudar na divulgação do Beyond The Grave?
Sérgio – Acredito sim, que vai nos ajudar na divulgação, pois o clipe é uma das formas mais eficazes de se promover uma música. Contudo gostaria de divulgar na internet que atualmente é uma das ferramentas mais fortes de se divulgar o trabalho. Mas tem muitos blogs, revistas e sites que possam estar divulgando e anunciado esse vídeo e nos ajudando a promover esse álbum de estreia da banda, que eu espero ser um dos vários que iremos fazer. (risos)
Recife Metal Law – Existe alguma meta traçada para Beyond The Grave para esse segundo semestre de 2011?
Sérgio – Sim, continuamos a sonhar com vários projetos de vida. (risos) Mas o Beyond The Grave pretende sair em uma tour para divulgar esse álbum. Estamos esperando o convite dos nordestinos para essa loucura! (risos) Temos também a pretensão de fechar esse semestre com coisas boas e muito barulho para incomodar os vizinhos! (risos) E nessa entrevista gostaria de agradecer a vocês do Recife Metal Law pelo espaço, nossa assessoria Ritmo e Comunicação e nossa gravadora Kill Again Records, que nos deram essa enorme oportunidade de se manter vivo diante de tantas dificuldades que se encontram no Underground e na vida de que tem um sonho. O que posso dizer é que tem que ser perseverante e ter os pés no chão para tentar chegar aonde se quer chegar. Obrigado!
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eles 17; não tínhamos nenhuma pretensão musical, e tudo foi acontecendo automaticamente. Tocávamos apenas por diversão e nada mais.
não se chaga a lugar nenhum.
World”) não foi muito divulgada por nós, então as colocamos no CD para dar uma cara melhor para elas.
gravação até a parte gráfica, além do visual de seus integrantes. Vocês acham que tudo que já deveria ter sido criado no Heavy Metal, principalmente no Thrash Metal, já foi feito? Não há mais espaço para novas tendências ou ‘invencionismos’ dentro do estilo?
anunciado esse vídeo e nos ajudando a promover esse álbum de estreia da banda, que eu espero ser um dos vários que iremos fazer. (risos)
